Hotel 'mais discreto do mundo' tem mais de 1 km de túneis secretos
Não é exagero dizer que os funcionários do Royal Mansour Marrakech são quase invisíveis. Nesse hotel cuja fama é de ser o "mais discreto do mundo", você nunca verá um mensageiro arrastando malas pelos corredores e muito menos cruzará com aqueles carrinhos de serviço de quarto cheios de toalhas e itens de limpeza.
Símbolo de luxo no Marrocos, o Royal Mansour Marrakech possui uma rede de mais de 1 km de túneis secretos bem abaixo dos pés dos hóspedes.
Para atender as exigências de celebridades, políticos, jogadores de futebol e outros super-ricos com o máximo de discrição, a maioria dos funcionários do hotel trabalha no subsolo.
O hotel foi construído a mando do rei marroquino Mohammed VI e abriu suas portas em 2010. Ele fica localizado bem no centro de Marrakech, a cidade mais turística do país africano.
No passado, a propriedade era um dos palácios da monarquia. Isso explica o porquê o Royal Mansour não tem quartos convencionais, mas sim habitações conhecidas como riads.
O riad é uma espécie de "casa" que além do quarto, traz também outros ambientes como sala, copa, escritório e até mesmo pátio privativo. Os riads do Royal Mansour têm 3 andares, e além do quarto gigantesco que ocupa todo o segundo piso, os hóspedes também podem desfrutar de um terraço com sua própria piscina.
10 funcionários por riad
Para receber personalidades como Joe Biden, Will Smith, Cristiano Ronaldo e outros figurões do mesmo naipe, o hotel tem nada menos que 500 funcionários para atender apenas 53 habitações - sim, são quase 10 funcionários dedicados a um único riad.
A maior parte desse exército de trabalhadores fica alocada no subsolo, que além dos túneis conectando os riads, tem também cozinha, lavanderia e tudo mais o que é necessário para fazer o hotel funcionar. Os hóspedes, obviamente, não podem acessar os bastidores.
Mas o apresentador britânico Giles Coren, do canal BBC 2, visitou os túneis secretos do Royal Mansour em um episódio do programa "Hotéis Incríveis".
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Quero receberCoren mostra que a coxia do hotel é tão extensa que os funcionários precisam circular em carrinhos de golfe. Tudo é feito no subsolo, desde a lavagem e secagem de 300 uniformes por dia, até a confecção de 700 arranjos de flores semanalmente.
Portas "mágicas"
Para os hóspedes do Royal Mansour, a sensação é que o hotel funciona a base de mágica. Dentro dos riads, o único contato com o staff é feito através de um mordomo pessoal que pode ser acionado 24 horas por dia, por telefone.
Todos os riads contam com portas de serviço nos 3 andares, o que permite que as equipes de arrumação, por exemplo, entrem e saiam sem serem percebidas.
É possível acordar com uma bela mesa de café da manhã montada à beira da piscina sem sequer cruzar com alguém - e basta deixar o quarto por meia hora para encontrar tudo em ordem na volta.
Uma das formalidades locais é que a palavra "não" nunca pode ser usada com nenhum hóspede. Passar uma camisa em 15 minutos? Arrumar o botão de uma roupa? Providenciar um cosmético específico? Todos os desejos costumam ser atendidos prontamente.
Outro protocolo de serviço é que os funcionários, ao falarem com os hóspedes, precisam manter uma distância mínima de um metro e meio. Sempre que o mordomo chega, uma campainha é tocada para alertar o visitante e não pegá-lo de surpresa.
O preço da discrição
Os hóspedes do Royal Mansour são mimados desde o momento em que desembarcam no aeroporto de Marrakech. Eles não precisam passar pela imigração comum, pois o hotel envia um funcionário para agilizar a burocracia em poucos minutos.
O transporte até o hotel é realizado em um Bentley repleto de comodidades, incluindo uma toalha quente para as mãos e o rosto, semelhante ao serviço oferecido na classe executiva dos aviões.
As malas "desaparecem" como por encanto, com a garantia de que estarão no quarto assim que o hóspede abrir a porta.
As regalias têm um preço alto, com diárias que vão de R$ 10.000 a R$ 45.000. Devaneio para alguns, não-problema para outros, incluindo brasileiros endinheirados que costumam chegar em jatos privados e ser muito generosos nas gorjetas, confessa um funcionário para a reportagem do UOL.
Publicamente, sabe-se que o jogador de futebol brasileiro Ronaldinho Gaúcho já esteve no hotel no passado. O público mais frequente é composto, principalmente, por celebridades, herdeiros e executivos que buscam o sossego da intimidade de seus riads.
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