Seu gato 'blasé' gosta mesmo de você? A ciência deu um jeito de descobrir
Quem tem ou já teve um gato em casa, sabe que os bichanos são grandes companheiros. Mas durante muito tempo, especialistas acreditavam que os felinos apenas "aturavam" os humanos em troca de comida.
Uma série de pesquisas tratou de desmentir essa má fama de interesseiros dos bichinhos. Um desses estudos, publicado em 2017 por pesquisadoras da Universidade de Oregon (EUA), provou, por exemplo, que gatos, na verdade, preferem os humanos à comida —ou seja, não de deixaram domesticar em troca de alimentos.
Para descobrir os hábitos favoritos de 50 felinos que viviam em casas ou abrigos, deixaram os animais por algumas horas sem comida, brinquedo ou qualquer interação humana.
Na sequência, apresentaram quatro tipos de estímulos: alimento, interação humana, perfume e brinquedos. Em seguida, registraram quanto tempo cada um gastou com cada atividade.
Finalmente, os quatro estímulos foram apresentados ao mesmo tempo. Cada gato escolheu o que preferia.
Metade preferiu socializar com seres humanos, enquanto 37% foram atrás da comida.
A preferência de cada gato, que fique claro, pode ser influenciada pela história de vida ou até mesmo pela raça.
Em geral, este jeito "blasé" dos bichanos está enraizado no comportamento dos felinos: na natureza, gatos caçam sozinhos; são naturalmente discretos. Em ambientes domésticos, eles mantêm essas características.
Gatos não são efusivos como cães, mas estão sempre por perto, observando.
Ao contrário dos cachorros, totalmente domesticados, os bichanos ainda são considerados animais em processo de domesticação - seu processo de interação com os humanos é bem posterior ao dos cães.
E são caseiros. Quando encontram alimento, abrigo, espaço e parceria sexual, passam a ser fiéis a este habitat. Por isso, muitos gatos estranham quando mudam de casa. É a sua natureza ainda "semi-selvagem" agindo.
Fonte: Valéria Zukauskas, bióloga especialista em comportamento de felinos.
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