Em Quioto, turista que entrar em beco no Distrito das Gueixas será multado
A cidade de Quioto, no Japão, proibiu turistas de entrarem em becos considerados "particulares" em Gion, uma área conhecida como o "distrito das gueixas". Quem desrespeitar a regra poderá ser multado em até 10 mil ienes ou R$ 328,40.
Placas em inglês e em japonês serão espalhadas pela região, alertando os turistas a não adentrarem os becos. Ruas consideradas públicas, no entanto, continuarão abertas aos visitantes.
"Colocaremos as placas em abril, para avisar os turistas a ficarem de fora das nossas ruas particulares", disse a autoridade do distrito, Isokazu Ota, à agência Associated Press. O intuito da proibição é não só colocar um limite aos visitantes que se comportam mal, como brecar o excesso de turismo, que acaba lotando a região.
Essa não é a primeira vez que a prefeitura de Quioto lança iniciativas para proteger as gueixas —artistas que se vestem em quimonos e maquiagens tradicionais para cantar e dançar para clientes durante jantares, festas e outras reuniões. Em 2015, segundo a CNN americana, panfletos foram distribuídos pelas autoridades locais pedindo o fim de "atividades incômodas", como fotografá-las em serviço.
Em 2019, a recomendação se tornou uma proibição e fazer uma foto delas no distrito repleto de pitorescas casas de chá passou a render multa.
"As pessoas que tiram fotos de Gion da rua principal e os turistas que tiram fotos das aprendizes de gueixas de longe provavelmente não sabem da regra contra a fotografia. Mas eu acredito que os estrangeiros esperando por uma aprendiz de gueixa aparecer nos becos de Gion, onde a fotografia é proibida, conhecem as regras e estão as ignorando. Mesmo que alertemos os turistas, é difícil fazê-los entender", queixou Ota ao veículo na ocasião.
O comportamento dos visitantes também incomoda moradores da região histórica. Ao se referir às práticas de turistas há alguns meses, a câmara de vereadores local concluiu que "Quioto não é um parque temático". No entanto, os desafios não se restringem à cidade.
A Ilha de Honshu recentemente impôs limites ao número de escaladores que podem subir o Monte Fuji diariamente, cobrando deles uma taxa e colocando mais guias na montanha para gerenciar a segurança e reforçar a etiqueta exigida para conservar o patrimônio natural japonês.
Regras curiosas não existem só no Japão
Outros países também já tomam medidas pouco ortodoxas para conter os excessos cometidos por turistas, a Itália mais notavelmente. Veja algumas:
- Se gritar 'pega ladrão'... Em 2021, a ilha italiana da Sardenha passou a aplicar multas de até 3 mil euros (R$ 16,2 mil) para quem roubar a areia da praia.
- Sumiço caro: na Espanha, fazer reserva em restaurante e não aparecer pode render multas. A mais alta e notória, autorizada por um juiz, foi de 510 euros (R$ 2.757).
- Cada um no seu quadrado: a bonita e famosa praia de Pedocin, na Itália, separa homens e mulheres na areia -- e até na água -- por um muro histórico. Ah, e tem que pagar a entrada de 1 euro (R$ 5,40). Mas o topless está liberado.
- Sem enrolação: a badalada Portofino, cidadezinha da Itália onde Kourtney Kardashian se casou, proibiu turistas de pararem no meio da rua e ficarem "enrolando", posando para selfies. Quem descumprir a regra vai ter que pagar 275 euros (R$ 1.486,70).
- Nada de flashes: lembra da Sardenha? Pois é lá que fica a Spiaggia Rosa, uma instagramável praia de areia cor-de-rosa. O problema é que turista que entrar lá para fazer foto e postar pode ser multado em até 500 euros (R$ 2.703).
- Olha a mão... Na vila de Malana, na Índia, o turista que tocar em um morador acaba pagando uma multa de R$ 250.
- Sem paciência: Siurana, na Catalunha, se recusou a entrar para a lista de cidades mais bonitas da Espanha, para não correr o risco de muita gente visitar -- e atrapalhar seus 27 habitantes.
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