5 boas razões para visitar o novo Museu da Broadway, em Nova York
Para onde vão os figurinos, adereços e cenários dos musicais da Broadway depois que as peças saem de cartaz?
Até pouco tempo, a maioria ia para o lixo pela simples falta de recursos dos produtores em manter o aluguel de um depósito para guardá-los. Agora, eles têm a chance de chegar a um destino bem mais glamouroso: o Museu da Broadway.
Inaugurada no final de 2022, a nova atração-sensação de Nova York está aberta a receber itens marcantes — assim como os que deram origem ao acervo atual, montado com relíquias doadas por atores, produtores e organizações de artes cênicas.
Pertinho da Times Square e ao lado do Lyceum, o teatro mais antigo de Manhattan, o Museu da Broadway distribui em três andares e mais de 2.400 metros quadrados cerca de 1000 fotos e objetos, de adereços originais a figurinos que encantaram a milhões de espectadores nas salas de teatro.
O espaço é organizado cronologicamente, do início da Broadway em meados do século 18 às produções atuais. Mais de 500 musicais estão contemplados e ajudam a contar esta história.
A reportagem de Nossa esteve por lá e destaca cinco bons motivos para incluir o museu no seu roteiro por Nova York — e uma ressalva que o viajante deve pesar nessa decisão. Vamos lá:
1. Ver fantasias originais dos musicais
Desenhadas para serem vista de longe, lá no palco, aqui elas estão a palmos de visão.
É a chance de observar de perto os detalhes de trajes e acessórios, como as luxuosas roupas de época de "O Fantasma da Ópera" e as máscaras e fantasias articuladas de "O Rei Leão" — consideradas uma inovação, pois colocam à vista do público tanto o personagem como o ator "por trás" do animal.
Há ainda itens como a peruca original usada pela intérprete de Eva Perón na estreia de "Evita", em 1979, e os figurinos multicoloridos de 'Hair', peça que virou tradução do movimento Flower Power.
Além de fantasias e adereços pra lá de identificáveis pelo público em geral, há curiosidades "secretas", como o vestido de renda usado por Meryl Streep na sua estreia na Broadway, em 1975, na peça "Trelawny of the 'Wells'". Intrigado? Vale matar a curiosidade com o registro da atriz jovencita:
2. Entrar nos cenários das peças
Este é um dos destaques do museu. Cenógrafos de alguns dos musicais mais marcantes da Broadway trouxeram ambientes dos palcos para a "vida real" ou criaram adaptações.
No espaço de "West Side Story" (que você, assim como eu, vai se lembrar como "Amor, Sublime Amor"), entramos na Doc's Drugstore, uma vendinha recriada com detalhes de época, desde a caixa registradora aos produtos na prateleira. Há ainda notas originais da criação do musical e vídeos com silhuetas de dançarinos fazendo as coreografias da peça.
Na área de "Rent", musical que acompanha a vida de amigos boêmios no bairro de East Village, há elementos urbanos desse polo cultural de Manhattan — com direito a um telefone público e um projetor de filme.
O som ambiente de cada sala ajuda a entrar no clima. Enquanto você circula por uma plantação de milho, a canção "Oh, What a Beautiful Mornin" dá a pista: estamos no cenário de "Oklahoma!", peça que deu origem ao filme homônimo considerado um clássico dos musicais de Hollywood.
E fãs de "O Fantasma da Ópera" vão curtir o lustre de 13.917 cristais (um para cada dia de apresentação da peça, que estreou em 1988) que, dependendo do ângulo que se observa, forma uma imagem flutuante da icônica máscara do protagonista.
3. Aprender (e muito) sobre a Broadway
Logo ao entrar na primeira sala (após passar por dentro da lojinha do museu, que pode ser visitada mesmo sem ingresso), você começa a mergulhar no universo Broadway por meio de projeções interessantes que narram não apenas a história dos teatros de Nova York como a transformação da região da Times Square.
É curioso imaginar que esta área, hoje o 'coração' das principais salas de musicais e um dos cartões-postais de Manhattan, era famosa pela prostituição e crimes violentos numa nem tão distante década de 1970.
Nas salas seguintes, segue a viagem histórica, com corredores forrados por painéis de informações. Você vai encontrar uma miscelânea de colagens de fotos antigas, cartazes de musicais e textos que contam a saga dos teatros nova-iorquinos até as produções atuais — está ali, por exemplo, o pôster de "MJ - The Musical", peça sobre a vida de Michael Jackson que estreou em 2022.
4. Dar uma espiadinha atrás da cortina
"As pessoas não percebem que os musicais levam 5, 7, até 10 anos para serem montados", disse Julie Boardman, uma das fundadoras do Museu da Broadway, ao jornal The New York Times. Por isso, ela fez questão de incluir um setor, no primeiro andar, que leva os visitantes aos bastidores da produção de um espetáculo.
Ali estão esboços originais de figurino, cenografia, iluminação, som e orquestra, em um ambiente que mescla vídeos, entrevistas, projeções, maquetes e cenários em tamanho real — como o de um camarim com o espelho rodeado de luzes, um clássico do ideário sobre os bastidores. Tudo contribui para entendermos o trabalho hercúleo que é tirar do papel um musical da Broadway.
5. Tirar selfies, como não?
Nestes tempos em que "se não postar, não vale", todo museu tem que ter seus cantinhos instagramáveis. Aqui não é diferente.
Há vários cenários feitos exclusivamente para cumprir essa função. Você pode fazer de conta que está no escritório de Max, do "The Producers"; ver-se refletido inúmeras vezes na sala de espelhos de "A Chorus Line"; ou virar miniatura perto de uma jukebox gigante.
Mas a selfie certeira pode ser mesmo no mais simples: um balanço com as cores e desenhos que remetem ao musical "Hair". Outra boa dica: a escada que desce para o primeiro andar, com neon, degraus amarelos e paredes verdes. É fazer a pose e clicar.
Para pensar: precisa tempo e disposição
Superfãs da Broadway podem cravar no roteiro o museu. Ali tem tudo para agradar os aficionados, desde os clássicos a descobertas inusitadas.
Porém, para os não-iniciados nesse universo vale a ressalva: o Museu da Broadway vive uma dualidade. Apesar de assimilar obras interativas e ambientes para selfie feitos para agradar novas gerações, ele tem um quê de museu do passado, marcado especialmente na grande quantidade de painéis em texto que o visitante tem para ler durante o percurso.
É preciso tempo e alguma disposição se você quiser mergulhar a fundo e não perder nenhuma linha. Eles recomendam uma média de 90 minutos para o circuito, mas em dias mais cheios — como quando Nossa visitou —, o movimento nos corredores pode prolongar esse tempo e atrapalhar o efeito imersivo, um dos chamarizes do museu.
Mas dá para "pular" alguns dos escritos e apenas ser feliz com as luzes, cenários e figurinos? É claro. Afinal, esta é a magia da Broadway.
Serviço
Museum of Broadway
Onde: 145 West 45th Street
Horário: 9h30 às 18h30; e sábados das 9h30 às 20h.
Ingressos: entre US$ 25 a US$ 69.
Onde comprar: www.themuseumofbroadway.com/tickets
* O jornalista viajou a convite a convite da Delta Air Lines e da New York City Tourism + Conventions.
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