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'O poder da virilha à mostra': marca brasileira chegou à tour de Beyoncé

Marca brasileira está por trás dos looks de Nicolle Williams, coreógrafa de pole dance da nova tour de Beyoncé - Divulgação
Marca brasileira está por trás dos looks de Nicolle Williams, coreógrafa de pole dance da nova tour de Beyoncé Imagem: Divulgação

Rener Montana

Colaboração para Nossa

22/06/2023 04h00

"Eu quero ir aonde ninguém foi. Você já se divertiu assim?", canta Beyoncé em "Cuff It". Quem pode ter uma resposta para essa pergunta é uma marca brasileira.

A Rolling é quem veste os looks de Nicolle Williams, dançarina responsável pela coreografia de pole dance na "Renaissance Tour" — turnê que está girando o mundo atualmente e promete ser uma das mais lucrativas da história. Antes disso, a profissional usou peças da mesma marca também em uma turnê do rapper Snoop Dogg.

Desde seu surgimento, em 2017, a Rolling se destacou por suas peças criativas, de acabamento sofisticado e imagem marcante e em pouco tempo se tornou referência para praticantes e profissionais do pole dance.

Em seguida, começou a alcançar um público mais amplo, com roupas sexy e ao mesmo tempo possíveis para variados corpos e idades.

Nicolle Williams com look da Rolling no show de Snoop Dogg - Divulgação - Divulgação
Nicolle Williams com look da Rolling no show de Snoop Dogg
Imagem: Divulgação

Sexy no pole ou em casa

"A marca nasceu de uma necessidade", explicam Evilásio Miranda e Raquel Peréa, fundadores da etiqueta.

Há seis anos, a dupla tinha acabado de ampliar o studio de pole dance do qual eram sócios — e os alunos, tanto homens como mulheres, precisavam de acessórios que os ajudassem na performance, em especial para o floorwork, passo de dança que envolvem movimentos no chão. "Então desenvolvemos joelheiras e meias próprias para a prática. Essa foi a semente da marca".

Rolling defende fetiche para todo mundo - Divulgação - Divulgação
Rolling defende fetiche para todo mundo
Imagem: Divulgação

Primeiro, vieram os acessórios. Em 2018, vieram então os hamesses de corpo, acessórios elásticos e ajustáveis que complementam o look de forma sensual — esse foi o lançamento que abriu as portas da Rolling para o mercado internacional, além do mercado plus size.

Em 2019 e 2020, as roupas começaram a serem criadas por eles, como bodies supercavados e fio dental — sendo esses os mais vendidos, entre outros.

"Com a pandemia e a explosão dos conteúdos sensuais nas redes sociais, essas peças fizeram um enorme sucesso", relembram Evilásio e Raquel.

As pessoas compravam para sensualizar em casa. A partir daí não paramos mais de fazer roupas, que se tornaram nosso carro-chefe".

Sexy sem excluir

Rolling defende fetiche para todo mundo - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
Rolling defende fetiche para todo mundo - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Nas palavras dos fundadores da marca, o pole dance é mais do que uma dança ou ginástica. "É um direcionamento de lifestyle", dizem. A sensualidade e diversidade são dois pilares que regem o processo criativo por trás das roupas — feitas de poliamida com elastano e com muita pele à mostra, para garantir a fixação na barra, e que estão disponíveis do tamanho PP ao G5.

"Nossa comunidade é diversa em muitos aspectos, então nossa existência se baseia nisso", explicam os fundadores.

"Um ponto que consideramos muito importante é mostrar que uma roupa nossa, para um manequim maior, tem praticamente a mesma modelagem do manequim padrão. Não 'adaptamos', não 'cobrimos mais'. A mesma cava e o mesmo fio-dental da menina PP estão presentes na menina G5", explicam sobre a modelagem.

"Fazemos uma roupa que leva uma mensagem de poder, de possibilidades".

Fetiche geral

Rolling defende fetiche para todo mundo - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Como levar essa sexualidade para fora das quatro paredes? A tendência do fetishwear nunca esteve tão em alta — o que pode se tornar um momento propício para a marca focada no pole dance. "Nossas roupas são podem ser usadas montar um look de festa, de festival, de praia", justificam.

Sobre essas possibilidades, a dupla crava:

Queremos mostrar pra todo mundo o poder que tem uma virilha à mostra".

Quando questionados sobre o futuro — e o que pode ser ainda mais entusiasmante do que estar no palco com Beyoncé —, Evilásio Miranda e Raquel Peréa afirmam o desejo de ampliar o alcance do discurso.

"Trazemos uma mensagem poderosa de autoestima e amor-próprio, e sabemos que as pessoas precisam disso", comentam.

Figurino da nova balada

Diversidade e materiais elásticos estão presentes no processo criativo e execução das peças - Divulgação - Divulgação
Diversidade e materiais elásticos estão presentes no processo criativo e execução das peças
Imagem: Divulgação

Os próximos passos — mais concretos, tem como um dos destinos é a Love Cabaret — antiga e famosa Love Story, no Centro de São Paulo, que passou por uma renovação recentemente.

A Rolling será a responsável por vestir as apresentações de pole dance, que "pretendem ampliar as noções de corpo e fetiche com performances que partem do desejo".

As criações são para sete artistas, com shows distintos. Cada um com vontades, corpos e ideias de liberdade diferentes, o que fez parte do desenvolvimento dos figurinos.

"O processo criativo transitou entre momentos de iluminação e caos. O desafio era fazer roupas lindas para serem despidas e revelarem novas camadas igualmente lindas", diz Evilásio.