Uma viagem pela rota do bourbon e do whiskey em Kentucky e Tennessee
O sul dos Estados Unidos é conhecido por ser o epicentro da música americana e também por locais que marcaram a história do país. Mas há uma rota ainda pouco conhecida e explorada pelos brasileiros: a do bourbon.
Assim como o Nappa Valley, na Califórnia, atrai os amantes de vinho, os Estados de Tennessee e Kentucky formam um circuito para os apaixonados pelo bourbon— e o "Tennessee whiskey" (entenda abaixo a diferença). Há inúmeras destilarias abertas à visitação.
No roteiro, o visitante aprende como é produzida a bebida. Mas não é só: há degustação de bourbon, exposições que contam a história das destilarias e até experiências gastronômicas.
Bourbon X "Tennessee whiskey"
O bourbon é uma bebida norte-americana da mesma família do uísque, originalmente escocês. Tem mais de 40% de teor alcoólico e é produzido a partir do milho. As estradas da rota são dominadas por plantações do grão.
Cerca de 95% das destilarias de bourbon dos Estados Unidos estão em Kentucky, onde a bebida foi criada, no século 18. Nesse Estado, também surgiu o mais famoso frango frito dos EUA, o Kentucky Fried Chicken (KFC) ou frango frito do Kentucky.
Atualmente, o Estado tem mais de 70 destilarias de bourbon. Dessas, 17 estão abertas à visitação.
Ali do lado, no Tennessee, também há diversas destilarias. Porém, a bebida produzida em muitas delas é a chamada de "Tennessee whiskey" (com essa grafia, diferente da que é usada para a bebida de origem escocesa).
Mas qual é a diferença? O processo de produção. A fabricação do "Tennessee whiskey" usa carvão. O do bourbon, não.
Tennessee
A reportagem de UOL começou a rota do bourbon em Nashville, no Tennessee. Epicentro da country music, é um local que vale a pena conhecer. Cheia de bares especializados nesse gênero musical em sua rua central, a Broadway, a próspera capital do Estado também se destaca pela preservação histórica.
Em Nashville, a melhor opção de hospedagem para quem quer explorar a cidade é o centro. Entre os destaques estão o Hilton (Avenida 4th, 121; US$ 470 por dia), bem ao lado da Broadway, e o hotel de design Dream (Avenida 4th, 210; US$ 315 a diária).
Para quem quiser economizar, a região do aeroporto, a 10 km do centro, oferece inúmeras opções de hotéis confortáveis com preços entre US$ 100 e US$ 150. É uma boa opção para quem está de carro, pois a maioria tem estacionamento gratuito.
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BARES E RESTAURANTES
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Quero receberVisitar a mais famosa destilaria dos EUA, a Jack Daniels (Lynchburg Highway, 133), é um dos passeios de destaque para quem visita Nashville. A fábrica fica em Lynchburg, a 120 km da capital do Tennessee. A viagem leva pouco mais de uma hora.
Na Jack Daniels, fabricante de Tennessee whiskey, há três opções de ingressos. O tour custa US$ 20 e mostra as instalações da fábrica e todo o processo de produção da bebida.
O ingresso de US$ 30 dá direito a degustação e, por US$ 5 extras, o visitante pode experimentar também as bebidas topo de linha da marca. Outra atração é o museu, que conta a história da fabricante por meio de objetos, documentos e até carros.
A melhor base no Kentucky
A rota do bourbon está nas imediações de grandes cidades, como Louisville (280 km percorridos a partir de Nashville) e Lexington (340 km). Para quem quer viver uma experiência de cidade grande, ambas podem ser boas bases.
Em Louisville, há opções de acomodação interessantes no centro, como o moderno Omni (Rua 2nd, 400; US$ 230 a diária) ou o hotel de design histórico 21c Museum (Rua Main, 700; US$ 260 por dia). As cotações são sempre para o mês de julho.
A cidade de Louisville, a maior do Kentucky, tem uma famosa destilaria, a Evan Williams (Rua Main, 528). Além do tour tradicional para conhecer o processo de produção da bebida e de experiências de degustação, o local tem um bar subterrâneo, o ON3, que é da época da Lei Seca.
Os tours na Evan Williams partem de US$ 18, já com degustação de bebidas incluída.
A principal atração turística da cidade é o Muhammad Ali Center (Rua N 6th, 144). O museu é dedicado ao astro do boxe, que nasceu na cidade. Os ingressos custam US$ 18.
No entanto, Louisville pode representar uma viagem longa até algumas destilarias, pois há muitas estradas secundárias, de pista simples (e belíssimas) no trajeto. O mesmo ocorre com Lexington.
