Quanto custa casar no Brasil? Veja o valor e as tendências das festas
Casamentos costumam ser a realização de um sonho. Quando o assunto entra em cena, o céu, ou melhor, o saldo bancário é o limite — ou, pelo menos, deveria ser. Pesquisa realizada em 15 países revela que o custo médio do casamento no Brasil gira em torno de R$ 44 mil. Do montante, praticamente a metade é gasta com a locação do espaço e contratação de buffet ou catering.
O Informe Global dos Casamentos 2023 é uma realização de The Knot, Hitched, Casamentos.com.br e sites parceiros. Foram 25.245 pessoas que se casaram entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023, sendo 1.261 são brasileiros. Os principais resultados do levantamento você confere agora.
Os maiores gastos
Por aqui, a média de convidados de um casamento é de 125 convidados, com o custo de R$ 44.000. Para efeito de comparação, o custo médio nos Estados Unidos é R$ 147.200, para em torno de 117 convidados.
Do total dos gastos, 27,3% correspondem ao que é pago a buffet e catering, ou seja, o que é servido aos convidados, enquanto 20,6% se referem ao aluguel do espaço — e 46% dos brasileiros preferem se casar em salões. Outros 13,5% são investidos em decoração e perto de 11,8% vão para fotos e vídeos.
Além disso, quase 10% do custo são direcionados para os trajes dos noivos; 7,2% para música; 5,8% para flores e em torno de 3,7% para joias. Vale destacar que, no valor médio, não estão incluídos os gastos com anel de noivado, nem os custos com lua de mel.
Nem todos os casais contratam todos os serviços, mas a média brasileira é de, no mínimo, 10 fornecedores por casamento, entre profissionais e empresas do setor. Cerca de 93% dos casais contratam equipe fotográfica, 84% recorrem a serviços de beleza e maquiagem e 82% investem em buffet, vestido de noiva e decoração.
Destination wedding crescendo
Uma tendência que tem sido registrada nos últimos anos é casar em lugares diferentes da residência — o que se constata através do aumento da contratação de espaços e profissionais dos locais escolhidos.
Nos últimos três anos, segundo dados do Casamentos.com.br, a busca por wedding planners — tidos como essenciais para organizar um casamento à distância, cresceu 23%, o que é visto como variação considerável, diante da pandemia e variação da inflação. Também é possível fazer um destination wedding internacional, ou seja, fora do país, mas entre os noivos daqui, a predileção ainda é por destinos nacionais.
Dentro do recorte, endereços litorâneos são os mais buscados — são preferência de 62% dos casais que optam por tal formato. O Nordeste, em geral, é uma das regiões mais requisitadas, tendo Trancoso e Arraial d'Ajuda, ambos na Bahia, entre os preferidos.
O custo de um destination wedding depende de vários fatores, mas tende a seguir a média de R$ 44.000, considerando-se 125 convidados. Existe possibilidade de o valor cair, já que o número de participantes tende a ser menor — geralmente os mais próximos. Uma cerimônia íntima geralmente reúne em torno de dez pessoas.
Entretanto, não deve-se ignorar que há casamentos com cara de "festão", com presença de até 350 convidados. Aí, de novo, a carteira dos noivos é que define o gasto. Sem contar fatores que podem ser custeados por eles, como deslocamento e acomodação dos convivas, infraestrutura do local, se contrastam banda ou DJ e assim por diante.
Outro ponto é que apenas 1% dos entrevistados opta por casamento e lua de mel no mesmo local.
Viagem segue desejada
No estudo, constatou-se que a maioria dos casais (85%) não abre mão da lua de mel. Em 49% dos casos, isso ocorre logo após o casamento. No Brasil, 7 em cada 10 casais viajam por aqui mesmo. O restante busca destinos internacionais. Por ordem de preferência, aparecem: América Latina, Caribe, Europa e Estados Unidos.
Outra identificação é que, no pós-pandemia, destinos saturados deixaram de ser tão buscados. Quem está se casando neste ano têm escolhido lugares menos conhecidos, a fim de ter momentos românticos de um jeito mais "privado".
