Quando devo levar meu pet ao veterinário? Veja sinais que merecem atenção
Bárbara Therrie
Colaboração para Nossa
22/11/2023 04h02
Assim como o restante da família, a saúde e bem-estar dos pets merecem atenção.
E não pense que cães e gatos devem ir ao veterinário apenas em casos urgentes, quando têm uma doença grave.
A seguir, mostramos 11 sinais que indicam que você precisa levar seu pet ao veterinário. Além disso, explicamos a importância de manter visitas de rotina e cuidados preventivos.
Alterações no apetite ou na sede
Caso seu animalzinho esteja com dificuldade para se alimentar, se hidratar, apresente um apetite seletivo, perca a vontade de comer ou não se alimente, fique atento. Isso pode significar o início de uma doença e ter sérias complicações. Veja algumas delas:
- Doenças periodontais, cáries ou outros problemas dentários podem tornar a alimentação dolorosa, levando à recusa de comida.
- Distúrbios gastrointestinais, como gastrite, obstruções intestinais e pancreatite, podem provocar náuseas, vômitos e diarreia, causando desidratação e falta de apetite.
- Mudanças no/de ambiente, brigas com outros animais e eventos estressantes podem causar perda de apetite.
- Algumas doenças crônicas, como insuficiência renal, diabetes e câncer, podem afetar o apetite e a hidratação dos animais.
- Infecções urinárias, cálculos urinários e outros problemas do sistema urinário podem provocar dor ao urinar, levando à desidratação.
Agressividade
A agressividade em cães e gatos não é necessariamente um sintoma de doença, mas pode ser um sinal de alerta ou uma resposta a diferentes situações, como dor ou desconforto em alguma região; medo e ansiedade; dominância por território; agressão contra outros animais, sejam eles da mesma espécie ou de espécies diferentes; problemas comportamentais; doenças neurológicas (casos raros).
É importante observar a situação em que a agressividade ocorre e procurar a ajuda de um profissional de comportamento animal ou veterinário. A agressividade não tratada pode representar riscos para o animal e para as pessoas.
Apatia
Falta de energia, desinteresse em atividades normais e letargia são sinais de apatia, não devem ser ignorados e podem indicar que o pet não está se sentindo bem.
Doenças e infecções: quando cães e gatos estão doentes é comum que fiquem menos ativos e tenham uma menor interação.
Animais com dor tendem a se movimentar menos, levando à apatia.
Eventos estressantes, como mudanças no/de ambiente, separação por longo período e exposição a situações desconhecidas também podem deixar seu bichinho apático.
Vômitos ou diarreia
Quadros de vômitos ou diarreia frequentes, fezes pastosas, moles ou com sangue. Todos são sinais clínicos importantes e estão relacionados a diferentes doenças.
Dificuldade para respirar e tosse
Respiração rápida, ofegante, ruidosa ou com esforço são sinais de alerta e podem estar relacionados a gripe, obesidade, doenças respiratórias ou cardíacas. A tosse também pode ser um indício de doenças infecciosas, respiratórias ou cardíacas.
Perda de peso
A perda de peso sem motivo aparente pode ser preocupante e é comum em quadros de vermes intestinais, doença renal, pancreatite e até mesmo câncer.
Alterações na urina
O esforço para urinar, urina com coloração ou odor diferentes do habitual, presença de sangue, frequência urinária anormal ou lambidas excessivas na região genital podem indicar problemas do trato urinário.
Coceira intensa e mordida constante
Coceira intensa e persistente, lambidas ou mordidas em áreas específicas, com aumento da queda ou perda de pelo são sinais clínicos inespecíficos que podem estar relacionados a diversas doenças, desde pulgas, alergias e sensibilidades alimentares.
Caso você perceba alguma dessas alterações, procure um veterinário o mais rápido possível. A identificação e o tratamento precoce de doenças fazem diferença na recuperação e no bem-estar do animal de estimação.
Consulta de rotina: de quanto em quanto tempo levar?
Isso varia de acordo com a idade do animal:
Para cães e gatos adultos, o acompanhamento é feito, pelo menos, uma vez ao ano.
Já pets idosos e filhotes devem ir ao veterinário a cada seis meses.
O objetivo da consulta é avaliar o estado geral do animal, com questões relacionadas à saúde, bem-estar e nutrição. Nela, o médico veterinário realiza o exame físico geral, ausculta o coração, pulmão e mede a temperatura e a pressão arterial.
Se o profissional achar necessário, pode solicitar um check-up, os exames mais comuns são os de sangue e o ultrassom geral. Durante o atendimento, pode ser feita também a atualização das vacinas que são indicadas para proteger o seu pet de algumas doenças.
Os principais cuidados preventivos
O objetivo aqui é evitar doenças —ou identificá-las e tratá-las em estágio inicial, antes que se tornem graves, evitando o sofrimento do animal e reduzindo os gastos do tratamento.
Para isso é importante:
- Manter as vacinas atualizadas para proteger os bichos de doenças.
- O uso de vermífugos protege contra vermes intestinais. Já os ectoparasiticidas ajudam a combater pulgas e carrapatos.
- A castração ajuda a controlar a população de animais, previne doenças e comportamentos indesejados.
- É importante oferecer uma dieta completa, balanceada e adequada à idade, tamanho e necessidades do seu pet.
- Manter o controle de peso também previne problemas relacionados à obesidade.
- Outra medida para a mesma finalidade é estabelecer uma rotina de exercícios, como caminhada.
- Cuidados com a higiene são essenciais, tais como garantir banhos regulares, escovação de dentes, limpeza dos ouvidos e corte das unhas.
- Além disso, promover um ambiente seguro faz com que o animal se sinta bem e feliz. Dar atenção, amor, carinho e afeto são importantes para a socialização e bom comportamento.
Vacinas
Assim como crianças, adultos e idosos, os pets também devem seguir um calendário de vacinação obrigatório.
As vacinas mais importantes protegem os cães contra doenças como: parvovirose, cinomose, hepatite canina, parainfluenza, coronavirose, leptospirose e raiva.
A imunização protege gatos contra panleucopenia felina, calicivirose e rinotraqueíte e raiva. Cães e gatos filhotes devem receber três doses da vacina após o nascimento. Na fase adulta, o reforço deve ser anual.
Veja alguns cuidados a tomar na visita ao veterinário
Ao levar cães e gatos ao veterinário, é importante tomar alguns cuidados para garantir a segurança deles antes, durante e depois da consulta.
Utilize um meio de transporte apropriado para levar seu animal de estimação ao veterinário. No caso do carro, use o cinto de segurança pet para cães e a caixinha de transporte para gatos, que deve estar presa e segura no banco.
É recomendado que todos os cães utilizem focinheiras, sejam eles agressivos, reativos ou não, para garantir a segurança das pessoas, incluindo a do veterinário e de outros animais.
Animais de estimação devem sempre utilizar uma coleira de identificação atualizada, com os dados do tutor e informações de contato.
Leve a carteirinha de vacinação e os exames anteriores do seu pet. Isso ajudará o veterinário a entender melhor a saúde dele.
FONTES: Leonardo de Andrade Príncipe, médico veterinário do Centro de Pesquisas em Nutrologia de Cães e Gatos (CEPEN Pet) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP); Thiago Henrique Annibale Vendramini, pesquisador do Centro de Pesquisas em Nutrologia de Cães e Gatos (CEPEN Pet) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP); Caroline Tomiello Mompoey, médica veterinária do Hospital Público Veterinário de São Bernardo do Campo (SP).