Racismo, trabalho forçado e rato costurado em roupa: as polêmicas da Zara

A marca espanhola Zara se envolveu em uma nova polêmica nesta semana após lançar uma campanha publicitária que, segundo consumidores, tem imagens semelhantes às das vítimas da guerra na Faixa de Gaza. Entenda o caso e relembre outras polêmicas envolvendo a marca:

O que aconteceu

A Zara lançou uma campanha publicitária chamada "The Jacket".

Nas fotos, um modelo está em escombros e segura um manequim envolto em um lençol branco.

Consumidores disseram que as fotos lembram imagens da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. Nas redes sociais, uma campanha pede um boicote à marca.

Diante da repercussão, a Zara retirou a campanha do ar. Segundo a marca, o caso foi um "mal-entendido".

A campanha, que foi concebida em julho e fotografada em setembro, apresenta uma série de imagens de esculturas inacabadas no estúdio de um escultor e foi criada com o único propósito de mostrar peças de vestuário feitas à mão em um contexto artístico.
Comunicado da Zara

Denúncias de racismo no Brasil

Essa não é a primeira polêmica envolvendo a marca. No Brasil, a Zara já esteve envolvida em casos de racismo.

Em 2021, uma investigação da Polícia Civil do Ceará apontou que uma loja da marca tinha um código para que funcionários ficassem atentos a clientes negros.

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O "alerta" seria dado pelo sistema de som da loja, por meio do código "Zara Zerou". À época, a empresa negou que utilizasse códigos para discriminar clientes.

Na Bahia, mais um caso. Em 2021, a Zara indenizou um homem negro que foi discriminado por um atendente da loja. Ele foi acusado de furtar uma mochila que havia acabado de comprar.

Em novembro deste ano, o Ministério Público do Rio fez uma denúncia contra um segurança da Zara por racismo. O funcionário impediu um cliente negro de sair da loja sem mostrar onde estavam peças de roupa que ele havia desistido de comprar.

A Zara informou que colabora com as autoridades. Em nota, a marca disse que "não tolera nenhuma forma de discriminação".

Na França, em 2015, uma cliente que usava um véu foi impedida de entrar em uma das lojas da marca. A Zara se desculpou pelo caso.

Denúncias de trabalho forçado

A empresa também foi alvo de denúncias de trabalho forçado. A Zara e outras gigantes de moda estariam explorando a minoria uigur na China.

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A denúncia foi feita por entidades na França. Em 2021, outra queixa sobre o mesmo tema já havia sido apresentada à Procuradoria do país.

O grupo Inditex, dono da Zara, disse que as acusações são infundadas. A nota da empresa afirmou que ela pratica "tolerância zero" a qualquer forma de trabalho forçado.

Em 2017, a Zara firmou um Termo de Ajuste de Conduta no Brasil. O documento, pactuado com o Ministério Público do Trabalho em São Paulo, dizia respeito a casos de trabalho análogo à escravidão e trabalho infantil na cadeia produtiva da marca.

À época, a empresa teve de pagar R$ 5 milhões por ter descumprido um outro termo, firmado anteriormente. Em 2011, trabalhadores que produziam roupas para a marca foram resgatados em condições degradantes.

Outras campanhas e peças polêmicas

Em 2017, a Zara também foi criticada por uma campanha publicitária. Os anúncios tinham duas modelos magras de calças jeans junto aos dizeres "Love your curves" ("Ame suas curvas", em português).

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O caso gerou revolta entre os consumidores. À época, a empresa não se pronunciou.

Em 2014, pijamas que lembravam uniformes de campos de concentração foram retirados da rede de lojas.

Rato costurado em roupa

Já em 2016 uma americana afirmou ter encontrado uma pata de rato costurada a um vestido.

A consumidora processou a marca, dizendo que desenvolveu uma erupção de pele causada pelo contato com a pata.

À época, a marca disse que investigava o caso.

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