20 ovos e 2 quilos de leite condensado: qual o segredo do pudim de balde?

Depois do pudim de 8,5 kg, que já havia desbancado o de 3 kg e ambos terem viralizado nas redes sociais, Rosangela Policarpo, a "Rainha do Pudim", se autodesafiou a provar que era possível fazer um pudim de balde, sem que ele desmoronasse.

A receita com 20 ovos, quase 2 quilos de leite condensado e outros 2,250 litros de leite integral não só deu certo como manteve as características da sobremesa que ela comercializa em versões menores, mesmo tendo 20 cm de altura.

Moradora de Santa Bárbara d'Oeste, no interior paulista, Rosangela conta que gosta de se pôr à prova e checar até onde vão suas criações, principalmente quando outras pessoas não botam fé que ela vá conseguir ou alegam não haver condições de preparar alguma receita.

Vi tentativas de se fazer o pudim em um balde em alguns vídeos, mas sempre saía tudo quebrado, feio. E muita gente comentava que nunca daria certo, que era impossível. Aí já viu, né? Era o que eu precisava para encarar esse desafio. Corri até a loja e comprei o maior balde que encontrei, desses para colocar gelo e cerveja, mesmo. Escolhi o de 4,5 litros, relata.

Pudim de balde, criado por Rosangela Policarpo, a "Rainha do Pudim"
Pudim de balde, criado por Rosangela Policarpo, a "Rainha do Pudim" Imagem: Divulgação

Pudins do sucesso

Rosangela quintuplicou as medidas que está acostumada a seguir para suas sobremesas de 1 kg, mas até o marido Samuel, sócio na empreitada digital, chegou a duvidar que daria certo. Além da altura jamais testada, o balde de bebidas é feito de aço inox, enquanto as formas convencionais são de alumínio - e o primeiro não é tão bom condutor térmico quanto o segundo.

A única diferença no processo, segundo a confeiteira, é que ela usou toda a clara dos ovos, algo que não costuma fazer nos pudins de 1 kg ou menos (confira o processo da receita do pudim de 3 kg, na sequência).

"Prefiro usar mais gema, para que o resultado seja bem cremoso, que derreta na boca. Mas para os pudins mais altos, as claras ajudam a deixar mais firme, estruturado", diz.

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"Depois, teve gente que falou que usei amido, gelatina, mas não tem nada de diferente. Para dar certo, precisa ser a receita do pudim-raiz, só com ovos, leite e leite condensado", afirma.

No seu dia a dia, Rosangela recorre ao forno industrial, que foi usado para assar o superpudim. Ela afirma, porém, que é possível repetir em um modelo convencional, considerando a necessidade de mais tempo para cocção. "Assei em 2h20, mas deve demorar até umas 4 horas em forno comum", calcula.

A refrigeração é uma das partes mais importantes do processo desta sobremesa, essencial para que a massa fique firme. A versão de balde da "Rainha do Pudim" ficou mais de 12 horas na geladeira - e a confeiteira estava com receio de não ser suficiente.

Um truque que ela usa para desenformar de maneira mais fácil e aquecer o fundo da forma com maçarico. Isso faz com que a calda amoleça, fazendo com que o pudim "escorregue".

Desafio atrás de desafio

Lançado há menos de uma semana, o vídeo em que mostra o momento que Rosangela desenforma o pudim de balde já bateu 2,5 milhões de views no Instagram e 1,3 milhão no Tik Tok. Apesar de altos, os números ainda estão aquém das produções anteriores - o pudim de 8 kg tem 8,8 milhões de visualizações nas duas redes.

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Com 275 mil seguidores no Instagram, 150 mil no TikTok e 122 mil no Facebook, a confeiteira está se acostumando com suas criações se transformando em virais. O primeiro "feito" foi o pudim de 3 kg.

"Não imaginava que iria viralizar tanto. Resolvi fazer porque os clientes brincavam se não tinha pudins maiores do que os de 1 kg que costumo vender. Aí resolvi procurar uma forma maior e tentar. Deu certo de primeira e estourou no Tik Tok com 9 milhões de visualizações", relata.

Rosangela ficou se perguntando qual seria o próximo desafio, algo que ninguém tivesse conseguido cumprir - e que pudesse viralizar, é claro!

Tinha visto um perfil fazendo um pudim de 6 kg, dizendo ser o maior do Brasil. Mas parecia tão pequeno. Me desafiei a fazer um maior que aquele, que fosse bonito, sem rachar, comenta.

Mais uma vez, optou pela maior forma que encontrou disponível. A ideia inicial era fazer um prato de 7 kg, provando que não quebraria e ainda ficaria lisinho. "Esse era o meu desafio, mas a forma era tão grande que a receita que fiz não foi suficiente para preenchê-la. Corri fazer mais uma receita e, no fim, ficou com 8,5 kg", relata.

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A ideia de usar um balde foi reforçada por outro vídeo que ela produziu e viralizou, no qual mostrava um pudim de 1,5 kg, mas preparado em forma com 10 cm de altura.

É claro que ela está planejando um novo desafio para superar, mas prefere não dar spoiler.

Receita da sogra e renda extra

Rosangela começou a preparar e vender pudins há cerca de 8 anos, quando seu primogênito Miguel, então com 2 aninhos, recebeu o diagnóstico de autismo. Foi a maneira que encontrou para reforçar a renda familiar e ajudar com os custos dos tratamentos, sem precisar recorrer a um emprego formal que lhe impediria de ficar perto do filho o tempo todo.

Pudim de 8kg, criado por Rosangela Policarpo, a "Rainha do Pudim"
Pudim de 8kg, criado por Rosangela Policarpo, a "Rainha do Pudim" Imagem: Divulgação
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A receita que ela aprendeu com a sogra sempre foi muito elogiada em todos os encontros familiares e com amigos e, com o incentivo dessas pessoas, ela resolveu arriscar. Atualmente, Rosangela produz de 50 a 60 pudins por semana. O quilo tem sido vendido a R$ 65.

No menu de sabores há mais de 20 sabores e, também, a versão famosa de 3 kg, ao preço de R$ 165. Quem quiser encomendar o de balde também tem essa opção, com custo previsto de R$ 350. "Dia dos Pais está chegando é um presente legal: ganha um pudim e, também, um balde para bebidas", divulga.

A comercialização dos doces responde pela maior parte do seu faturamento, que é reforçado com a venda do curso em que ensina todas suas receitas e segredinhos.

"Quando criei as aulas, pensei em ajudar outras mulheres que precisam fazer renda, sem ter que deixar os filhos ainda bebês em creches", diz Rosângela, que também é mãe das gêmeas Elena e Elisa, de quase 3 anos.

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