Você pagaria R$ 2.000 em um abacaxi? Versão chinesa intriga americanos
De Nossa, em São Paulo
22/05/2024 04h00Atualizada em 22/05/2024 12h32
Você pagaria R$ 2.000 em um abacaxi? Acredite: norte-americanos estão pagando US$ 396 (R$ 2.026,93, na cotação atual) em um modelo especial da fruta que começou a ser vendido no país no início do mês. O diferencial? A casca é vermelha.
O que esse abacaxi tem?
Esse abacaxi é um produto de marca registrada chamado Rubyglow (brilho rubi, na tradução literal), da empresa DelMonte. As vendas começaram em janeiro, na China. E, até agora, só estão disponíveis por lá e nos EUA.
A fruta é produzida na Costa Rica e é resultado do cruzamento entre uma espécie clássica e o abacaxi Morada, descrito como raro e predominante em regiões da Colômbia e da Venezuela. A empresa afirma que levou mais de 15 anos para desenvolver o produto.
O valor de mais de R$ 2.000 corresponde à venda na única distribuidora disponível nos EUA, a Melissa's. No anúncio, o produto é definido como uma "joia".
A fusão resulta em um exterior marcante em tons de joia e uma polpa rica em amarelo citrino que proporciona um sabor luxuoso e suave com acidez mínima
Detalhe importante é que o abacaxi é vendido sem a tradicional coroa. O produto é enviado em uma caixa, descrita como uma "arte de origami", com o tufo de folhas do topo cortado.
Vale lembrar: o item é perecível, como qualquer fruta.
Para o gourmet, é um presente inesquecível. A disponibilidade é limitada, então aproveite a oportunidade para experimentar esta fruta requintada --uma oportunidade rara para a maioria.
Anúncio de venda do abacaxi Rubyglow no site da distribuidora Melissa's
Há outras variedades "incomuns" de abacaxi". Não é a primeira vez que a empresa inova com tipos diferentes da fruta. Antes, ela já havia apresentado um abacaxi de tamanho reduzido (para "consumo pessoal"), um formato da fruta com interior rosa e outro que seria duas vezes mais doce do que o normal.
Por que é tão caro?
Produtos como o abacaxi Rubyglow pertencem a um mercado de frutas de luxo. No marketing desses itens, há "atrativos" vinculados à sua exclusividade. "Este abacaxi exclusivo da Del Monte consolida ainda mais nossa posição de liderança global no mercado de abacaxi", pontuou o diretor-executivo da Fresh Del Monte, Mohammad Abu-Ghazaleh.
Além disso, há o apelo de que as unidades são limitadas, o que ajuda a encarecer o produto. A previsão é que 5.000 unidades do Rubyglow estejam disponíveis neste ano, e 3.000 em 2025 —o cultivo demora dois anos, informou a empresa.
Mas por que (e quem) paga por isso?
O motivo é simples: consumidores pagam pelo que é especial. Ao menos, é o que alega a estrategista de produtos frescos Cindy van Rijswick, da multinacional Rabobank, em entrevista à CNN dos EUA. "Há sempre um pequeno mercado para restaurantes sofisticados, ou gourmets, ou certos canais online", afirma.
Segundo Robert Schueller, diretor de relações públicas da distribuidora Melissa's, os abacaxis esgotaram. Ele disse, também à CNN, que a empresa começou o mês com 50 frutas disponíveis. O destino das vendas foi principalmente restaurantes de alto padrão em Las Vegas e na Califórnia.