Restaurante serve sobremesa em chinelo: 'Vivi para comer numa Havaianas'
Um restaurante alemão gerou polêmica nas redes — de brasileiros — depois que um conterrâneo que vive no país europeu relatou ter tido uma experiência para lá de excêntrica no jantar: ele comeu uma sobremesa servida em um chinelo.
Em uma publicação viral no Twitter, que já alcançou mais de 3 milhões de visualizações desde quinta (30), o engenheiro de software Guilherme Teixeira revelou sua surpresa com a experiência no restaurante Falco, em Leipzig: "Vivi para comer de uma Havaiana".
O brasileiro descreveu o doce como um pralinê. "É uma bola de chocolate branco com gelatina de limão e cassis dentro". Já ao seu redor há uma farofa de nozes.
"É só o final de um cardápio inteiro com uns 10 itens diferentes. E não se encaixa particularmente bem no resto... É só para causar mesmo — e para europeu ver porque eu dei risada quando vi que era Havaianas", se divertiu.
Em seu perfil, ele ainda ressaltou que o doce é servido após uma primeira sobremesa e serve mais a impactar o cliente do que a revolucionar seu paladar. "Foi meio fora de contexto na real. O resto do menu foi completamente normal e muito bom. Acho que intenção é polemizar."
Depois da refeição, Guilherme não pode levar o chinelo para casa — afinal, ele é o "prato" do restaurante. A decepção de seus seguidores, no entanto, pareceu maior. "A sandália parece que já foi usada", opinou um. "A galera já está apelando para chamar atenção", criticou outro. Ainda houve comparações com cenas cotidianas e uma aposta passou bem perto da realidade:
Isto porque em seu Instagram, o chef chama o doce de "Bocha na Praia", que teria servido de inspiração para a apresentação.
O Falco e seu chef
A conceituada casa no topo do Westin Hotel, que possui duas estrelas na "bíblia" gastronômica Michelin, é relativamente famosa há alguns anos pelas excentricidades de seu chef, Peter Maria Schnurr, que a comanda desde 2005. Em seu site, o restaurante é categórico: "Peter Maria Schnurr é o Falco e o Falco é Peter Maria Schnurr".
Ele é ainda descrito como uma espécie de divindade, sem nenhuma modéstia.
Sua palavra é lei, sua linguagem é a imaginação. Ele é barulhento, direto e desinibido. Um chef com paixão e disciplina, mas especialmente com força. Assim também são suas criações. Sua escala não é a mediocridade gastronômica, mas a dança entre mundos. No 27º andar, pouco antes do paraíso, ele é (quase) Deus."
Apresentação do chef Peter Maria Schnurr no Falco
Apesar da experiência "normal" descrita por Teixeira até o doce no chinelo, seu menu conta com outros itens curiosos, como uma espuma servida ao lado de um "sabão" e uma escova, frutos do mar na tampa da lata da sardinha e até quitutes acompanhados de rolhas e tampinhas de garrafas.
Esta atmosfera, esta visão, esta equipe e esta cozinha. Aqui tudo é sobre perspectiva, precisão e qualidade sem meio-termo — em todas as áreas do restaurante. Quero 100% de todo mundo — ou nada."
Peter Maria Schnurr
Seu menu degustação, batizado de "Passion Légère" ('paixão leve', em tradução livre do francês), conta com sete etapas e custa 273 euros, o equivalente a R$ 1.503,50. O próprio Guia Michelin considera o chocolate no chinelo "divertido" e revela que ele é um acompanhamento para o café.
Todo o cardápio, que também inclui pratos à la carte — que podem ser pedidos especificamente à mesa —, é considerado "imaginativo, criativo e tecnicamente bem-sucedido" pelo favorecimento sabores diversos. Já a casa tem atmosfera moderna. Para explorá-la, clique na seta à direita:
Restaurante Falco, em Leipzig
A Michelin ainda destaca que o chef possui vasta experiência e foi treinado em diversos outros restaurantes premiados.
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