Olha o susto! 10 dos lugares mais horripilantes de todo o mundo
Tem medo de cobras, cadáveres, estátuas macabras, espantalhos, caixões e até bonecas? Estes 10 destinos oferecem estas "atrações" aos visitantes adeptos do turismo obscuro —exceto um, no Brasil, que de tão perigoso é proibido.
Conheça as histórias por trás desses locais horripilantes espalhados pelo planeta.
1. Igreja de São Jorge, na República Tcheca
Localizada no pequeno vilarejo de Luková, a Igreja de São Jorge foi construída originalmente no século 14, mas passou por uma série de incêndios ao longo das décadas — o último, nos anos 1960, destruiu parte do teto durante um funeral. Por isso, a congregação dali decidiu que o local era mal-assombrado e a abandonou por mais de 40 anos.
Em 2012, contudo, um estudante de artes chamado Jakub Hadrava decidiu que ali era o endereço ideal para uma instalação que, de certa forma, conversa com a história da igreja.
Ele instalou nos bancos da capela uma série de fantasmas feitos de gesso e cobertos por lençóis, que parecem estar reunidos para uma missa. Graças à intervenção, a igreja voltou a ser visitada aos domingos à tarde por curiosos.
2. Jardim de Esculturas Veijo Rönkkönen, na Finlândia
Veijo Rönkkönen foi um famoso artista folclórico da Finlândia e um dos seus principais legados é este jardim onde "repousam" cerca de 500 esculturas de concreto que ele recusou exibir em espaços públicos durante sua vida, já que preferia se manter recluso. Entre as obras estão uma coleção de 200 estátuas em poses diferentes de yoga.
Segundo a Condé Nast Traveler, a maioria das peças consiste em autorretratos, o que poderia assustar por si só o visitante, mas há uma seção que se destaca pelo aspecto horripilante — ela vai de uma freira macabra que se esconde atrás de arbustos a um homem encapuzado com expressão sinistra, todos com olhos afundados e sorrisos decorados com dentes humanos reais.
3. Ilha das Cobras, no Brasil
Oficialmente, seu nome é Ilha da Queimada Grande, mas este pedaço do estado de São Paulo ganhou o apelido graças a enorme quantidade de serpentes, mais especificamente, jararaca-ilhoas e dormideiras. A primeira é tida como uma das mais perigosas cobras do mundo; acostumada a viver em árvores, ela pode dar o bote e matar uma pessoa em até seis horas, de acordo com a Prefeitura de Itanhaém, sua vizinha.
Estima-se que haja ali cerca de dois mil espécimes só da jararaca, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Apenas os cientistas de lá e do Instituto Butantan têm autorização para desembarcar na ilha, que é desabitada por causa da presença dominante das cobras — há uma a cada 300 metros.
Apesar de ter sido descoberta em 1532 por Martim Afonso de Sousa, a ilha ganhou o nome "Queimada Grande" no século 19, graças aos esforços da Marinha do Brasil de se livrar das cobras no entorno do farol (hoje automatizado) instalado na área, lançando chamas na mata, para que não matassem o faroleiro. As enormes queimadas eram vistas entre Itanhaém e Peruíbe.
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Quero receber4. Catacumbas dos Capuchinhos, na Itália
Criada no final do século 16 em Palermo, na ilha italiana da Sicília, as catacumbas serviram como uma espécie de ampliação do cemitério do monastério dos Capuchinhos, que lotou à época.
Originalmente, a proposta era apenas abrigar os corpos dos religiosos, mas a notícia de que uma mumificação natural acontecia com os corpos ali tornou o espaço popular.
Por isso, os mais abastados na região escolhiam ter o monastério como seu destino final: um símbolo de status, já que poderiam ser exibidos, para toda a eternidade, em suas melhores roupas, como em um museu. Cerca de oito mil corpos descansam hoje nas catacumbas em diferentes corredores — um abriga apenas religiosos, outro só crianças e tem até um apenas para virgens.
A "múmia mais bonita do mundo" também está ali: o corpo pertence à menina Rosalia Lombardo, que morreu aos dois anos em 1920 e impressiona visitantes até hoje por parecer estar apenas dormindo.
5. Caixões suspensos de Sagada, nas Filipinas
A pequena cidade de Sagada, nas Filipinas, com pouco mais de 10 mil habitantes, se tornou famosa internacionalmente por não enterrar seus mortos, mas suspendê-los em paredões rochosos.
O cemitério "aéreo" pode ser visto de longe, graças aos caixões coloridos se destacando em meio ao verde.
