Após tragédia de submersível, empresa aérea é criticada por voo ao espaço
O grupo Virgin, dono da companhia aérea Virgin Atlantic e da empresa aeroespacial Virgin Galactic, tem sido criticado na web por lançar seu primeiro voo comercial ao espaço após a implosão trágica do submersível que levava turistas ao Titanic no dia 18 de junho.
A companhia do bilionário Richard Branson enviará na quinta (29) três italianos acompanhados de um instrutor de voo na missão Galactic 01, que vendeu bilhetes a preços salgados: US$ 450 mil ou R$ 2,18 milhões.
No entanto, o turismo de alto risco — que tem atraído viajantes endinheirados a locais remotos — foi colocado em xeque pelo público, que acredita a segurança dos passageiros não é uma prioridade deste tipo de iniciativa.
"Não, obrigado, não quero ser procurado no espaço com um nível de oxigênio que dura por duas horas", palpitou um seguidor do perfil Pubity no Instagram, que compartilhou com seus 33 milhões de seguidores o anúncio feito pela Virgin Galactic. Diversos outros ainda levantaram preocupações.
"Então não aprenderam nada com o submersível?", questionou outro. "Preciso ver o controle antes", disparou um terceiro, em referência ao polêmico joystick de videogame que guiaria o Titan.
"Manchete de hoje: 10 bilionários agora desparecidos em uma nave espacial de US$ 100 milhões enquanto passeavam na Lua", ironizou mais um. Ainda teve quem dissesse que prefere "morrer de graça", embora haja quem tenha feito um contraponto: "A verdade é que é mais fácil ir ao espaço do que ao fundo do oceano", opinou um defensor da missão.
A Virgin Galactic já atua no mercado aeroespacial há cerca de duas décadas, mas seus voos antes eram reservados apenas para astronautas. Segundo o jornal The New York Post, a empresa planejava lançar a iniciativa comercial em 2013, no entanto o projeto foi postergado até que a autorização fosse dada pelo governo americano em 2021.
Apesar de um histórico majoritariamente positivo, três de seus funcionários morreram e outros três ficaram feridos em julho de 2007 no Mojave Air and Space Port, na Califórnia, durante testes de componentes da primeira nave SpaceShipTwo VSS Enterprise.
Já o teste final dos equipamentos que serão utilizados para as missões Galactic 01 e 02 foram completados em maio, após atualizações de segurança à frota. Apesar de divulgado como primeiro voo comercial, nesta primeira empreitada há estudiosos: viajam o Coronel Walter Villadei e o Tenente-coronel Angelo Landolfi, da Força Aérea Italiana, Pantaleone Carlucci, um engenheiro do Conselho Nacional de Pesquisas da Itália e o astronauta Colin Bennett, da Virgin Galactic.
Eles deverão embarcar às 11h da manhã de quinta na VSS Unity no estado americano do Novo México para um voo de 90 minutos. A bordo, eles conduzirão pesquisas sobre microgravidade. Como parte da missão, os tripulantes realizarão "13 experimentos autônomos conduzidos por humanos." O presidente da empresa, Michael Colglazier, explicou que esta é uma estratégia:
"Estamos lançando a primeira linha comercial espacial da Terra com dois produtos dinâmicos — nossas missões particulares de astronáutica e de pesquisas científicas. O próximo capítulo empolgante da Virgin Galactic foi guiado por inovação, determinação e compromisso para entregar uma experiência ao consumidor sem precedentes e verdadeiramente transformativa."
Em agosto, a companhia começará a levar donos de seus bilhetes milionários à fronteira espacial com o Galactic 02. Estão programados voos mensais. Cerca de 800 passagens já foram vendidas na última década, com valores iniciais de US$ 200 mil ou R$ 970 mil. Caso as missões, agora bem mais caras, sejam bem-sucedidas, a Virgin Galactic será concorrência para a SpaceX de Elon Musk e a Blue Origin de Jeff Bezos.
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