Colecionador de arte comprou apê por causa da luz: 'Não perder nenhum raio'
O universo do advogado carioca Eduardo Almeida, 35 anos, em São Paulo era idealizado desde que chegou à capital, 11 anos atrás. Depois de mais de uma década de aluguel, ele realizou o desejo: este apartamento de 145 m² concentra agora sua coleção de arte e de móveis brasileiros, tudo orquestrado pelo arquiteto Phil Nunes, do escritório NOP Arquitetura.
A reforma partiu desta coleção — veja quadros de Júlio Bittencourt, Gustavo Nazareno, Paulo von Poser, Adriana Varejão, Deborah Engels, Regina Parra, Luciana Levinton, Richard Hodara e Kiolo ali, posicionadas estrategicamente na moldura clara que o apartamento se torna.
O garimpo de móveis vintage, dos anos 1960 e 1970, se tornou outra história importante. A poltrona Lafer V, de Percival Lafer, e o par de poltronas Ouro Preto, de Jorge Zalszupin, ocupam lugar precioso no living.
No quarto está a Mole, de Sergio Rodrigues, e de volta à sala está o piano inglês Kemble, de 1951. Phil acrescentou nomes novos a essa bagagem cultural — tudo escolhido criteriosamente para realçar o acervo.
A luz natural farta, que entra por ali através das amplas janelas, é mais um ponto alto: foi, aliás, um dos motivos para bater o martelo pelo imóvel.
"Não queria perder nem um raio de luz por causa da reforma", conta o morador. Daí veio a escolha de manter os armários que se sobrepõem às janelas sem fundo na cozinha. A luz que entra atravessa a marcenaria e invade os espaços livremente.
No grande living, o hall de entrada se integra à sala e à cozinha, que assume os ares de um bar sofisticado. Dos três quartos originais, restaram o de Eduardo, com closet e um quarto de hóspedes.
Nesta pequena galeria de arte que se tornou a sala, a curadoria de obras se guiou por "expressões do que é ser humano". Mas não vá embora sem passar pelo lavabo, de ouvidos abertos na parede a escutar o que vier, sem medo. Há coragem para ser quem é, em todas as esferas.
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