Este cheesecake foi feito por uma impressora 3D. Será que é gostoso?
Engenheiros da Universidade de Columbia, em Nova York, nos EUA, divulgaram nesta terça (21) um artigo em que demonstram como conseguiram fazer um cheesecake com o auxílio de uma impressora 3D.
No artigo, publicado no periódico científico NPJ Science of Food, os estudiosos detalharam os avanços que fizeram na já existente na tecnologia de impressão de alimentos utilizadas por alguns fast-foods: a principal dela é a utilização de lasers que aquecem os ingredientes e, efetivamente, "assam" o doce.
Nutella, manteiga de amendoim, geleia, biscoitos, banana, cerejas e uma cobertura doce foram experimentados no processo, sempre em textura pastosa.
"O calor que [os lasers] oferecem transformam as pastas em sólidos. A mudança de fase é crítica para o assar tradicional, é claro — pense em como um suflê chega ao ponto", analisou o expert Kyle von Hasseln, presidente da Sugar Lab and Currant 3D, à CNN americana.
O cheesecake dos pesquisadores do Laboratório de Maquinários Criativos da Escola de Engenharia de Columbia era vegano. As máquinas, que já existem no mercado, não só deram o ponto nos sete ingredientes pastosos utilizados, como os reuniu em uma montagem tradicional.
Para o co-autor do estudo, o engenheiro mecânico e pesquisador em pós-doutorado Dr. Jonathan Blutinger, a criação deste cheesecake é um passo à frente no desenvolvimento e na compreensão de usos práticos para a tecnologia de impressão 3D. No entanto, ele salienta que o maquinário não elimina a necessidade de receitas adaptadas para este tipo de preparo — que as impressoras possam "entender". Veja a montagem do doce:
"Se esta tecnologia chegasse ao mercado, seria como ter um iPod sem nenhum arquivo de mp3. É necessário haver um lugar onde você possa baixar receitas, ou criar suas próprias receitas e se inspirar para o que você realmente pode fazer com essa máquina para deslanchar mesmo", explicou ainda à emissora dos EUA.
Doce impresso pode ser gostoso?
O próprio estudioso admite que a ideia não parece apetitosa de cara. "Geralmente, com impressão [3D], você pensa em um processo industrial. Mas é importante entender que não é diferente de cozinhar normalmente, exceto que, em vez de cortar tudo em cubinhos ou coisa parecida, a máquina está basicamente montando em forma de pasta".
No entanto, ele acredita que o método possa permitir aos chefs mais precisão nos preparos, já que quantidades específicas poderiam ser assadas ou aquecidas de formas diferentes de um momento a outro.
"Funciona muito bem na escala milimétrica da impressão, e você pode controlar com muito maior resolução do que você conseguiria em um forno ou fogão. Você pode customizar cada fatia, se quiser", palpitou à CNN. O resultado também foi rápido: a receita de cheesecake executada ficou pronta em 30 minutos.
Blutinger disse ainda ao veículo que sua sobremesa era como o chiclete de Willy Wonka e tinha diversas camadas de sabor. "Você recebe essas ondas acertando seu paladar em momentos diferentes. E a parte mais legal do processo de impressão 3D é que você consegue de fato localizar os sabores dentro do cheesecake".
O grupo de engenheiros de Columbia pretende, nos próximos passos, realizar um estudo nutricional par analisar como o cozimento com lasers pode afetar a comida em nível molecular — o que pode tranquilizar os consumidores da novidade.
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