Bom-bocado é 4º colocado em ranking de melhores sobremesas do mundo

O triunfo do bom-bocado

"Uma boa bocada": é assim que a enciclopédia apresenta essa espécie de bolinho cremoso — e generoso — com queijo parmesão picado, coco ralado, farinha, leite, manteiga, ovos e açúcar, popular em todo o país. "É uma sobremesa frequentemente preparada para o Dia da Independência e recomenda-se servi-la com uma bola de chantili e uma xícara de café brasileiro para acompanhar", indica o site.

Pavê e musse de maracujá estão no top 50

Também ficaram bem colocadas outras duas delícias nacionais: pavê e musse de maracujá. O primeiro levou o 20º lugar (com a nota 4,6) e o segundo o 32º lugar (com 4,5), respectivamente.

Nosso pavê foi comparado ao tiramisù italiano não só por ser um doce em camadas com biscoito, mas também pela sua imensa popularidade pelo país. "Cada casa tem sua própria versão, então há receitas com morango, abacaxi, chocolate branco, coco e amendoim", explica. No entanto, o mix tradicional considerado pela publicação na disputa leva, além do biscoito champagne, creme, ovos, leite condensado e chocolate.

"A única coisa importante é servir essa sobremesa gelada e apreciar seus sabores únicos, texturas e sua variedade", pondera ainda o texto.

Já a musse poderia ser declarada a sobremesa nacional do Brasil, segundo o Atlas. "Como é rápida e fácil de preparar, é um pilar de diversas padarias brasileiras, restaurantes e comemorações", exalta.

A receita de maracujá fresco, leite condensado e creme de leite deve ser servida com chantili para acompanhar, de acordo com a publicação, já que essa seria "a melhor forma de apreciar os pequenos prazeres de seus sabores tropicais."

Dá-lhe pudim e brigadeiro entre 100 melhores

Completam ainda o ranking outras quatro receitas brasileiras: pudim de leite condensado, na 63ª posição; brigadeiro, na 69ª, rabanada, na 71ª e curau, na 91ª.

Curiosamente, o nosso pudim é descrito como um flã cremoso e caramelado —uma percepção comum internacionalmente— que teria se originado a partir do pudim de Priscos português e evoluído para incorporar o leite condensado no século 19, enquanto o curau foi apresentado como uma espécie de pudim.

Aliás, o curau se destacou em outro ranking do TasteAtlas como o sexto melhor pudim do mundo, leia mais sobre sua origem, o modo de preparo e a vitória aqui.

Mas a exaltação ficou mesmo para o brigadeiro, apesar de figurar no fim da lista, uma sobremesa de conotação hedonística para o Atlas —prazerosa e praticamente irresistível.

"Preparada pela primeira vez nos anos 1950, quando frutas e doces estavam em falta, o brigadeiro surgiu da criatividade com poucos ingredientes." A enciclopédia ainda situou a origem do docinho em uma história famosa: a candidatura do Brigadeiro Eduardo Gomes para a presidência em 1945 com o slogan "Vote no Brigadeiro, que é bonito e solteiro".

A campanha teria sido promovida por um grupo de garotas que preparava os doces e os vendia para arrecadar fundos.

Como funciona o ranking?

O time da enciclopédia esclarece que sua metodologia leva em consideração avaliação do público gastronômico internacional, por meio de votos em seu site que são filtrados para eliminar palpites potencialmente ligados a bots ou "nacionalistas". Ainda segundo o Atlas, seu sistema dá peso maior às avaliações de usuários que já reconhece como "conhecedores" de gastronomia.

Para a eleição das 100 melhores sobremesas de todo o mundo, 75.283 avaliações foram enviadas até 30 de outubro de 2023, sendo que 55.308 foram consideradas legítimas pelo time da publicação. "Os rankings do TasteAtlas não devem ser vistos como uma conclusão final global sobre comida. Seu propósito é promover excelentes receitas locais, inspirar o orgulho por pratos tradicionais e despertar a curiosidade sobre receitas que você ainda não experimentou", alerta ainda. A lista completa, com descrições de cada receita e imagens, pode ser conferida no site do TasteAtlas.