Festas juninas de Portugal têm X-sardinha, 'erva dos namorados' e Carnaval
É fácil saber que o mês de junho chegou a Portugal. Basta sair às ruas para ver o colorido das fitas decorativas e bandeirinhas penduradas por todos os lados e sentir o cheiro de sardinha assada que invade as cidades.
O mês mais festivo do calendário é praticamente um Carnaval brasileiro, com ruas cheias de música e muita animação, onde pessoas de todas as idades aproveitam os dias quentes para celebrar.
A influência católica dá o nome à festa dos Santos Populares, mas originalmente as comemorações de junho aconteciam em regiões de tradições pagãs para celebrar o início do verão, a época de colheitas, da fartura e da fertilidade.
Atualmente, as festas tomam conta de todo o país durante o mês inteiro, e suas noites mais animadas são os dias de Santo Antônio, São João e São Pedro.
Lisboa e o santo casamenteiro
Lisboa tem como padroeiro Santo Antônio. Embora muitos acreditem que o Santo é italiano, ele nasceu em Lisboa, e é festejado em 13 de junho, dia de sua morte.
Para comemorar a data, todos os anos um casamento coletivo e gratuito é realizado na Catedral da Sé — esse ano, 16 casais participaram do evento. A tradição teve início em 1958, na Igreja de Santo Antônio, com o casamento de 36 casais.
Outra tradição relacionada ao Santo casamenteiro é o vaso de manjerico (um 'parente' do manjericão), também conhecido como 'erva dos namorados'. Isso porque na época de Santo Antônio os rapazes davam pequenos vasos de manjericos para as namoradas.
Esse gesto representava um compromisso sério e, ao receber o presente, a namorada deveria cuidar da planta durante um ano, até o manjerico ser substituído por outro, também no dia 13 de junho. Além da planta, o vaso traz ainda um cravo feito em papel e uma bandeirinha com um verso popular alusivo ao amor.
São João no Porto
No dia 24 de junho, é celebrado São João, conhecido como o 'apóstolo do amor'.
Diferente de Lisboa, o Porto tem como símbolo o alho-poró. Considerado um sinal de fertilidade, ele era usado pelos homens para bater na cabeça das pessoas que passavam pelas ruas. Hoje em dia o vegetal foi substituído pelos martelinhos de plástico, que fazem barulho todas as vezes que acertam a cabeça de alguém.
Também faz parte da noite de São João os balões de ar quente que iluminam o céu da cidade e uma queima de fogos com duração de 20 minutos às margens do rio Douro.
Já no dia 29 de junho as vilas costeiras de Portugal celebram São Pedro, padroeiro dos pescadores, como é o caso de Torres Vedras, Póvoa de Varzim, São Pedro da Afurada, Montijo, São Pedro do Sul, Sintra e os Açores.
Sardinhas, pregos e bifanas
O cardápio das festas dos Santos Populares é um capítulo à parte e merece destaque. O cheiro de sardinhas assadas toma conta das ruas, e é impossível resistir ao peixe, que pode ser servido sozinho ou no pão.
A tradição de comer sardinhas nos Santos começou em Lisboa e ganhou o país. Pequenas churrasqueiras são espalhadas pelas ruas, onde as sardinhas são colocadas lado a lado para assar. O segredo é temperar apenas com sal grosso e levar para a grelha bem quente.
Outros dois pratos típicos e muito procurados são as bifanas e os pregos. Bifana é um sanduíche recheado com carne de porco cozida à base de alho e vinho; já o prego tem como recheio carne de boi temperada com mostarda ou molho picante.
Para quem prefere doce, não pode deixar de experimentar as farturas portuguesas — rolos feitos à base de farinha, frito em óleo e polvilhado com açúcar e canela.
E, para beber, muita cerveja e ginjinha, um licor feito a partir da maceração da fruta da ginja (parecida com a cereja), e servido em pequenos copos de chocolate.
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