Fãs de São João, eles transformaram a festa de casamento em casório caipira
Para alguns casais, o amor pela tradição junina é tão forte que vale tudo para entrar no clima, até transformar o casamento em um verdadeiro "arraiá". Mesmo Santo Antônio sendo o santo casamenteiro, muitas vezes, é São João quem assume o posto de "guardião do relacionamento".
Nossa foi atrás de quem é fã de uma boa comemoração "caipira". Inspirados nos festejos do mês, três casais contam porque optaram por trocar (ou, pelo menos, adaptar) a tradição das bodas por festas cheias de cores, músicas e alegria — sem deixar de fora os comes e bebes típicos da época, é claro!
Confira, abaixo, as histórias da arquiteta Fernanda de Magalhães e do economista Filipe Raitz, de Campo Grande (MS); da policial militar Marinna Caldareli e do trader Felipe Giovanni Marques, de Contagem (MG); e da bancária Soraia Gomes e do servidor público João Paulo Almeida, de Pouso Alegre (MG). São lembranças de "tirar o chapéu".
"O que o forró uniu ninguém separa"
A arquiteta Fernanda de Magalhães, 30 anos, encontrou o amor da sua vida, o economista Filipe Raitz, 33, nas aulas de forró. Não haveria outro tema que pudesse retratar melhor a história dos dois que uma festa embalada pelo ritmo musical tão presente nas comemorações juninas:
"Nos conhecemos nas aulas de forró que o Filipe dava, em Campo Grande. Eu sou do Rio de Janeiro, mas moro há muito tempo no Mato Grosso do Sul e Filipe é daqui, mas foi estudar em São Paulo, onde aprendeu a dançar. Nos conectamos logo nos primeiros dias de aula. Nosso primeiro beijo foi em uma festa chamada 'Nordeste Day', com temática junina, o que marcou o início do nosso relacionamento.
Depois de seis anos de namoro, decidimos casar, em maio de 2022, com uma festa que combinasse o clima junino com a celebração do casamento
Escolhemos uma chácara e a cerimônia aconteceu ao ar livre, com muitas cores e decoração que lembrava as festas juninas. Apesar do vestido de noiva, eu usei uma bota, porque nunca fui de usar salto alto e combinava com o ambiente.
Tanto meu buquê quanto meus arranjos de cabelo eram bem coloridos, planejados para combinar com a paleta de cores do casamento.
Na decoração teve até uma capelinha que nos surpreendeu e encantou. A música foi um ponto alto da festa: o forró esteve presente em todos os momentos, da entrada dos padrinhos até a nossa chegada: toda ela foi baseada em músicas especiais de forró, refletindo nossa paixão pela dança.
Além disso, optamos por um cardápio típico de festa junina, com milho cozido, caldinho de feijão, mini-hambúrgueres e outras delícias
Nosso casamento aconteceu no dia 22 de maio de 2022, seis anos e um dia após nosso primeiro beijo. Brincamos que foi a primeira festa junina do ano, abrindo as festividades da temporada em Campo Grande daquele ano", conta Fernanda de Magalhães.
"Três cerimônias e um 'casamento na roça'"
A policial militar Marinna Caldareli, 31 anos, e o trader Felipe Giovanni Marques, 36, ainda estão em clima de lua de mel. O casal de Contagem (MG) oficializou o casamento há menos de um mês, numa maratona com três cerimônias e uma comemoração à moda caipira que não deixou ninguém parado:
"Decidimos celebrar nosso amor em três momentos: a cerimônia civil, realizada em um cartório de Belo Horizonte (MG); a celebração religiosa, bem intimista e no meio da natureza, em Rio Acima (MG); e a festa para os amigos, em um sítio em Esmeraldas, também em Minas Gerais. Tudo isso aconteceu entre os dias 29 de maio e 5 de junho.
Somos apaixonados por trilhas e belezas naturais — e compartilhamos nossas experiências no nosso perfil @casaltrilhamg. Por isso o casamento na cachoeira, que reuniu pouca gente. Para incluir mais amigos e familiares na celebração, organizamos uma festa temática do nosso casamento na roça.
Decidimos alugar um sítio e fizemos uma típica festa junina, com direito a decoração junina, muitas comidas, uma encenação divertida do casório. Foi tudo muito engraçado e animado.
Convidamos cerca de 50 pessoas para a festa. Além de explorarmos a paixão do Felipe por festas juninas, a comemoração foi uma oportunidade de unir nossos amigos em um ambiente descontraído e alegre. A combinação de cerimônias refletiu perfeitamente nossa personalidade aventureira e alegre, tornando cada momento inesquecível", relata Marinna.
"Quem casa no São João não separa"
A data para o casamento da bancária Soraia Gomes, 37 anos, com o servidor público João Paulo Almeida, 39, de Pouso Alegre (MG), exatamente no dia 24 de junho, não foi à toa. É o que explica a noiva:
"Escolhemos nos casar no dia de São João, por dois motivos especiais: ficamos sabendo que, no Nordeste, muita gente opta por esta data pela crença de que, quem casar no dia do santo, não irá se separar. Também, por ser aniversário do avô do João Paulo, foi uma forma de homenageá-lo.
Unimos essas duas razões e fizemos uma celebração que combinasse com o festejo junino. Mas a principal razão é que meu marido não queria dançar a valsa
Nos casamos em 2017, depois de seis anos e meio de namoro à distância. A cerimônia religiosa seguiu os moldes tradicionais, mas a festa, realizada em um salão fechado, teve a temática junina. Decoramos a entrada da recepção com um painel junino e a mesa de doces incluía cocada, pé-de-moleque, paçoca artesanais, canjica doce, caldos e quentão. Nosso bolo foi decorado com um topo temático.
Durante a festa, distribuímos chapéus e minivéus para os padrinhos e as madrinhas, e a quadrilha planejada acabou se transformando em uma grande dança coletiva, com muitos convidados se juntando à diversão.
Essa quadrilha foi tão bem recebida que precisou ser repetida, consagrando-se como um dos momentos mais animados do nosso casamento
A festa foi pensada para cerca de 400 convidados e, no final, ficou marcada pela animação e, principalmente, pela nossa escolha de nos casarmos no dia de São João. Isso tudo criou memórias que todos lembram até hoje, sempre com carinho. Misturar tradições e dar esses toques juninos tornou o evento mais do que especial, único, e conseguiu transmitir exatamente a nossa essência", conta Soraia Gomes.
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