Empresário gasta R$ 750 mil em volta ao mundo de helicóptero e quer recorde

O empresário catarinense André Borges de Freitas, 55, embarcou em uma audaciosa aventura pelo globo terrestre: ele iniciou uma volta ao mundo em um helicóptero. A expedição, que deve durar 100 dias, custará mais de R$ 750 mil, percorrerá 56 mil quilômetros em 35 países e atravessará zonas urbanas, regiões de selva e o mar.

O que aconteceu

O empresário, que também é piloto, decolou, na manhã do dia 18, do Aeroporto de Jaguaruna, em Santa Catarina, a bordo de um helicóptero equipado para longas distâncias, acompanhado do piloto inglês, Peter Wilson. Esta aventura sucede sua ida ao topo do Everest, em 2018.

A dupla atravessou o Caribe e chegou na quinta-feira (27) aos Estados Unidos. A aeronave seguirá para o Canadá e a Groelândia. De lá, a dupla seguirá para a Islândia e Europa, passando pela Inglaterra, Turquia, Rússia e Alasca, antes de descer pela América Central até Argentina e Uruguai, retornando finamente ao Brasil.

A dupla planeja quebrar o recorde do Guinness Book, conquistado em 2017 por Wilson, que fez o mesmo percurso em 121 dias. Apesar da diminuição de 21 dias de viagem, Freitas e Wilson estão conseguindo manter o calendário adiantado em dois dias.

Eles realizam dois trechos de voo diários, cada um com cerca de quatro horas. Quando o tempo está ruim, eles fazem apenas um voo por dia. "Nosso calendário está adiantado em dois dias. E já nos planejamos para abastecer em dois lugares: na Rússia e próximo à Terra do Fogo", contou, em entrevista ao UOL.

Freitas e Wilson estavam preocupados em passar longas horas no helicóptero, mas os cuidados que vêm tomando, como não beber muita água antes do voo, estão dando certo.

O tempo passa rápido porque estamos sempre ocupados coordenando a rota, mexendo nos instrumentos, editando fotos e fazendo o diário de bordo.

A comida durante o voo inclui barras de cereal e chocolate. "Tomamos um café da manhã reforçado e jantamos bem à noite. Quando sabemos que não haverá nada disponível no aeroporto, passamos no supermercado antes para comprar o que precisamos".

A dupla utiliza um aparelho com Wi-Fi via satélite para conversar com outras pessoas durante o voo. Como a equipe de suporte em terra, que gerencia as reservas de hotéis, permissões de voo e outros aspectos logísticos, garantindo que a expedição continue sem contratempos.

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A hospedagem é planejada previamente com um orçamento de US$ 115 dólares (R$ 550) por parada.

Cada vez que paramos, há custos com taxas aeroportuárias, manutenção do helicóptero e taxas de permissões de voo. Além disso, há seguros de vida, viagem e do helicóptero. O custo total é praticamente três vezes o valor do combustível.

Família e desafios

Freitas é casado e mora em Criciúma, Santa Catarina, onde administra uma vinícola com sua família. Ele e a esposa, Janaína, tem três filhos: Júlia (9), Massimo (11) e Felipe (15). Todos estão empolgados com a expedição - apesar de alguns outros familiares não esconderem o medo da aventura, por questões de segurança.

O empresário decidiu fazer a volta ao mundo de helicóptero após conquistar o Everest, em 2018. "Sou o 22º brasileiro e o primeiro catarinense a chegar lá", afirma, com orgulho.

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Ele adquiriu um helicóptero Robson 66, e começou a planejar a viagem em novembro do ano passado. Em março, durante uma feira de helicópteros em Los Angeles, Freitas conheceu Peter Wilson, que aceitou fazer a volta ao mundo com ele.

O Robson 66 foi escolhido por ser o helicóptero mais barato da categoria leve e por sua confiabilidade. "Ele foi equipado com um tanque extra de 164 litros, que dá mais duas horas de autonomia, totalizando cinco horas e meia de voo".

1ªs experiências memoráveis

Em uma semana de jornada, Freitas e Wilson já passaram por locais de tirar o fôlego e viveram experiências únicas. Um dos momentos mais marcantes foi o sobrevoo do vulcão Montserrat no Caribe. "Passamos ao lado do vulcão e deu para sentir o cheiro do enxofre. Embora estivesse um pouco coberto, foi uma experiência fascinante sentir o cheiro do vulcão em plena atividade".

Pousar nos Estados Unidos também foi um ponto alto da viagem. "Achei bem legal pousar ontem (27) em Miami, um lugar importante e icônico. Sobrevoar o Caribe também proporcionou vistas espetaculares.

Voamos a 100 metros de altura, então conseguimos ver tudo em detalhes. Passamos por cerca de 40 ilhas, a cor da água do Caribe é incrível, é uma visão que não se esquece.

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Outro aspecto interessante foi encontrar ilhas que ele desconhecia, perto de Miami. "São ilhas gigantes, algumas habitadas, outras não. Algumas parecem submersas durante a maré alta, por serem muito baixas, quase atóis. Voar sobre essas ilhas foi uma surpresa e tanto".

O empresário já pensa nos próximos desafios, que podem incluir uma volta ao mundo de avião ou uma travessia até a Austrália em um barco à vela. Seu espírito aventureiro e a vontade de aprender coisas novas continuam a impulsioná-lo a buscar novas metas.

Eu não navego, né? Não entendo nada sobre o mar. Nem sou uma pessoa de mar, para falar a verdade. Tudo que fiz até hoje, as maratonas das quais participei, as viagens, a expedição ao cume do Monte Everest, eu nunca havia tido contato, não tinha conhecimento, não sabia o que era para ser feito. Mas resolvi fazer, de uma hora para outra. E deu certo. Sou um cara que gosta de aprender.
André Borges de Freitas

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