Praia, balada e até diversão grátis: Tel Aviv é joia democrática de Israel
Tel Aviv não ostenta o título popular de "cidade mais vibrante do Oriente Médio" por acaso. Nem durante a pandemia a maior cidade de Israel desacelerou: ganhou novos hotéis, mais bares e restaurantes, novas áreas de convívio público.
Ao contrário do que muita gente pensa, Israel não é só religião e monumentos e Tel-Aviv é só uma das muitas provas disso, representando o maior centro empresarial, gastronômico e cultural do país.
Totalmente reaberta para o turismo internacional desde o segundo semestre de 2022, Tel Aviv é, sim, bem cara para turistas e moradores, como mostram inúmeras listas de 2022. Porém, a má notícia esconde o que a cidade mais liberal de Israel tem de melhor: praias, parques e boulevards repletos de espaços de convívio social. Todos gratuitos.
Boa parte do Boulevard Rothschild, principal artéria da região central da cidade, é tomada por gramados, bancos e até pufes. Há quiosques com comes e bebes aqui e ali e diferentes miniestações repletas de livros gratuitos à disposição de moradores e turistas.
Essas mini estações estão providencialmente presentes também na beira-mar — que conta em seu calçadão com diversos pontos para descanso, com locais para sentar à sombra, num impressionante projeto urbanístico.
E por falar em praia, como sua personalidade mais europeia que do médio-oriente, é também um importante resort Mediterrâneo, com mais de 14 quilômetros de orla ladeada por um calçadão de 22 quilômetros.
A atmosfera à beira-mar lembra muito o Rio de Janeiro, com uma concentração impressionante de cadeiras e guarda-sóis por metro quadrado, muitas redes de beach volley, beach clubs e até barraquinhas vendendo açaí. Assim como nas praias cariocas, há "postos" que atraem especificamente público religioso, famílias não-reliogosas, o público gay e até mesmo uma que se pode frequentar com cães (aliás, esta é a cidade mais friendly para estes pets no mundo).
No verão e na primavera, este é o point de locais e estrangeiros em busca de relaxamento, esportes e danças ao ar livre, mar tranquilo e, claro, paquera. Para todo mundo.
A atmosfera local é extremamente LGBTQIA+ friendly e a Parada Gay de Tel Aviv, que acontece anualmente em junho, é uma das mais movimentadas do planeta.
Outra opção ao ar livre para todos os gostos e bolsos é o Porto de Tel Aviv, parte revitalizada da cidade com várias opções de restaurantes, cafés e pontos de descanso para aproveitar a brisa necessária nos dias mais quentes.
A pé tem de tudo e mais um pouco
Por toda Tel Aviv, há oferta cultural quase tão abundante quanto as bicicletas e patinetes que cortam a cidade com impressionante velocidade, dia e noite. E a cidade ainda por cima é perfeita para ser explorada a pé, sobretudo em alguns de seus bairros mais gostosos.
Destaque para o coloridíssimo Neve Tzedek, primeiro bairro judeu de Tel Aviv — também conhecido como "o bairro da Mulher Maravilha", uma vez que a atriz Gal Gadot mantém uma casa por lá. A região foi fundada em 1887 (22 anos antes da fundação de Tel Aviv e 61 anos antes do Estado de Israel) por um pequeno grupo de famílias judias que desejavam viver fora do limite da cidade portuária de Jafa, já superpovoada na época.
Até 20 atrás não poderia imaginar a gentrificação e chegada de galerias de arte, lojinhas pouco convencionais, restaurantes e cafés que lotam a rua Shabazi.
Ao se perder pela caminhada é possível ainda se deparar com o Suzanne Dellal Center, a instituição de dança que deu origem às consagradas Batsheva e Avshalom Pollak sediada no Edifício Yerushalmi.
Para os apaixonados por urbanismo e arquitetura, a maior cidade de Israel também é um rico deleite. No Boulevard Rothschild, são inúmeros os exemplos da escola arquitetônica Bauhaus, com 4 mil construções espalhadas pela cidade (a maior quantidade de edificações do estilo no mundo). Há até um centro na cidade (bauhaus-center.com) responsável pela reunião de informações sobre os prédios, além de tours para vê-los de pertinho.
Viva a noite - até sentado
Curiosamente, Tel Aviv é uma das poucas cidades em Israel que não para nem mesmo em shabat (dia de descanso para a comunidade judaica) e, por isso, não surpreende ver a Grande Sinagoga local fechada (e isolada com grandes blocos de concreto), enquanto bandos e mais bandos de jovens se espalham pelas ruas.
A programação noturna de Tel Aviv é um dos principais motores de atração turística da cidade e não faltam opções.
