Vinho laranja é sempre natural? Não é bem assim

Os vinhos laranjas são itens praticamente obrigatórios em feiras e cartas de restaurantes dedicados a naturais. Mas não é necessário que um vinho laranja seja feito por métodos orgânicos, biodinâmicos ou de mínima intervenção.

Tecnicamente, um vinho laranja pode ser feito de maneira convencional, utilizando uvas cultivadas com agrotóxicos e aditivos na vinificação. Afinal, trata-se apenas de um vinho feito com uvas brancas que fermentam com as cascas.

Mas a associação dos laranjas com os naturais faz sentido. Afinal, o movimento dos vinhos naturais valoriza uma relação mais ancestral e artesanal de produção. E macerar uvas brancas com as cascas tem tudo a ver isso. "É um método que muito provavelmente foi utilizado desde que se começou a fazer vinho", diz Rodrigo Barradas no Vamos de Vinho desta semana. "É muito provável que se tenha pensado em retirar as cascas antes da fermentação num momento posterior".

Além disso, a Geórgia, país que é referência na produção desse tipo de vinho, utiliza geralmente métodos muito naturais de produção: fermentação espontânea (sem adição de leveduras compradas), em ânforas enterradas no chão, sem intervenções criadas bela indústria vinícola moderna.

Soma-se a isso o fato de que os vinhos laranjas, com seus taninos, são mais resistentes que os brancos. Por isso, é mais seguro deixar de utilizar conservantes, como sulfitos, no caso deles.

Ou seja, o vinho laranja é perfeitamente adequado à ética dos vinhos naturais, e os dois andam muito juntos. Mas, como diz Vinícius Mesquita, "você pode fazer vinhos laranjas da maneira super tradicional (convencional)".

Vinho laranja é feito de laranja?

Mas o que é um vinho laranja? É simples: um vinho feito com uvas brancas que fermentam junto com as cascas. Por causa disso, ele ganha uma cor mais intensa, alaranjada.

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O vinho que combina com todos os pratos

Os jornalistas Vinícius Mesquita e Rodrigo Barradas falam, no quadro "Vinho e Comida", um pouco sobre harmonização desse estilo com pratos. Ou melhor, sobre "desarmonização", termo usado por Mesquita. A ideia é que você tome o vinho que quiser com a comida que quiser, mas evite aquelas combinações que podem ser catastróficas.

Vamos de Vinho

Apresentado pelos jornalistas Vinícius Mesquita e Rodrigo Barradas, o videocast combina conhecimento especializado e uma abordagem descontraída sobre o vinho.

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