Este castelo com fama de mal-assombrado foi rejeitado até pela família real
O castelo de Edimburgo é a atração turística mais visitada da Escócia e uma das construções mais antigas e emblemáticas de toda a Europa.
Construído no século 12, o castelo de estilo medieval tem fama de ser mal-assombrado e guarda inúmeras histórias curiosas, que vão de rituais seculares que perduram até hoje a supostos tesouros perdidos.
O castelo foi abandonado como residência oficial da monarquia escocesa há mais de 300 anos. Desde então, ele é praticamente uma instalação militar que, nos últimos anos, tem recebido uma média anual de 1 milhão de turistas, segundo o governo da Escócia.
Construído sobre vulcão
Uma das grandes curiosidades sobre a construção do castelo de Edimburgo é que ele foi erguido literalmente em cima das rochas ígneas de um vulcão inativo há milhões de anos. Com a construção iniciada em 1130 a mando do rei escocês Davi 1º, o local ficou conhecido como castelo de pedra.
Quem passeia no centro de Edimburgo percebe o fato batendo o olho no castelo apenas uma vez. Além de ficar no ponto mais alto da cidade, cerca de 120 metros acima do nível do mar, é possível ver de longe que o castelo fica entalhado entre as rochas.
A escolha do local onde a construção está instalada tem a ver com segurança. Além da altitude proporcionar uma vista privilegiada de quase toda a cidade, o que seria decisivo em caso de uma invasão inglesa (naquela época, a Escócia não fazia parte do Reino Unido), a estrutura do castelo é protegida pelas rochas do vulcão, e a artimanha nunca falhou.
Até a unificação das coroas, os ingleses tentaram tomar o castelo dos escoceses em três ocasiões. Mesmo assim, a construção se manteve firme. Já durante a Primeira Guerra Mundial, um dirigível alemão atirou centenas de bombas sobre o castelo, mas nenhuma prejudicou gravemente sua estrutura de pedra.
Mal-assombrado?
Ente os inúmeros boatos que rondam a história do castelo, existe a crença popular de que o palácio é mal-assombrado devido aos acontecimentos macabros que já se passaram por lá.
Uma das lendas conta que um tocador de gaita de foles descobriu uma rede secreta de túneis sob o chão do castelo e foi obrigado a investigar. Ele nunca teria retornado, e pessoas que visitam o castelo afirmam ouvir o som da gaita no subsolo.
À parte das lendas, o castelo realmente tem alas macabras. Em diversos momentos históricos, ele abrigou prisioneiros de guerra que ficavam presos em celas minúsculas sem a luz do dia.
Na Primeira e na Segunda Guerra Mundial, abrigou prisioneiros e soldados. É possível visitar os pequenos quartos com cama de pedra onde eles dormiam, e os banheiros, com vaso sanitário no chão e chuveiro de metal pendurado no teto.
Escuro e desconfortável
Apesar de diversos reis e rainhas terem vivido no castelo durante a idade média, a monarquia escocesa nunca foi fã número um da construção.
Com ares de fortaleza contra os inimigos, o castelo tinha inúmeros problemas estruturais e estava longe de ser luxuoso. Falta d'água e de saneamento básico por conta da altitude e cômodos claustrofóbicos, escuros e frios faziam parte da rotina de reis e rainhas.
Mesmo assim, o castelo testemunhou muitos acontecimentos históricos da monarquia.
A rainha Maria de Guise morreu ali em 1560. Sua filha, Mary Stuart, quase morreu dando à luz a James 6º em um quarto minúsculo no ano de 1566. Hoje em dia, os turistas que visitam o lugar se aglomeram para ver, pelo lado de fora, o quarto (com mobília original da época) onde o rei nasceu.
O último monarca a dormir no castelo de Edimburgo foi o rei Carlos 1º, em 1633. Depois disso, a monarquia abandonou o endereço de vez e mandou construir o Palácio de Holyrood, que é usado até hoje pela realeza britânica.
Desde essa época, o castelo de Edimburgo se tornou uma base militar ativa. Hoje, os soldados vivem em quartéis no terreno do castelo e o Paço Real permanece desabitado, servindo apenas como atração turística.
Os turistas amam
Visitar o castelo de Edimburgo é uma experiência imperdível para os turistas. O ticket que dá acesso ao castelo custa £19,50 (cerca de R$ 120) e a dica é comprar pela internet, já que a fila na porta costuma ser grande.
As visitas não são limitadas por tempo e o viajante pode conferir as instalações na ordem que preferir. Entre os destaques principais, fica a capela de Santa Margarida, construída no século 12 e considerada o edifício mais antigo da cidade, e as joias da coroa, que incluem a coroa real feita para Jaime 5º e usada pela primeira vez em 1540, um cetro e uma espada e a famosa "pedra do destino". Todos os apetrechos foram usados recentemente na coroação do rei Charles 3º.
Além disso, o pavilhão do palácio real onde viveram reis e rainhas também são abertos ao público, mas alguns cômodos com mobília original são protegidos e ninguém pode passar da porta. O castelo possui também vários locais com foco militar, incluindo museus, um memorial de guerra, exposições, e uma prisão de guerra.
Do lado de fora, a paisagem incrível da cidade de Edimburgo permite observar a cidade inteira em 360 graus. Além disso, próximo à entrada do castelo, fica localizado o One o'Clock Gun, um canhão que ainda é disparado diariamente às 13h, exceto aos domingos, desde 1861.
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