Por que visto dos EUA pode ser negado? Veja o que fazer
Para turistas que sonham visitar os EUA — ou que veem no país seu destino favorito —, ter o visto negado pode ser o pior pesadelo. Isto porque, sem o documento, não é permitida a entrada de cidadãos brasileiros no país.
Existem alguns cuidados, contudo, que o viajante pode tomar para evitar que suas férias sejam canceladas. O primeiro deles é se programar: com as filas ainda longas para a obtenção do documento devido ao acúmulo de pedidos durante a pandemia, quando os consulados só atendiam a casos emergenciais, não é recomendado comprar passagens ou firmar outros compromissos financeiros antes da emissão do visto.
A advogada especializada em imigração para os EUA Ingrid Baracchini explica que um dos principais motivos para a negação de um visto americano é a falta de cuidado no preenchimento do formulário. Por isso, confira se está se candidatando ao tipo correto de documento: o visto B1/B2, que dá direito à chegada nos Estados Unidos para turismo, entre outras informações.
"Muitas pessoas subestimam a importância desse passo crucial e acabam cometendo erros que podem levar à negação. É essencial preencher corretamente o formulário DS, fornecendo informações precisas sobre sua profissão, renda e histórico educacional. Além disso, é fundamental atentar-se à data da viagem e adequá-la às circunstâncias ou indicar que ainda não há uma data definida. Um formulário bem preenchido é o primeiro passo para aumentar as chances de aprovação", salienta.
E se negarem o visto?
Não conseguir o documento na primeira tentativa não quer dizer que o turista está permanentemente impossibilitado de entrar nos EUA. Mas é importante tentar identificar o motivo pelo qual o pedido foi negado. Há casos em que ter começado a trabalhar no atual emprego há pouco tempo pode levar a uma rejeição por "falta de vínculo" com o país de origem — neste caso, Ingrid recomenda aguardar o período de férias, após um ano de serviço, para tentar novamente.
"É importante agir de acordo com as instruções fornecidas pelo consulado para aumentar as chances de sucesso na próxima tentativa", salienta a advogada. Como os pedidos são analisados pelos consulados caso a caso, pode ser interessante contar com a assistência de profissionais especializados nesse tipo de processo após receber o "não". Assim, evita prejuízos financeiros e um atraso maior na viagem dos sonhos.
E dá pra recorrer um visto negado?
Não existe um processo formal e nem reembolso das taxas. O viajante deve refazer o processo completo para tentar novamente.
E quando posso tentar novamente?
Como não existe um tempo fixo de "espera" entre um pedido e outro ou um processo de recurso para um visto negado, o viajante precisa ter em mente que deverá passar pelo processo desde o começo novamente — inclusive pagando as mesmas taxas mais uma vez, já que os valores gastos em tentativas anteriores não são reembolsados. Por isso, também é interessante manter uma reserva financeira, que possibilite este tipo de investimento.
"No Brasil, a taxa para solicitação de visto não é especificamente maior para vistos negados em comparação aos vistos aprovados. A taxa é determinada com base no tipo de visto e no processo de solicitação, independentemente do resultado. É importante estar ciente das políticas e valores de taxa estabelecidos pelo consulado americano no momento da aplicação", aconselha Ingrid.
Emissão de vistos de turista está mais cara
Os vistos de não imigrantes que não necessitam de petição — ou seja, o apoio ou "patrocínio" de empresas ou indivíduos — como é o caso dos vistos de turistas (B1/B2) ficaram mais caros desde 17 de junho. A taxa cobrada para a emissão do documento passou de US$ 160 (R$ 766) a US$ 185 (R$ 886), um aumento de cerca de 15,6%. No entanto, o valor final ainda é menor do que o sugerido pelo órgão em dezembro: US$ 245 ou R$ 1.173,50.
O último reajuste dos valores havia sido feito em 2012, embora parte da lista de vistos afetados pela atual tabela tenha sofrido alterações em 2014, segundo informações do jornal El País. Os vistos de turista não foram os únicos que ganharam novos valores — os valores mudam também para intercambistas, viajantes a negócios, trabalhadores temporários, entre outros.
Os custos de candidaturas a vistos de classe H, L, O, P, Q, e R subiram de US$ 190 (R$ 910) a US$ 205 (R$ 982) um aumento de 7,9%. Já os BCCs (Cartão de Cruzamento de Fronteira, expedido para cidadãos mexicanos a partir de 15 anos) foram de US$ 160 (R$ 766) a US$ 185 (R$ 886) assim como os vistos de turistas — uma correção de 15,6%.
As taxas para a categoria E passaram de US$ 205 (R$ 982) para US$ 315 (R$ 1.508,80), uma variação de 53,7%. Anteriormente o procedimento que sofreria o maior aumento, a emissão de dispensa de visto de visitante de intercâmbio para dois anos de residência será mantida em US$ 120 (R$ 574,80) temporariamente. O reajuste foi adiado. Confira qual é o seu tipo de visto não imigrante:
Informações mais detalhadas também podem ser encontradas no site do Departamento de Estado, no Bureau of Consular Affairs. Segundo o relatório disponibilizado no Federal Register com os detalhes das correções de valores, os custos são atualizados para cobrir os serviços consulares oferecidos, já que os valores atuais não estariam cobrindo a alta demanda pelos documentos.
O governo do presidente Joe Biden, após uma consulta aberta ao público que durou 60 dias (até 28 de fevereiro), revelou ter recebido questionamentos a respeito do impacto da alta dos vistos no turismo e, principalmente, na comunidade de estudantes internacionais.
Estas queixas resultaram nos aumentos mais modestos do que o previsto no fim de 2022. No entanto, o Departamento de Estado não acredita que as novas taxas impedirão que turistas e outros visitantes se candidatem à entrada no país.
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