O turismo já voltou mesmo? Pesquisa traça perfil de viagens pós-pandemia
Para quase metade dos viajantes, fechar as malas e explorar um novo destino passou de desejo a necessidade após o longo isolamento imposto pela covid-19. É o que revelou o relatório Travel Trends elaborado pela consultoria digital Labelium em parceria com a plataforma de reservas Expedia, a que Nossa teve acesso com exclusividade nesta terça (21).
46% dos entrevistados afirmaram que, para eles, é mais importante viajar agora do que era antes da pandemia. E eles já se preparam para isto: 43% confessaram que seu orçamento de viagens será maior em 2023 do que no ano passado.
No entanto, na avaliação da pesquisa que ainda se apoia em dados do Google, da OMT (Organização Mundial do Turismo), da plataforma Booking.com, da SimilarWeb e PWC, enquanto muitos têm buscado hotéis, a frequência de reservas de fato realizadas tem sido menor — o que indica que as ofertas não atendem às necessidades do viajante.
A inflação está no centro das preocupações de quem planeja fazer as malas, já que os consumidores apontaram como suas três maiores prioridades garantir preços baixos, boa acomodação e as atividades desejadas. Também são levadas em consideração políticas flexíveis (em caso de emergência ou cancelamento) e tarifas reembolsáveis.
Destino: Fora da zona de conforto
O relatório também indicou que os viajantes de todos os continentes estão mais propensos a procurar destinos locais, dentro de seus próprios países ou regiões. E o fator determinante na escolha de um destino ou acomodação é a possibilidade de ter uma experiência única, mais do que uma noite luxuosa, por exemplo.
O luxo e o supérfluo, de fato, estão longe das experiências autênticas mais buscadas pelos turistas na atualidade. 44% dos viajantes em todo o mundo querem experimentar viver a vida apenas com as necessidades básicas em sua próxima viagem, enquanto 55% procuram por férias "fora do mapa", em destinos em que é possível desconectar e fugir da realidade.
58% ainda manifestaram o desejo de aprender habilidades de sobrevivência em suas viagens em 2023 e 73% estão ansiosos para experimentar viagens "fora da zona de conforto", que os levam ao limite. A maioria esmagadora — 90% — também garantiram procurar opções de destinos e acomodações sustentáveis.
O retorno das viagens a trabalho
Quem achava que o trabalho remoto acabaria com a experiência do presencial em todas as áreas se enganou: a probabilidade de se realizar uma viagem internacional de negócios nos próximos 12 meses passou de 12% em maio de 2020 para 50% em julho de 2022.
70% dos entrevistados acreditam ainda que o ritmo das viagens a trabalho retornará ao patamar pré-pandemia em dois anos. Mas nem tudo é expediente: 76% dos viajantes de negócios planejam estender sua viagem para fins de lazer no próximo ano.
Mesmo para quem adotou o modelo remoto, 28% já planejam uma viagem de "flexibilização", em que combinará o trabalho à distância com lazer nos próximos 12 meses. 51% ainda gostariam que seus empregadores utilizassem o dinheiro economizado com a mudança para o híbrido ou remoto em viagens corporativas ou retiros.
O turismo já voltou mesmo?
A chegada de turistas internacionais ainda está 37% abaixo dos índices de 2019, segundo a Labelium. No entanto, o fim das restrições totais tem, aos poucos, entusiasmado cada vez mais viajantes.
Olhando para o último ano, é possível enxergar o ritmo da recuperação: em janeiro de 2022, a indústria de viagens ainda estava 64% abaixo dos registros de 2019. Com a flexibilização das entradas e saídas na China no fim do ano, o cenário se suavizou para apenas 27% abaixo de índices pré-covid.
Enquanto Europa e Oriente Médio já vivem a retomada a plenos pulmões, as Américas ainda caminham mais lentamente. Já a Ásia, que reabriu para o turismo bem depois, ainda segue um ritmo bem inferior a outras regiões.
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