Por isso, se a intenção é fazer apenas uma base - e também viver uma experiência mais imersiva na rota -, a melhor opção é ficar nas pequenas cidades do roteiro. O destaque é Bardstown, cujo centro tem jeito de Velho Oeste.
Bardstown se autodenomina a capital mundial do bourbon. Tem bares que nos remetem a filmes de faroeste, com música ao vivo durante as noites e bons restaurantes típicos, como o Mammy's Kitchen & Bar (Avenida Stephen Foster, 116), especializado em gastronomia norte-americana.
O Mammy's é um dos principais pontos de parada para almoço na rota do bourbon, atraindo inclusive quem não está hospedado em Bardstown.
Há algumas opções de hotéis de grandes redes próximas ao centro. Porém, em frente ao Mammy's, está a hospedagem mais charmosa da cidade. Trata-se do bed & breakfast Jailer's Inn, que funciona no prédio de uma antiga prisão, construída em 1819.
O Jailer's (Avenida Stephen Foster, 111) tem quartos aconchegantes e bem decorados, e mantém as características do edifício original. É uma atração turística da cidade, e tours para não hóspedes são permitidos. As diárias partem de US$ 190.
Destilarias
Bardstown tem também a sua destilaria, aberta à visitação. Trata-se da Bardstown Bourbon Company (Parkway Drive, 1.500), que oferece diversas experiências a partir de US$ 25. No local há um restaurante, o Kitchen & Bar, com opção de menus harmonizados com bourbon.
Outra destilaria com opção de jantar harmonizado é Jim Beam (Rodovia Happy Hollow, 568), uma das mais famosas do roteiro. Lá, é recomendável agendar as experiências (www.beamdistilling.com), pois há número limitado de participantes por grupo.
A Jim Beam é uma das que oferecem a opção de apenas fazer a degustação, sem o tour pela fábrica. Nesse caso, o preço é de US$ 12. Para acrescentar o tour para entender a processo de produção, o ingresso sobe para US$ 22.
A experiência que inclui harmonização de bourbon com criações culinárias custa US$ 50 e é realizada não no prédio principal, mas no restaurante da destilaria, o Kitchen.
Por lá, o visitante também pode desfrutar almoço com pratos à la carte. Não há, porém, opção de jantar, pois o restaurante fecha às 17h, junto com a destilaria.
A Jim Beam fica em Clermont, a 30 minutos de Louisville e 40 de Bardstown (que é mais próxima em quilômetros, mas tem percurso exclusivo por estrada de pista simples, o que atrasa a viagem). Sua via de acesso, a Happy Hollow, concentra algumas outras destilarias do roteiro.
Já a Maker's Mark (Rodovia Burks Spring, 3.350) produz um dos bourbons mais exclusivos do mundo e tem um tour mais intimista. Há apenas uma opção, por US$ 20. Inclui passeio guiado pela propriedade e degustação de todos os cinco bourbons produzidos pela casa.
O agendamento (www.makersmark.com) é obrigatório, pois os grupos são pequenos e as vagas, limitadas. Vale reservar com bastante antecedência. Apesar de não ter opções variadas de experiência, como nas demais destilarias visitadas, a Maker's Mark é a que ofereceu o tour mais elucidativo.
Além disso, o cenário de suas instalações é belíssimo. E a estrada que dá acesso à destilaria, em Loretto, é muito bonita, rodeada por casas de campo típicas dessa região dos Estados Unidos.
A Maker's Mark fica a apenas 30 minutos de Bardstown. Para chegar à destilaria a partir de Louisville, o visitante leva cerca de uma hora e meia.
Serviço
Os tours são permitidos a pessoas de qualquer idade. Na Jack Daniels havia inclusive crianças. A degustação, no entanto, é só para maiores de 21 anos.
Quanto ao tempo de visita, depende das expectativas. Para ver apenas as destilarias mais importantes, três dias são suficientes. Para fazer o roteiro completo será necessário pelo menos uma semana.
No entanto, conhecer o processo em todas é um tanto repetitivo, pois eles são bem parecidos. Vale escolher no máximo três preferidas para fazer o tour completo, e ir às demais para conhecer as instalações, fazer degustação ou simplesmente comprar a bebida - que tem preços mais interessantes em suas fábricas que em outros locais.
Como chegar
Não há voos diretos do Brasil para Louisville ou Nashville. Todas as companhias americanas que atuam no país, além da panamenha Copa Airlines, oferecem opções com uma ou duas conexões.
Os preços estão em torno de R$ 9,5 mil em julho, auge do verão norte-americano. Nessa época, o calor é bem forte no Kentucky. Em setembro, com temperaturas mais amenas, o valor cai para cerca de R$ 6 mil.
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