Como isso foi parar aí? Conheça o navio 'naufragado' no meio do deserto

Parece filme de Hollywood, mas é a vida real. A Namíbia, país localizado no sudoeste do continente africano, possui uma região chamada Costa dos Esqueletos, que constitui um trecho litorâneo banhado pelo oceano Atlântico e que, há centenas de anos, aterroriza experientes navegadores de diversos cantos do mundo.

Nesta região, que costuma ser coberta por uma espessa névoa que diminui a visibilidade sobre o mar, afundaram ou encalharam dezenas de navios nos últimos séculos: um deles, chamado Eduard Bohlen, faz parte, hoje, de uma paisagem inacreditável.

Detalhes da carcaça do navio Eduard Bohlen, no deserto da Namíbia
Detalhes da carcaça do navio Eduard Bohlen, no deserto da Namíbia Imagem: Simoneemanphotography/Getty Images/iStockphoto

Encalhada na Costa dos Esqueletos em 1909, durante uma viagem entre os portos de Swakopmund (parte do que atualmente é território namíbio) e Table Bay (também na África), a embarcação se encontra no meio do deserto, a mais de 300 metros do oceano.

Sua carcaça foi parcialmente engolida pela areia, e, atualmente, as pessoas se perguntam: "como ela foi parar ali?".

As fotos (principalmente as aéreas) do Eduard Bohlen parecem inventadas: à primeira vista, a impressão é a de que o navio, tal qual uma nave espacial, caiu do céu no coração do deserto, rasgando a areia com uma aterrissagem forçada.

Este cenário surreal transformou uma área especialmente inóspita da Namíbia em destino turístico de fama global: viajantes em visita a esta nação africana fazem questão de contratar agências de turismo para, a bordo de veículos 4x4, chegar perto do Bohlen.

A Costa dos Esqueletos, na Namíbia, é temida por navegadores há séculos
A Costa dos Esqueletos, na Namíbia, é temida por navegadores há séculos Imagem: RobertGo/Getty Images/iStockphoto

As dimensões da embarcação impressionam: são quase 95 metros de comprimento por 11 metros de largura máxima.

Continua após a publicidade

Sua estrutura está corroída pelo clima e pelo tempo, mas, ainda assim, rende grandes fotos para quem se aventura nestas paragens da África.

A área onde se localiza o Eduard Bohlen já foi, logicamente, banhada pelo oceano.

Com o passar dos anos, entretanto, o deserto avançou sobre o mar e aterrou esta zona.

Em um tour pela Costa dos Esqueletos, viajantes podem ver diversos navios encalhados
Em um tour pela Costa dos Esqueletos, viajantes podem ver diversos navios encalhados Imagem: OscarCatt/Getty Images/iStockphoto

Hoje, no lugar das ondas que estouravam perto do navio destruído, são animais como chacais que buscam abrigo dentro de sua carcaça.

E, não raro, estes "bichinhos" são avistados pelos turistas que circulam pela área.

Continua após a publicidade

Como visitar

Para visitar Eduard Bohlen, muitas pessoas contratam agências turísticas que operam na Namíbia.

Uma das empresas que conduzem a viagem é a Desert Magic Tours, com um roteiro de seis dias que começa na cidade costeira de Luderitz e termina em Walvis Bay.

Chacais são avistados nos arredores do navio Eduard Bohlen
Chacais são avistados nos arredores do navio Eduard Bohlen Imagem: medaacek/Getty Images/iStockphoto

Além do Bohlen (que é visitado no 5º dia da jornada), o passeio leva os participantes para perto de outro navio encalhado na Costa dos Esqueletos (chamado Shawnee), a atrativos como paisagens repletas de dunas e fotogênicas regiões onde o mar se encontra com o deserto.

Outra empresa que realiza incursões parecidas é a Coastways.

Continua após a publicidade

E, para quem tiver a carteira um pouco mais cheia, é possível voar com avião sobre alguns dos destroços de navios que existem na Costa dos Esqueletos (incluindo o Bohlen). A Suricate Tours & Safaris oferece este serviço.

*

Acarajé ou akará? Só tem feijoada no Brasil? E quem são os "brasileiros-africanos" do Benin? Pela primeira vez na África, o chef João Diamante mergulha entre passado, presente e futuro da história e do sabor brasileiro. Assista agora "Origens - Um chef brasileiro no Benin":

O Acarajé da África

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.