De McDonald's a Barbie: as inspirações icônicas de Jeremy Scott na Moschino
O mundo da moda foi surpreendido esta semana com o anúncio da saída de Jeremy Scott da Moschino. Após 10 anos como diretor criativo da grife italiana, o norte-americano deixa um legado de ousadia e irreverência, marcado por coleções bem-humoradas, descontraídas e, ao mesmo tempo, provocadoras.
Em seu perfil no Instagram, o estilista disse estar orgulhoso com o trabalho que desenvolveu junto à label e agradeceu todo o acolhimento recebido nesse período.
"Me diverti muito criando designs que viverão para sempre. Sinto-me grato pelo amor e apoio que recebi ao longo desta última década. Estou fechando um capítulo, animado com o que está por vir", publicou.
Famosas como Naomi Campbell, Bella Hadid, Rita Ora, Paris Hilton e Chiara Ferragni comentaram a publicação, expressando sua admiração pelo talento do estilista, que talvez tenha sido um dos nomes da indústria da moda que mais flertou com a cultura pop nos últimos anos.
A Aeffe, empresa controladora da Moschino, ainda não anunciou quem substituirá o estilista na direção criativa da marca, mas que Jeremy Scott ficará para sempre na memória fashion coletiva isso é inegável. Em clima de despedida, Nossa reuniu alguns dos seus momentos mais icônicos na Moschino. Confira a seguir.
Yes, nós temos junk food
Em sua estreia à frente da marca, durante a temporada de Outono-Inverno 2014, Jeremy Scott já chegou causando frisson e anunciando o mood irreverente do seu trabalho.
A coleção trouxe desde referências à rede de fast food americana McDonald's, com roupas nas cores vermelho e amarelo e desenho estilizado semelhante ao logotipo do restaurante, até peças com estampas que remetiam a embalagens de doces, pipoca, salgadinhos e outros alimentos industrializados.
O auge: a bolsa em formato de caixinha do "McLanche Feliz". Mais divertido impossível.
Sou a Barbie girl
Numa época em que nem se falava em tendência barbiecore, o estilista levou às passarelas uma coleção inteira inspirada na boneca mais famosa do mundo. Looks all pink, vestidos coloridos e dourados, conjuntinhos de tailleur, cropped com shorts ou saias e peças cheias de volume, babados, laçarotes e transparências mostraram toda a diversidade fashion do guarda-roupa da Barbie e deram o tom da Primavera-Verão da Moschino 2015.
O auge: o vestido branco sem alças e com silhueta que simulava uma toalha enrolada no corpo e a capinha de celular em formato de espelho da boneca, bem na linha "it acessório" da temporada.
O que é que há, velhinho?
Na coleção de Outono-Inverno da Moschino em 2015, Jeremy Scott apostou no Pernalonga e na turma dos desenhos animados Looney Tunes, como Taz, Patolino, Piu Piu e Frajola. Os personagens estamparam camisetas, vestidos, jaquetas, saias e calças.
Somados à paleta de cores diversas, a exemplo de roxo, laranja, verde, azul e amarelo, e ao boom de peças puffer, o resultado foi um clima festivo e alegre para a temporada.
O auge: a bolsa com as orelhas enormes do Pernalonga.
De parar o trânsito
Placas de sinalização, cones e outros materiais que servem para ordenar o tráfego nas ruas foram o ponto de partida para a sua coleção Primavera-Verão em 2016.
A analogia com o trânsito apareceu tanto nas roupas com as cores desses objetos quanto em estampas e detalhes que lembravam as faixas refletivas dos ciclistas ou a fita zebrada utilizada para isolar determinadas áreas e evitar acidentes.
O auge: o chapéu em forma de cone laranja e branco e o vestido preto com desenho de uma placa de "pare" onde se lia "compre" (na foto acima).
Quase origami
Para a Primavera-Verão de 2017, inspirado nas bonecas de papel dos anos 1980, Jeremy Scott trouxe detalhes retangulares brancos ao redor das roupas como se fossem uma espécie de post it.
Vestidos, saias e tops com estampas tipo pinturas combinados com laços e volumes exuberantes que davam a impressão de dobraduras completavam seu show criativo.
O auge: o vestido preto com uma coroa de ursos em volta do busto como se fossem babados imitando aqueles clássicos bonecos de papel recortados com as mãos dadas.
Fica, vai ter bolo
Até a rainha Maria Antonieta e os tempos da Revolução Francesa serviram de inspiração para o estilista.
Na coleção Outono-Inverno de 2020, peças com silhuetas que faziam referência àquela época e "vestidos-bolo" com parte de baixo ampla e estruturada mais detalhes que pareciam glacê real foram a aposta da vez.
A ideia guardava relação com uma célebre frase atribuída à monarca durante a efervescência política e social na França no século XVIII: "Se não tem pão, que comam brioches". Jeremy Scott traduziu a máxima em forma de bolos na Moschino.
O auge: o vestido rosa claro com divisões como se fossem os andares de um bolo de noiva ricamente decorado.
Tudo que é sólido se desmancha no ar
De Salvador Dali veio a inspiração para sua última coleção com a marca, apresentada durante a Semana de Moda de Milão em fevereiro deste ano. Numa diálogo com a tela "A Persistência da Memória", onde o pintor surrealista representa uma visão distorcida de tempo através do desenho de relógios derretidos, Jeremy Scott trouxe vestidos, saias e blazer com ondulações que davam a impressão que a roupa estava escorrendo, se desmanchando.
O auge: as peças estampadas com flores meio desfiguradas ou derretidas e as perucas moicano usadas pelas modelos na passarela que combinadas com peças em couro, transparência, detalhes metálicos e cristais adicionaram uma atmosfera punk glamourosa à sua proposta.
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