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Lisboa tem cidade alagada que só pode ser visitada 2 vezes ao ano; conheça

Na maior parte do ano, as galerias romanas que ficam no subsolo de Lisboa estão alagadas Imagem: © EGEAC Museu de Lisboa/José Avelar

Fabiane Prohmann

Colaboração para nossa, de Lisboa

03/11/2023 04h09

Felicitas Iulia Olisipo, foi o nome dado pelos romanos à cidade que hoje conhecemos como Lisboa. A alcunha foi mudada, mas algumas relíquias daquele tempo ainda sobrevivem em meio a uma cidade moderna. E o mais curioso: a maioria só foi descoberta após o terremoto de 1755.

Segundo estudos do Museu Nacional de Arqueologia, há 20 séculos Lisboa foi um importante centro urbano romano, e diversos vestígios dessa época já foram encontrados, como a Necrópole (onde hoje está a Praça da Figueira) e o Circo (atualmente Praça D. Pedro IV). Esses locais foram descobertos durante escavações e não podem ser visitados.

Cidade subterrânea

Entre todos os lugares relacionados à era romana, o que desperta mais curiosidade dos lisboetas e turistas é, sem dúvida, o passeio embaixo da terra, que só acontece duas vezes por ano — em abril e setembro.

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Para que os visitantes possam entrar, bombas retiram a água dos túneis Imagem: © EGEAC Museu de Lisboa/José Avelar

Esses dois meses são os períodos em que o nível da água fica mais baixa. Ainda assim, para que a visita seja possível, bombas de água são instaladas uma semana antes para sua retirada. São dois quilômetros de um corredor subterrâneo que liga o Reservatório da Mãe d´Água das Amoreiras ao Miradouro de São Pedro de Alcântara.

A cidade subterrânea, uma herança do século 1º d.C. foi descoberta por acaso, após o terremoto, durante as escavações para a construção de um novo edifício na área central de Lisboa. Enquanto as máquinas escavavam o solo, os trabalhadores encontraram uma série de túneis e estruturas antigas em ótimo estado de conservação.

As galerias foram descobertas após o terremoto de 1755, que destruiu a cidade Imagem: © EGEAC/José Frade

Os especialistas acreditam que a cidade subterrânea remonta ao período medieval e teria sido utilizada como abrigo, comércio e até mesmo atividades secretas.

Os túneis levam a câmaras espaçosas, corredores que mais parecem labirintos e salas com pinturas, murais e inscrições nas paredes.

Toda a caminhada leva cerca de uma hora e meia. Para participar do passeio é preciso fazer uma inscrição, uma vez que há número limitado de participantes. O ingresso este ano custava 15 euros.

É preciso de planejar: as caminhas acontecem apenas em abril e setembro e as vagas são limitadas Imagem: © EGEAC/José Frade

Teatro de Olisipo

Além das galerias, Lisboa preserva também o Teatro Romano, construído no período do Imperador Augusto, no século 1º, tendo sido remodelado na época de Nero, no ano de 57 d.C.

O Teatro de Olisipo foi construído na encosta do Castelo de São Jorge, com uma capacidade para cerca de 4.000 espectadores, e foi um dos primeiros edifícios erguidos na então cidade romana.

Resquícios do Teatro Romano, que já foi uma das construções mais imponentes de Lisboa Imagem: © EGEAC Museu de Lisboa/José Avelar

O teatro chegou a ser a construção mais marcante da paisagem da cidade e, por ter sido estrategicamente construído em cima de uma colina, era facilmente avistado pela população e pelas pessoas que chegavam pelo rio Tejo.

Ele permaneceu soterrado até 1798, ano em que os escombros foram descobertos, após o terremoto de 1755.

O Teatro Romano faz hoje parte do Museu de Lisboa Imagem: © EGEAC/José Frade

Em 2001 as ruínas do Teatro passaram a fazer parte do Museu de Lisboa. A atração fica aberta de terça a domingo, das 10h às 18h. A visitação é gratuita, mas para conhecer o museu e as exposições é cobrado ingresso no valor de 3 euros.

Os murais externos também são atração no Museu de Lisboa e fazem referência à época romana Imagem: © EGEAC/José Frade

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