Criada por Kardashian, roupa de R$ 375 que esculpe o corpo é hit da moda
Quem já assistiu aos reality shows que acompanham a vida da família Kardashian — seja o "Keeping Up" ou o lançamento mais recente com título homônimo — acompanhou a trajetória de Kimberly Noel, mais conhecida por nós como Kim Kardashian, buscando entender-se a si mesma a partir da moda. Dessa vez, sem Kanye West para aprovar ou não os seus looks.
Sua influência é inegável, mas a partir deste ano, o império construído pela influenciadora vai além de recrutar diversas mulheres a se vestirem inspiradas no que ela usa. Ela é quem está criando o que essas mulheres estão ambicionando em vestir.
Prova disso é o último relatório produzido pela Lyst Index, especialista em pesquisas de moda no mundo. A Skims, marca fundada por Kim ao lado de Emma Grede e Jens Grede, em 2019, fez sua estreia entre as casas de moda de moda mais quentes de 2023, até agora. Em 17º lugar na lista, a etiqueta parece ter encontrado uma lacuna pouco explorada na indústria. O chamado shapewear, ou seja, as roupas voltadas para evidenciar as curvas do corpo.
Entre os feitos que fizeram a marca disparar e fazer o seu debut no ranking estão a contratação de Robert Norton como CCO, a escolha das estrelas da série "The White Lotus" para a campanha de Dia dos Namorados e o anúncio sobre o retorno das roupas de banho. Atualmente, a Skims vale US$ 3,2 bilhões no mercado, cerca de R$ 16 bilhões em conversão direta.
Junto a tudo isso, um look em específico se tornou o triunfo da etiqueta: o Skims Sculpt Bodysuit. Uma espécie de espartilho na cor nude, em proporções de um maiô, com "compressão extra no busto e na cintura, linhas posicionadas para realçar o busto e bolsos arredondados para um corpo levantado", como descrito no site oficial da marca.
Por lá, o produto que "esculpe você perfeitamente para acentuar as curvas naturais do seu corpo" pode ser comprado por R$ 320 e as entregas são realizadas para o Brasil. Além disso, a peça está disponível em diversos tamanhos e em até 10 cores, a fim de servir a diferentes tons de pele.
Democrático
A proposta aqui não é ser uma roupa para esconder nada do corpo, pelo contrário, a mensagem de body positive é um dos pilares que fazem a Skims ser o que é hoje. Quase uma líder no segmento de roupas íntimas e modeladoras, confrontando a já consolidada Spanx.
"Eu costumava cortar e costurar diferentes estilos de modelagem para criar a silhueta que desejava, porque nunca conseguia encontrar a forma que procurava. Outras marcas anulavam as minhas curvas, beliscavam a minha pele ou saíam do corpo", contou a influenciadora em entrevista para a Vogue Portugal ao dizer o que a motivou a criar a etiqueta.
"Eu tingia as peças com saquinhos de chá para combinar com o meu tom de pele, uma vez que havia uma oferta limitada de cores no mercado. Todas essas experiências me fizeram perceber que havia uma lacuna no mercado e também que não havia inovação neste espaço há muito tempo. Parecia o momento perfeito para trazer uma nova perspectiva para a indústria de shapewear que pareceria relevante para os dias de hoje".
Os triunfos da Skims
Nem sempre de glória viveu a marca criada por Kim Kardashian. Ao ser anunciada como o grande lançamento da empresária, a etiqueta inicialmente se chamaria Kimono — o que não pareceu uma boa ideia e fez com que a novidade, em vez de atrair atenção positiva, fosse marcada por críticas sobre apropriação cultural. Mais precisamente japonesa.
Toda essa onda de hate fez com que os planos da influenciadora acabassem sendo atrasados — uma vez que as questões burocráticas por trás da alteração do nome levariam tempo e, consequentemente, fariam com que as peças chegassem ao mercado depois do previsto.
Depois de muitos obstáculos e menções - nada honrosas - nas redes sociais, algo com que Kim provavelmente já está acostumada, o momento de ascensão chegou. Ou melhor, foi chegando aos poucos. A começar pela propaganda midiática, que nem demanda muito esforço quando se trata da influenciadora.
No Instagram, no reality show ou em fotos tiradas por paparazzi, ela começou a introduzir o que seria uma tendência. A ideia era usar as peças de forma casual, poderiam ser usadas tanto para ficar em casa como para os treinos na academia. A partir daí, criar a sensação de desejo. O que nos leva ao próximo ponto.
A abordagem publicitária da Skims remete diretamente ao luxo: as peças são feitas na Turquia — ou na China —, embora os representantes não revelem diretamente em que local exato elas sejam produzidas nesses territórios, e as fotografias que divulgam as roupas apelam para o minimalismo. Apesar disso, os itens não são caros, se olhado sob uma perspectiva do que é oferecido no mercado hoje em dia. O valor gira em torno de US$ 60, aproximadamente R$ 300. Um preço "justo" para vestir uma criação ligada a Kim Kardashian.
Há um pouco de tudo nos ingredientes para a receita de sucesso da Skims. A variedade em tamanhos e tons de pele, um time de celebridades recrutados pela influenciadora para fazer a divulgação, preços acessíveis e um grande nome, com alcance de 350 milhões de seguidores, por trás do processo. Assim nasce (e florecesce) a Skims.
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