Catuaba é pior bebida brasileira em ranking de site; cachaça vem em seguida
A popular catuaba foi considerada a pior bebida do Brasil, segundo avaliação dos leitores da enciclopédia gastronômica TasteAtlas.
Esta invenção brasileira, à base de um extrato de diversas plantas —todas conhecidas popularmente pelo nome de catuaba— e de vinho tinto, encabeça uma lista de cinco drinques (e um caldo) nacionais que menos agradaram o público do site (grande parte estrangeiros).
Com supostos efeitos afrodisíacos, a catuaba foi descrita como uma bebida "escura e doce que é barata e, por isso, bastante popular no Brasil", apesar da má performance no ranking, com uma nota 3,1 (de 5 pontos possíveis).
"Ela pode ser tomada com gelo ou usada em coquetéis", ensina ainda o Atlas, que atribui ao povo Tupi os primeiros usos medicinais da planta, há séculos.
Veja as outras quatro piores representantes do Brasil no balcão do bar —ou da cozinha:
Cachaça
Nota: 3,7
Nosso destilado de cana-de-açúcar foi apresentado aos estrangeiros como uma das bebidas mais antigas do país — as primeiras variedades foram produzidas no início do século 17, como "aguardente de cana", e eram associadas aos escravos.
Ela evoluiu, no entanto, hoje há cachaças envelhecidas (de coloração dourada) que devem ser apreciadas com calma, enquanto outras mais claras servem para a caipirinha perfeita. Mesmo assim, seu sabor não parece ser uma unanimidade.
Cajuína
Nota: 3,8
O primeiro registro escrito deste néctar de caju nordestino, que teria surgido no Piauí, é de 1912, e foi feito pelo escritor Rodolfo Teófilo. Desde então, a bebida se popularizou em outros estados e nunca perdeu seu caráter adocicado devido ao caramelizar dos açúcares naturalmente presentes no suco da fruta. Justamente por ser tão doce, ela pode até deixar um certo amargor na boca — o que divide opiniões.
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Quero receberTucupi
Nota: 3,8
Não é bem uma bebida, mas o caldo de tucupi acabou sendo qualificado entre os piores líquidos já inventados neste país, apesar de sua importância para a gastronomia amazônica. Mesmo assim, o potente extrato da mandioca fermentada e fervida, de paladar levemente picante e ácido, é essencial para o tacacá, a tradicional sopa de camarões.
Caju Amigo
Nota: 3,8
E dá-lhe caju nesta lista! Esse drinque que teria surgido no balcão do lendário bar e restaurante Pandoro, em São Paulo, em 1974, teria sido um dos favoritos de Chacrinha e Hebe Camargo, além de banqueiros e empresários paulistanos. Mas o mix de suco da fruta com cachaça — justamente dois elementos não tão bem avaliados na plataforma — acabou não conquistando um público mais amplo.
Como a lista foi elaborada?
O time da enciclopédia esclarece que sua metodologia leva em consideração avaliação do público gastronômico internacional, por meio de votos em seu site, que são filtrados para eliminar palpites potencialmente ligados a bots ou "nacionalistas". Ainda segundo o Atlas, seu sistema dá peso maior às avaliações de usuários que já reconhece como "conhecedores" de gastronomia.
Para a eleição das piores bebidas e comidas brasileiras — que foram avaliadas conjuntamente, mas renderam listas separadas —, 7.014 avaliações foram enviadas até 18 de novembro de 2023, sendo que 5.139 foram consideradas legítimas pelo time da publicação.
"Os rankings do TasteAtlas não devem ser vistos como uma conclusão final global sobre comida. Seu propósito é promover excelentes receitas locais, inspirar o orgulho por pratos tradicionais e despertar a curiosidade sobre receitas que você ainda não experimentou", alerta ainda. A lista completa, com descrições de cada receita e imagens, pode ser conferida no site do TasteAtlas.
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