Chile e Peru, na América Latina, e safáris na África aparecem no topo da lista de desejos, bem como Vietnã, Ilhas Maurício, Maldivas e Bali.
Os meses mais buscados
O levantamento identificou que o mês mais popular para casar é novembro, com 12% da preferência. Parece pouco, mas a realidade é que, por não haver diferenças drásticas de temperatura por aqui — da maneira que ocorre nos Estados Unidos, por exemplo — a realização de casamentos é mais espaçada durante o ano.
Empatados em segundo lugar, estão os meses de outubro, dezembro e abril com 11% como os que mais acontecem mais casamentos. Já os três meses menos demandados são: janeiro, fevereiro e agosto, por serem meses de férias, Carnaval e época de pagamento de impostos anuais.
Ainda assim, pode-se afirmar que a maior procura é pelos meses de verão, mesmo sem uma diferença gritante entre eles.
Preferências dos noivos
Mais da metade dos brasileiros prefere celebrar o momento com cerimônias religiosas. No Brasil, o casamento começa a ser preparado de 11 a 12 meses antes, mesmo média de período constatado na Espanha, Portugal e Itália.
Um total de 63% dos casais recorre a apps de planejamento de casamento, visando uma organização mais eficiente. Os recursos virtuais, aliás, têm registrado um crescimento como forma de os noivos se conhecerem — nos últimos quatro anos, os aplicativos e sites de encontro tiveram um aumento de 18%, quando a pergunta é como se conheceram.
Apesar disso, amigos em comum ainda são os maiores responsáveis pela origem dos casais, com 24%. Outro número interessante é que apenas 41% dos casais entrevistados moram juntos antes do casamento.
Tendências nos casamentos
A partir dos dados divulgados pelo Casamentos.com.br, listamos abaixo algumas das principais tendências identificadas para as cerimônias em geral.
- Os dias da semana têm sido bastante indicados para subir ao altar, deixando para trás o tradicional sábado. Quinta e sexta-feira são bem aceitos. Fora dos fins de semana, os custos costumam ser mais em conta, além de permitir que a experiência com amigos e familiares, como um todo, seja estendida por alguns dias.
- Pós-pandemia, neste ano os "festões" voltaram com tudo. As grandes celebrações visam não apenas celebrar a união, mas compensar o tempo de reclusão por causa da covid-19.
- Para combinar, as cerimônias deixam de lado o minimalismo e a simplicidade dos últimos anos e se tornam maximalistas, misturando vários estilos em um mesmo ambiente, como clássico e moderno, rústico com balada. Vale de tudo: fogos de artifício, tatuagens, maquiagem flúor, atrações instagramáveis, ou seja, tudo permitido para ser um grande evento, quase um verdadeiro festival de música. Mas as folhagens e plantas perfumadas continuam bem-vindas.
- É claro que tudo vai acabar nas redes sociais. Assim, cada evento tem seu filtro personalizado para os convidados usarem nas fotos e vídeos, geralmente trazendo nomes, data, local e elementos da identidade visual. Profissionais de fotos e vídeos já se preocupam em produzir conteúdos mais curtos, justamente pensando em reels e TikTok, para a virilização pós-casório.
- A informalidade nas festas também quebra protocolos. A tendência é incluir muitas cores, tanto na decoração das mesas como nos ambientes. Ainda existe uma harmonia e identidade visual, sim, mas de um jeito muito informal.
- O pix nosso de cada dia também chegou para ficar nos casamentos, ocupando espaço das tradicionais listas de presentes. A moda é explicar aos convidados que os noivos preferem esse tipo de agrado de maneira divertida, ou seja, mensagens engraçadas sobre as mesas ou QR code em local bem visível.
- Outra vertente constatada, inclusive nos destination weddings, é que os brasileiros seguem a preferência global ao optar por serviços de fornecedores locais, principalmente para a parte do buffet. Com isso, valorizam a cultura de cada região, impulsionam a economia regional e tornam os casamentos mais sustentáveis.
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