A prática é remanescente de uma tradição de milhares de anos: cada morador constrói seu próprio caixão e, ao morrer, é pendurado próximo aos seus parentes já falecidos. A maior parte dos caixões suspensos de Sagada tem séculos de idade e são únicos, já que foram customizados pelos próprios mortos, segundo a Traveler.
6. Ilha das Bonecas, no México
Reconhecida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Patrimônio da Humanidade, a "Isla de las Muñecas" ou Xochimilco é repleta de centenas de bonecas —ou seus pedaços— penduradas em árvores ou largadas na grama, em tornos de seus canais.
Com ares de cenário de filme de terror, o local costumava ser residência de um homem chamado Julian Santa Barrera, que começou a colecionar brinquedos após encontrar o corpo de uma menina em um dos canais, na esperança de espantar maus espíritos.
Segundo a revista Condé Nast Traveler, é possível alugar um passeio de barco e convencer o barqueiro a fazer uma parada por lá —admirando as bonecas horripilantes à distância.
7. Colina das Cruzes, na Lituânia
É difícil determinar exatamente quando a prática de colocar cruzes nesta colina em Siauliai começou —lendas locais afirmam que o monte guarda os corpos de guerreiros do século 14 ou que monges assombram o ponto desde a Idade Média. Segundo o guia Lonely Planet, é provável que este seja um solo sagrado para populações dali anteriores aos cristãos.
No entanto, é bem documentado que, em 1831, a Colina das Cruzes se tornou um símbolo do Levante de Novembro, já que rebeldes que lutavam pela Independência da Lituânia — incorporada ao Império Russo em 1795 — e cujos corpos desapareceram em confronto teriam sido homenageados por suas famílias com cruzes.
A colina continuou representando insurreição durante a ocupação soviética — tanto que os soviéticos tentaram retirar as cruzes três vezes — mas os moradores continuaram recolocando as cruzes ali.
Hoje há mais de 100 mil cruzes na montanha, que se tornou um local de peregrinação cristã.
8. Nagoro, no Japão
Minúscula, a aldeia de Nagoro vem perdendo sua população — um fenômeno comum no Japão, que já lida com outro problema por causa disso: as "casas de bruxas". Por isso, a artesã local Tsukimi Ayano (acima) começou a criar bonecas, ou melhor, espantalhos de seus vizinhos para substituí-los assim que morriam ou se mudavam de lá.
O desejo dela de evitar a total solidão fez com que a população de bonecas superasse — e muito — a de humanos: existem hoje por lá, segundo a revista Condé Nast Traveler, 10 bonecas para cada pessoa que vive em Nagoro. Isto é, são cerca de 350 obras de Tsukimi e apenas 27 moradores, sendo que o mais jovem já tem mais de 50 anos.
Os sósias podem ser vistos em suas "ocupações" originais pela cidade: pescadores sentados à beira do rio, alunos nas salas de aula, casais de idosos em bancos nas áreas abertas. De arrepiar.
9. Ossuário de Sedlec, na República Tcheca
O Ossuário de Sedlec é, na verdade, uma pequena capela localizada no Cemitério de Todos os Santos em Kutná Hora, reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Sua história remonta à Idade Média. Entre o fim do século 13 e o início do 14, um abade do monastério de Sedlec trouxe solo sagrado de Jerusalém e o espalhou pelo terreno, o que tornou o cemitério incrivelmente popular — todo mundo queria ser enterrado em solo sagrado.
Com o crescimento da população local, corpos mais antigos tiveram que ser exumados para dar lugar aos mortos mais recentes. Por isso, os abades decidiram aproveitar os ossos exumados, que foram incorporados à capela pelo carpinteiro Frantisek Rint. Mais de 40 mil restos humanos se tornaram candelabros, lustres, brasões, querubins e outras estruturas da decoração.
10. Hospital Beelitz-Heilstätten, na Alemanha
Entre os anos de 1898 e 1930, o complexo Beelitz-Heilstätten (a cerca de 50 minutos de Berlim, de carro) funcionou como um sanatório para pacientes com tuberculose. Além disso, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), parte de sua estrutura armazenou gás mostarda e atendeu pacientes feridos por metralhadoras em combate — entre eles, o jovem Adolf Hitler, ferido na perna.
A partir de 1945 até 1989, com a queda do Muro de Berlim, o local se converteu em hospital militar soviético. Algumas alas ainda funcionam hoje como centros de reabilitação neurológica, mas boa parte do complexo está abandonado. As alas psiquiátrica e cirúrgica, especialmente, foram invadidas por vândalos e pela natureza; sua atmosfera macabra lembra episódios da série "American Horror Story" (FX).
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