Ele rodou 60 mil km e foi a 26 países em Uno 1.0 da ex-sogra: 'É o Sandrão'

Projetando que aquele seria seu maior companheiro nos próximos anos, ele decidiu dar um nome ao carro. Tudo surgiu em uma brincadeira. "Estava com meu amigo, olhamos para ele e falamos: 'tem cara de Sandro'. E ficou 'Sandrão'", explicou.

Em janeiro de 2021, a primeira viagem: ele dirigiu de Nova Odessa (SP), no interior, onde mora oficialmente, até Caraguatatuba (SP). Do litoral paulista, ainda foi a Angra dos Reis (RJ). Era só o início de uma aventura muito maior.

O 'start' da viagem

Hoje, a estrutura do carro está mais robusta: tem um fogãozinho improvisado e um cooler funciona como "geladeira". O banheiro, fora do carro, é na verdade uma barraca com um vaso portátil.

Já a energia é obtida por meio de placa solar. Isso permitiu que ele saísse do Brasil no dia 3 de março de 2022 rumo aos Estados Unidos.

Até chegar lá, passou por Paraguai, Argentina, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala e México.

Em solo norte-americano, ele percorreu 30 dos 50 estados ao longo de nove meses. De Miami, ele enviou Sandrão para Portugal. Pegar o carro de volta, no entanto, foi um verdadeiro perrengue.

Foram 25 dias de muito estresse e muita dor de cabeça correndo atrás de alfândega, despachante, papel para lá e para cá, até que consegui liberar o carro. Foram 4 mil euros gastos só nisso.

Com o Sandrão recuperado, Luiz começou outra jornada partindo de Lisboa: rodar a Europa. Desde então foram 11 países em quase três meses: Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda do Norte, Irlanda e Itália, além do País Basco.

"O objetivo principal era chegar à fábrica da Fiat em Turim, na Itália. Conheci a La Pista 500 [uma pista com um jardim suspenso, que faz parte de um complexo de exposição da Fiat em Turim] no começo de agosto, que antigamente testava os carros", afirmou ele. Segundo Luiz, o Sandrão foi o primeiro Uno brasileiro a fazer o circuito de 1,5 quilômetro.

Torre Eiffel e Big Ben foram marco

Toda a jornada foi compartilhada por ele em um perfil no Instagram dedicado ao projeto — o Um a Uno. Por lá, ele mantém comunicação direta com fãs do modelo do carro e apoiadores da sua viagem.

Entre tantos países e lugares turísticos que visitou, Luiz revelou alguns pontos altos de toda essa odisseia. "Acho que o lugar que eu mais gostei foi Madri, que apesar do calor é uma cidade bem legal. As cidadezinhas da Holanda também são muito bonitas e organizadas."

Em seu trajeto, ele cortou todo o interior da França e passou por diversas vilas até chegar à Torre Eiffel, em Paris. Ele considera isso um marco da viagem.

Depois, atravessou o Canal da Mancha para chegar perto do Big Ben, na Inglaterra. Sim, no país da mão inglesa, Luiz enfrentou o trânsito conduzindo seu carro do lado esquerdo. "No começo foi estranho, mas depois de uns dois dias me adaptei."

Viagem vai virar livro

Mesmo com seu objetivo alcançado, Luiz deve permanecer rodando o Velho Continente por mais um tempo. Em agosto, porém, ele desembarcou no Brasil para uma realização pessoal: lançar um livro no dia do seu aniversário de 40 anos, no final de setembro.

Sandrão ainda não voltou — ficou "descansando" em uma garagem em Roma. "Logo voltamos para resgatar nosso amigo e continuar nosso rolê", escreveu em uma postagem no Instagram.

Em seu livro, Luiz vai contar toda sua história, desde a infância, até a aventura com Sandrão. "Vai ser uma comemoração dos meus 40 anos e serão 40 histórias da minha vida e dessa trip aqui, com o carro. Tudo o que eu passei durante o caminho."