Bangalô com tobogã: o hotel de luxo que conquista com quarto embaixo d'água
Em uma viagem recente a Maldivas, todo o meu itinerário foi planejado com base em um único detalhe do hotel: um bangalô sobre a água com um tobogã de dois andares (sem contar o teto retrátil do quarto e as redes de catamarã sobre a piscina particular).
Aqui, mais do que em qualquer outro lugar do planeta, um hotel se baseia no design extravagante, não em uma localização prática ou em restaurantes incríveis.
Afinal, ninguém vai a Maldivas para explorar um novo país. A ideia é se sentir o náufrago mais glamoroso do mundo. O quarto do hotel é o destino; por isso, é melhor escolher um incrível.
Surge então o Conrad Maldives Rangali Island, que está revolucionando a receita local do luxo com o primeiro bangalô submarino da região (sim, você leu corretamente). Inaugurado, em 2018, o Muraka, que significa "coral" em maldivense, o idioma local, a custou cerca de US$ 15 milhões.
Mas você poderá viver a experiência de dormir a 50 metros abaixo do nível do mar pagando uma diária —o valor já chegou a US$ 50 mil por noite, além dos impostos.
Experiência única
"O Muraka promete uma experiência única, que não está disponível em nenhum outro lugar do mundo", explica o arquiteto Ahmed Saleem. E é verdade que não existem muitos quartos abaixo do nível do mar - encapsulados em túneis transparentes e rodeados por peixes tropicais -, mas Saleem se preocupou mais com criar uma experiência completa do que com criar um quarto único e emblemático.
É por isso que os hóspedes que fizerem uma reserva serão levados a seu próprio píer em um hidroavião e buscados por uma lancha que permanecerá disponível para eles durante toda a estadia. A suíte está afastada das casas de praia e dos bangalôs sobre a água do Conrad, para que os hóspedes não tenham que ver outros seres humanos - nem pisar terra firme - durante as férias, a menos que queiram.
Quatro mordomos exclusivos moram em uma estrutura próxima para oferecer um serviço 24 horas e tudo isso - do chef que prepara as refeições a jet skis e um instrutor de ginástica de plantão - está incluído no preço (elevado). Os hóspedes ganham o status Diamond Honors Hilton e um tratamento de spa de 90 minutos por dia. A estrutura em si é feita de aço, concreto e acrílico, com um andar acima da água e outro abaixo. Parece mais o castelo do rei Tritão do que uma suíte de hotel, com espaço suficiente para nove hóspedes, uma academia e o alojamento dos mordomos e de uma equipe de segurança particular.
Para Martin Rinck, que dirige as marcas globais de luxo e estilo de vida do Hilton, como Conrad, a estreia do novo hotel embaixo d'água é uma forma de se manter à frente do setor. Segundo ele, este é "um exemplo perfeito de um pensamento inovador que satisfaz as exigências do hóspede antes que elas surjam". Para Saleem, é uma forma de "criar uma imagem maldívia única" - e superar o onipresente bangalô sobre a água com algo ainda mais invejável.
(Com Bloomberg)
*Matéria publicada em 17/04/2018
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