Para quem quer começar a noite com calma, a recomendação é se espalhar pelos vários bares, como o The Common (@kempinski.telaviv), o abraXas bar (@abraxasTLV) e seus banquinhos e balcões que inspiram paquera, o bar de vinhos Tirza (@tirza.tlv), ou o Cappella (@cappella.tlv), um bar de coquetéis atrevido do edifício Hagag que proíbe o uso de telefones celulares.
Nascido em plena pandemia, o Clavis Club (@clavis_club) é um bar e night club aberto apenas para membros. Não há site oficial, apenas um grupo homônimo no Facebook. A entrada acontece através de uma discreta porta preta sem letreiro nem número, ao lado da Sotheby's — mas só para quem tem o código da porta naquela noite, trocado religiosamente e divulgado apenas no grupo (cada membro do grupo pode levar amigos ao local).
O Rabbit é outra bela investida na vida noturna no Boulevard Rothschild e arredores. A portinha estranha, com direito a leão de chácara, parece levar a um inferninho. Mas o bar, no andar superior, guarda ambientes sofisticados, cada um com decoração mais irreverente que o outro.
Fãs de espaços mais alternativos vão gostar dos sempre lotados Sputnik e Kuli Alma, que contam com diversos ambientes, inclusive com playlists distintas em cada um deles.
Na noite mais gay friendly do planeta, o Layla TLV é um dos grandes queridinhos, atraindo para sua pista uma das aglomerações mais heterogêneas de Tel Aviv. Plural, liberal, democrática e inclusiva como a própria cidade.
Para os que buscam uma balada com "lugar para sentar", o rooftop Hive (@hive_tlv) é a pedida dos cansados (mas não desanimados). Em noite quente, nada melhor que mesinhas ao ar livre, uma discotecagem animada e, claro, banquinhos.
Uma maneira prática de turistas conseguirem entrar no local é entrando em um dos tours privativos de nightlife que passaram a acontecer na cidade.
Paraíso dos foodies
Tel Aviv é famosa também por sua rica gastronomia. Para quem quer circular como um local e sentir toda a riqueza de sabores e aromas da culinária israelense, um passeio pelos "shuks" (os mercados de rua) é indispensável, seja no movimentadíssimo Carmel, no tradicional Levinski ou no descolado Sarona.
Há também uma variedade imensa de restaurantes — são mais de 4.000 restaurantes espalhados por uma cidade de menos de meio milhão de habitantes.
Seja qual for seu estilo e vontade, ali você acha, qualquer dia da semana, desde pratos clássicos da comida de rua israelense a estabelecimentos especializados em cozinha mediterrânea, espanhola, francesa, asiática etc.
Há desde os queridinhos da cozinha internacional Taizu e North Abraxas, ao descolado Cafe Puaa, com suas comidinhas para compartilhar (@puaacafe), passando pelo Manta Ray (@mantaraytelaviv) e seus frutos do mar.
A comida de rua também é puro deleite na cidade. Hummus, falafel, kebabs e sabich (o delicioso lanche que leva berinjela, ovos, hummus, tahini
e salada no pão pita) são escolhas infalíveis por muitos lugares da cidade.O instituto de culinária Asif é outro programão para conhecer a autêntica cozinha local. O espaço celebra a culinária israelense explorando suas raízes e influências tanto no café e restaurante vegetariano como também em uma biblioteca aberta, uma galeria de exposições, uma horta orgânica e uma delicatessen que vende apenas produtos feitos em Israel. O hub gastronômico cultural HaTachana (@park_hatachana) é mais um destaque. A antiga estação de trens localizada entre a praia e Neve Tzedek foi totalmente revitalizada e transformada.
Aos veganos, uma ótima notícia: Tel Aviv é a capital da dieta com zero uso de ingredientes de animais no mundo. O orgulho vegan é tamanho que até mesmo nos hoteis é oferecido primeiro o leite de aveia.
A história mora ao lado
Fundada em 1909, Tel Aviv era originalmente um subúrbio da antiga Jafa, com seus possíveis mais de 4.000 anos de história. Hoje, são cidades diferentes, mas complementares.
Se Tel Aviv é a modernidade encarnada, Jafa é obrigatória para explorar a rica história em atrações como o mercado de pulgas, as ruas da cidade antiga, a vista do parque Abrasha para o mar, a Igreja de São Pedro e até a esotérica Wishing Bridge, com, placas dos signos do zodíaco que realizariam desejos.
Neste trecho da cidade, derrubam-se os mitos da convivência de judeus, muçulmanos e cristãos que terrorizam o Oriente Médio. A antiga Jafa e a moderna Tel Aviv são para todos.
*As jornalistas viajaram a convite do Ministério do Turismo de Israel no Brasil
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