Mistério sobre navio pirata que inspirou filmes é resolvido após 300 anos
Uma equipe de pesquisadores pode ter resolvido o mistério em torno do navio pirata de Barba Negra, que inspirou a embarcação da franquia de filmes Piratas do Caribe.
O que aconteceu?
O navio, batizado originalmente de Queen Anne's Revenge, afundou na costa da Carolina do Norte, nos EUA, em 1718, e só foi encontrado 300 anos depois;
A embarcação estava cheia de pedaços de carvão, o que intrigou os cientistas;
O mineral começou a ser usado em embarcações em 1870 — ou seja, muito depois do naufrágio.
A hipótese inicial é que ele teria sido usado para cozinhar ou aquecer o navio. Entretanto, os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência que provasse isso.
Queríamos descobrir de onde esse carvão poderia ter vindo naquela época em particular, antes que houvesse qualquer mineração de carvão de qualquer tipo neste país" James Hower, professor pesquisador do Centro de Pesquisa Energética Aplicada do Reino Unido (CAER).
Hower recebeu quatro amostras do carvão para análise em laboratório e as amostras do naufrágio variaram amplamente em classificação. O especialista explicou que essas diferenças são importantes para entender de onde o mineral veio.
O carvão betuminoso de baixa volatilidade geralmente é encontrado na Virgínia. É bom para cozinhar e também foi usado em navios a vapor, porque não emite fumaça quando queima. Já a antracite não costuma ser encontrado em qualquer lugar, muito menos nos EUA. Todas as antracites aqui vêm da Pensilvânia"
Outra chave para resolver o mistério era saber em que momento essas fontes de carvão estavam ativas.
Os colonos europeus só descobriram o antracite da Pensilvânia no final da década de 1760. A mineração real e legítima só começou a ser feita nos anos 1800"
Os cientistas, então, perceberam que o local onde o navio afundou fica próximo a um porto utilizado para reabastecimento de carvão durante a Guerra Civil, após 1862. A explicação é que a maré teria levado o minério até a embarcação.
"De uma forma ou de outra, alguém usou esse carvão. Não era Barba Negra, mas era a Marinha dos EUA", conclui o pesquisador.
O estudo foi publicado no International Journal of Nautical Archaeology.
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