Bangalô com tobogã: o hotel de luxo que conquista com quarto embaixo d'água
Nikki Ekstein
Colaboração para Nossa*
08/12/2023 04h00
Em uma viagem recente a Maldivas, todo o meu itinerário foi planejado com base em um único detalhe do hotel: um bangalô sobre a água com um tobogã de dois andares (sem contar o teto retrátil do quarto e as redes de catamarã sobre a piscina particular).
Aqui, mais do que em qualquer outro lugar do planeta, um hotel se baseia no design extravagante, não em uma localização prática ou em restaurantes incríveis.
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Afinal, ninguém vai a Maldivas para explorar um novo país. A ideia é se sentir o náufrago mais glamoroso do mundo. O quarto do hotel é o destino; por isso, é melhor escolher um incrível.
Surge então o Conrad Maldives Rangali Island, que está revolucionando a receita local do luxo com o primeiro bangalô submarino da região (sim, você leu corretamente). Inaugurado, em 2018, o Muraka, que significa "coral" em maldivense, o idioma local, a custou cerca de US$ 15 milhões.
Mas você poderá viver a experiência de dormir a 50 metros abaixo do nível do mar pagando uma diária —o valor já chegou a US$ 50 mil por noite, além dos impostos.
Experiência única
"O Muraka promete uma experiência única, que não está disponível em nenhum outro lugar do mundo", explica o arquiteto Ahmed Saleem. E é verdade que não existem muitos quartos abaixo do nível do mar - encapsulados em túneis transparentes e rodeados por peixes tropicais -, mas Saleem se preocupou mais com criar uma experiência completa do que com criar um quarto único e emblemático.
É por isso que os hóspedes que fizerem uma reserva serão levados a seu próprio píer em um hidroavião e buscados por uma lancha que permanecerá disponível para eles durante toda a estadia. A suíte está afastada das casas de praia e dos bangalôs sobre a água do Conrad, para que os hóspedes não tenham que ver outros seres humanos - nem pisar terra firme - durante as férias, a menos que queiram.
Quatro mordomos exclusivos moram em uma estrutura próxima para oferecer um serviço 24 horas e tudo isso - do chef que prepara as refeições a jet skis e um instrutor de ginástica de plantão - está incluído no preço (elevado). Os hóspedes ganham o status Diamond Honors Hilton e um tratamento de spa de 90 minutos por dia. A estrutura em si é feita de aço, concreto e acrílico, com um andar acima da água e outro abaixo. Parece mais o castelo do rei Tritão do que uma suíte de hotel, com espaço suficiente para nove hóspedes, uma academia e o alojamento dos mordomos e de uma equipe de segurança particular.
Para Martin Rinck, que dirige as marcas globais de luxo e estilo de vida do Hilton, como Conrad, a estreia do novo hotel embaixo d'água é uma forma de se manter à frente do setor. Segundo ele, este é "um exemplo perfeito de um pensamento inovador que satisfaz as exigências do hóspede antes que elas surjam". Para Saleem, é uma forma de "criar uma imagem maldívia única" - e superar o onipresente bangalô sobre a água com algo ainda mais invejável.
(Com Bloomberg)
*Matéria publicada em 17/04/2018