Cidade americana vende casas por menos de R$ 6; saiba quem pode comprar
Colaboração para Nossa
02/05/2024 04h00
A cidade de Baltimore, uma das mais antigas dos EUA, está vendendo casas por US$ 1 ou cerca de R$ 5,17, segundo informações do jornal USA Today e da revista Architectural Digest.
A iniciativa do governo local, batizada de "BuyIntoBmore", tem como objetivo dar um destino às centenas de propriedades que foram parar nas mãos do estado nos últimos anos, desonerando a folha de pagamento pública com gastos de manutenção e oferecendo um belo desconto a quem quer viver por lá.
O projeto foi aprovado no fim de março pela Comissão de Orçamento da Câmara Municipal, composta por cinco membros: o prefeito, o presidente da Câmara, o controlador-geral, o advogado-geral do município e o diretor de obras públicas. Apenas o presidente da Câmara, Nick Mosby, votou contra a iniciativa.
Para pagar apenas US$ 1 pelo imóvel, o futuro proprietário precisa se comprometer a torná-la sua residência principal ou um fundo comunitário de terra, atuando como administrador do endereço que o utilize como moradia popular, espaço comercial, edifício cívico, entre outras atividades, sempre em nome e em prol da comunidade local.
Já organizações sem fim lucrativos de outras naturezas pagam mais caro: aquelas com menos de 50 empregados pagam US$ 1.000 pela casa (R$ 5,17 mil), enquanto aquelas com mais de 50 funcionários desembolsam US$ 3.000 (R$ 15,5 mil).
Candidatos a uma casa também têm que pagar uma taxa de inscrição de US$ 100 (R$ 517) para o programa, além de provarem que possuem US$ 90 mil (R$ 465 mil) para reformas que "reabilitem o imóvel" antes da mudança.
As candidaturas estão abertas desde 1º de abril para quem já é residente da cidade de Baltimore. Aqueles que estão interessados em um imóvel desocupado que não é de propriedade da cidade, mas com o qual há ligação familiar, puderam iniciar suas inscrições em 15 de abril.
A partir de 1º, o projeto entra na terceira fase, aberta a todos os interessados em serem futuros moradores, estabelecerem fundos de terras comunitárias ou investidores de organizações sem ou com fins lucrativos.
"As propriedades serão entregues assim que o candidato passe o processo de checagem com sucesso. Se há múltiplas candidaturas pelo mesmo imóvel e todos os candidatos passarem com sucesso pelo processo, as candidaturas serão reanalisadas em ordem de envio", explica o Departamento de Moradia e Desenvolvimento Comunitário da cidade.
O presidente da Câmara, Nick Mosby, já propôs uma versão do programa de um dólar, mesmo tendo votado contra o atual projeto — que ele acredita que não priorize adequadamente os moradores atuais de Baltimore, segundo a AD. Segundo ele, há um risco de que pessoas de baixa renda sejam expulsas de suas comunidades à medida que as casas ganhem novos donos e sejam reformadas, valorizando (e aumentando o custo de vida) da área.
"Se acessibilidade, e propriedade de casas acessíveis, igualdade, e todas aquelas palavras legais que gostamos de usar estão realmente no centro das competências que se relacionam à disposição de propriedade, está é uma política realmente ruim. É uma política ruim porque não protege ou prioriza os direitos das pessoas destas comunidades", disse durante a votação.
Baltimore já teve um programa de moradias de US$ 1 nos anos 70, mas é a Itália o país que mais popularizou a iniciativa. Por lá, a "pechincha" tem com objetivo repovoar cidades que estão praticamente vazias e recuperar casas de valor histórico.