Escultura de pássaro gigante deixa viajantes curiosos: existe ou é fake?
Um estátua de um pássaro gigantesca dominou o Twitter nas últimas duas semanas depois que o perfil de entusiastas de animais B&S publicou uma imagem que mostrava um homem sentado nas asas da construção.
O registro impactante, que já soma mais de 21 milhões de visualizações, despertou a curiosidade de viajantes que se perguntaram: o lugar de fato existe? A resposta simples é sim.
A obra em questão é Jatayu Earth Center, um mix de parque, centro turístico e museu inaugurado em 2018 no vilarejo de Chadayamangalam em Kerala, na Índia. Com 61 metros de comprimento, 46 metros de largura e 21 metros de altura, a criação do artista Rajiv Anchal detém o recorde de maior escultura de pássaro do mundo e levou 10 anos para ficar pronta.
Já a foto foi realizada no local por um viajante conhecido como Jonny Melon, que esteve em Kerala em 2019 por duas semanas e subiu no topo da asa remanescente do pássaro.
A lenda de Jatayu
Sua construção é uma homenagem à lenda de Jatayu, que possui muitas versões, mas uma das mais clássicas está presente no épico hindu Ramayama. A figura seria um pássaro divino que tentou salvar a deusa Sita (esposa de Rama, encarnação do deus Vishnu) de Ravana, o rei demoníaco de Lanka.
Na história, Ravana tenta sequestrar Sita em seu Pushpaka Vimana, uma espécie de avião mágico, e levá-la até Lanka. Nos céus, Jatayu ouve os gritos da deusa e tenta impedir seus avanços. No entanto, Ravana usa a Chandrahasa — sua espada — para cortar uma das asas do pássaro, que cai sobre um morro gravemente ferido.
Quando Rama procura pela esposa, encontra Jatayu ferido, mas ainda vivo, que lhe relata o sequestro de Sita e a direção em que Ravana levou a deusa. Vendo que a vida do pássaro está chegando ao fim, o deus encarnado o abençoa e lhe dá 'moksha' — a transcendência e liberdade espiritual na filosofia hindu. As instruções dadas por Jatayu conduzem Rama no caminho certo e uma guerra entre ele e Ravana começa.
A atração
Porque Jatayu é uma figura protetora das mulheres na cultura hindu, o parque é dedicado à segurança e à honra das indianas. A escultura reflete a agonia do pássaro e seu sacrifício e, por isso, dentro dela há um cinema 6D que conta a história de Jatayu e de sua batalha heroica com Ravana.
Esta não é, contudo, a única estrutura que cabe dentro da escultura gigante. Ali também está localizado uma réplica do Palácio do rei Janaka, o pai de Sita, a partir de pesquisas sobre como foram descritos estes aposentos ao longo dos anos, fielmente ao que é chamado no hinduísmo de Thretha Yuga (ou Treta Iuga) — o período em que a história de Jatayu teria acontecido —, mais de 2 milhões de anos antes de Cristo.
Ao lado do pássaro ainda está situado o Templo de Rama, em meio a um gramado, onde visitantes podem fazer orações e prestar homenagens ao deus encarnado. O cume da "Pedra de Jatayu) também conta com um centro de performances a céu aberto, com palco onde ocorrem apresentações culturais, eventos e festas.
Visitantes ainda podem admirar um corpo d'água em seu entorno, que teria sido formado pelo impacto do bico de Jatayu. Na lenda, o pássaro sobrevive até a chegada de Rama bebendo a água deste pequeno lago. Por ali também é possível ver uma "pegada" de Rama.
Atividades zen e radicais
O complexo ainda oferece, para quem quer curtir todas as atrações de seu "Centro de Aventuras", um acampamento, tirolesa, paintball e escalada. Já nas cavernas 'medicinais' de Siddha, convertidas em chalés, é possível realizar retiros de sete dias com direito a terapias aiurvédicas de rejuvenescimento. Confira na galeria, clicando na seta à direita:
Atividades em Jatayu
Em breve, Jatayu abrigará um centro de yoga. Todo o conjunto possui banheiros adaptados para pessoas com deficiência, estacionamento, serviços de cadeiras de rodas e água gratuita, além de lanchonetes e área de jogos.
Para chegar lá
Disposto a visitar o pássaro gigante? É preciso ter preparo físico: o acesso à atração dentro do parque pode ser cansativo a pé, já que a subida envolve uma escada de 826 degraus até o topo. Todo o caminho é composto por cerca de 60 mil pedras esculpidas, mas a vista da mata ao redor é privilegiada.
Quem não deseja encarar a escadaria, pode realizar o percurso através de um teleférico suíço ou ainda chegar de helicóptero, pois há um serviço de táxi aéreo que leva ao heliponto no local. O parque funciona sete dias por semana, das 10h às 17h30. Ingressos, atualmente, estão disponíveis apenas na bilheteria no local. Mais informações podem ser encontradas no site oficial.
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