Melhor confeiteiro do mundo ama cocada e celebra brigadeiro: 'É fabuloso'
Premiado duas vezes como melhor confeiteiro do mundo pelo The Best Chef Awards, Antonio Bachour é um verdadeiro mapa-múndi dos doces.
Filho de libaneses, nascido e criado em Porto Rico e radicado em Miami, nos Estados Unidos, o confeiteiro viaja o mundo esbanjando referências saborosas e variadas em doces de diversos formatos e origens.
Em breve passagem pelo Brasil, onde esteve nos eventos de comemoração dos 100 anos do Copacabana Palace e cozinhou ao lado de um "dream team" da confeitaria que incluía a equatoriana Pia Salazar — eleita Melhor Chef Confeiteira da América Latina pelo 50 Best Awards 2023—, a mexicana Maribel Aldaco, e as brasileiras Bianca Mirabili (Evvai), Diana Moreira (Copacabana Palace) e Lisiane Lemos (Origem), o chef falou com Nossa e não esconde que doce não é só profissão. É paixão.
Sempre tive um grande interesse por doces e confeitaria. Quando era criança, via a minha mãe preparando diferentes doces libaneses e adorava assistir ao processo e sentir os aromas de pistache, mel, rosas, nozes, e ver como eram feitas as massas, conta.
Pelo lado paterno, o açúcar também corria no sangue, uma vez que o também imigrante libanês chefiava uma confeitaria e deixava o pequeno Antonio brincar com a farinha.
"Pouco a pouco, isso transformou-se numa paixão para mim, um lugar onde a minha imaginação e criatividade ganhavam forma, sabor, cor e aroma, e onde podia deliciar a vista", se derrete.
Mundo é livro de receitas
Após passar por diversos hotéis em Porto Rico e Miami, foi pelo Bal Harbour St. Regis, na Flórida, onde trabalhava como chef executivo de confeitaria, que foi apontado como um dos "10 melhores chefs de confeitaria" na América, em 2011.
No mesmo ano, partiu para aprender mais sobre a clássica pâtisserie francesa com Philippe Givre, na L'École Valrhona.
Em 2018, vence pela primeira vez o Best Pastry Chef Award, principal plataforma de prêmios culinários a nível mundial que voltaria a láurea-lo em 2022.
Hoje à frente de quatro restaurantes nos Estados Unidos e México, Bachur ainda assina cinco livros e com tantos carimbos no passaporte crava:
Todos os países contam uma história na comida. A emoção que sentimos ao comer doces está sempre associada à felicidade e alegria.
Ainda que reconheça que a vanguarda está hoje na Europa e na Ásia, reconhece que na América Latina também está surgindo um grande interesse em criar coisas novas.
"Tenho raízes árabes, latinas, americanas e europeias, mas admito que os países africanos e asiáticos também me fascinam".
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Quero receberNo Brasil, brigadeiro e cocada
Ao contrário de colegas famosos, Antonio não torce o nariz para o brasileiríssimo brigadeiro:
Acho fabuloso, pois é a combinação perfeita de chocolate e o doce de leite. Na minha opinião, é algo muito latino e representativo desde o México até à Patagônia, opina.
Porém, é outra paixão doce brasileira que mais encanta o chef: "Adoro a cocada, porque o coco é uma das minhas frutas favoritas por sua versatilidade e sabor".
Sem açúcar, com afeto
Fã do que as frutas podem proporcionar na confeitaria, Antonio prefere ressaltar os sabores naturais e respeitá-los a simplesmente acrescentar mais açúcar.
E é com isso em mente que ele aposta em doces mais "conscientes" em termos de sustentabilidade, preocupação com o ambiente e a tendência para uma vida mais saudável.
"Acredito que as pessoas procurarão sobremesas com menos gorduras e açúcares adicionados, bem como opções veganas, sem comprometer o sabor e a qualidade. O prazer que um bom doce proporciona ao paladar é fundamental".
Ao seu maior prazer gustativo, Antonio volta mais uma vez à infância e entrega que não há nada melhor que o baklava feito pela sua mãe....
... mas volta atrás:
Na verdade, eu adoro todos os tipos de doces. Mais uma vez, digo que sou um amante de doces, sobremesas e confeitaria, confessa, apaixonado.
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