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Por que os voos de avião estão cada vez mais turbulentos? E pode piorar...

Voar poderá ser cada vez mais assustador para quem já tem medo deste tipo de viagem - Getty Images/iStockphoto
Voar poderá ser cada vez mais assustador para quem já tem medo deste tipo de viagem
Imagem: Getty Images/iStockphoto

De Nossa

12/05/2023 11h12

Quem tem medo de viajar de avião, aperte os cintos: os voos estão cada vez mais turbulentos, apontou o pesquisador Paul Williams, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Reading, no Reino Unido.

Em entrevista ao jornal The New York Times, o estudioso — que esmiúça a natureza de turbulências há uma década — revelou que o crescimento dos eventos está relacionado às mudanças climáticas, mais especificamente, ao aumento das emissões de carbono que acabam impactando as correntes de ar nos céus.

O Serviço Nacional Meteorológico dos Estados Unidos define turbulência de voo como "movimento irregular de ar". Apesar de serem ocorrências normais no cotidiano da aviação, os relatos mais frequentes deste tipo de evento — como a enfrentada pelo ator Matthew McConaughey e a top brasileira Camila Alves em março — têm indicado uma mudança de padrão aos cientistas.

Williams explica que parte das turbulências é causada por mau tempo e geralmente ocorre a menores altitudes, mais próxima a nuvens. Mas um outro tipo, a "turbulência de céu claro" — típica do inverno a mais de 15 mil pés de altura e longe das tempestades — é que estaria ligado às mudanças climáticas.

Aviões também podem encontrar turbulências longe das nuvens - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Aviões também podem encontrar turbulências longe das nuvens
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Sua pesquisa indica que este tipo de evento tem aumentado em todas as altitudes ao redor do globo e poderia triplicar até o fim do século.

"A mudança climática está modificando o fluxo de jatos em altitudes de voo de cruzeiro. O aumento de velocidades de ventos em altitude na corrente de jato do Atlântico Norte já aumentou 15% desde que os satélites começaram seu monitoramento em 1979. Este efeito tem gerado mais turbulência", explicou ao site Insider.

Como este tipo de turbulência não é detectado por radares ou visto a olho nu, detectá-la é mais difícil para pilotos — o que poderá levar ao aumento do número de incidentes com feridos a bordo das aeronaves também.

"Infelizmente, a natureza do trabalho dos comissários de bordo exige que eles se movam na cabine. Minha principal preocupação para o futuro é que eles carreguem o peso desse aumento."

No entanto, as previsões de meteorologistas para determinadas áreas podem e, frequentemente, guiam os pilotos para que evitem as regiões com maior chance de turbulência. Por isso, o professor diz que "precisamos investir em melhores previsões para mitigar os piores impactos de céus mais turbulentos devido às mudanças climáticas", alerta.