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Do abandono à fama: a história de Estopinha, a 1ª pet influencer do Brasil

Primeira influencer animal do Brasil, Estopinha morreu aos 14 anos Imagem: Fernando Moraes/UOL

Juliana Finardi

Colaboração para Nossa

20/09/2023 12h13

Há 14 anos, a cachorrinha Rita foi devolvida duas vezes por famílias adotantes por "mau comportamento" e voltou ao abrigo para morar com a ninhada de irmãos e outros pets sem família.

Contra as estatísticas que descartam doguinhos bagunceiros e "mais velhos" das listas de preferidos nas adoções, a pequena foi parar numa casa com família amorosa, ganhou aulas de "etiqueta", novo nome e até sobrenome: nascia, então, já com quase 1 aninho, Estopinha Rossi.

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Leia a seguir trechos da entrevista do zootecnista e veterinário Alexandre Rossi para Nossa, publicada em fevereiro de 2022, sobre a cachorrinha que conquistou o Brasil e morreu nesta quarta (20).

A cachorrinha tinha todas as características que o especialista em comportamento animal procurava: um pet cheio de tudo que os outros humanos chamam de "problemas" e conseguir, através dela, levar informações de qualidade e mais conhecimento aos tutores ou pretendentes a pais de pets.

Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal, com Estopinha Imagem: Fernando Moraes/UOL

Blogueira pioneira

Da escolha do "Doutor Pet", como Rossi é mais conhecido, até as viagens, agenda lotada e a demonstração de que a ex-Rita era uma cachorrinha muito especial foi um passo para recordes de seguidores nas redes sociais — nas quais Estopinha estreou em 2011. Ela chegou a ultrapassar, em engajamentos, o Boo, um Spitz Alemão anão.

Hoje com perfis no Instagram, Facebook e Youtube, sendo este último o único que divide com Rossi, a "blogueira por profissão e fazedora de arte por opção" se comunicava com seus fãs — humanos e pets.

Estopinha ainda explode nas redes sociais Imagem: Fernando Moraes/UOL

Também é dela o título de pioneira a se comunicar através do Skype. Através de chamadas de vídeo, Rossi dita comandos para que ela cumpra determinadas tarefas e uma parafernália criada para liberar petiscos funciona como 'máquina' de recompensa.

O doutor pet explica que a ideia veio junto com seus estudos do doutorado, que teve como tema a capacidade dos cães em comunicarem-se através de aplicativos de voz.

Tinham produzido um programa na BBC afirmando que o cachorro não teria condições de entender e como na ciência somos movidos por desafios, decidimos tentar."

DNA comprova energia

A identidade mais do que única da filha canina de Rossi também aparece refletida em seu DNA. É que, enviado para avaliação de duas empresas diferentes, o material genético da cachorrinha confundiu os pesquisadores.

Após decodificarem o DNA de Estopinha, concluíram ser impossível definir quais raças compõem a misturinha que resultou em tanta energia e perspicácia. "Concluíram que ou ela é misturada com absolutamente todas as raças ou nunca passou pelo processo de seleção de raças; ela seria dos cachorros que acompanharam os seres humanos e que nunca teve seleção", explica Rossi.

Durante uma live, Alexandre aproveitou para desmentir o boato de que já teve várias Estopinhas.

Falaram: 'não, gente! Essa não é a primeira Estopinha do Alexandre. Ele já tem a Estopinha há muito tempo. São outros cachorros que ele vai trocando'. Mentira! É a mesma cachorra, nunca fiz isso de trocar de cachorro e colocar o mesmo nome. Acho que eles têm a vidinha deles e vão ficar marcados pelo que eles foram. A Estopinha é essa aqui."

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