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O picadinho do Ritz e outras comidas afetivas de restaurantes de São Paulo

Imagem: Tadeu Brunelli

Por Gabrielli Menezes

Colaboração para Nossa

06/07/2024 04h00

Sentada na plateia do Teatro Commune, na Consolação, assisti à peça "Donatello" com fome. Enquanto o autor e ator Vitor Rocha, na pele do personagem Amendoim, contava ao público como transformava as memórias em sabores de sorvete na tentativa de ajudar o avô com doença de Alzheimer a lembrar da vida, me peguei listando quais gostos eternizei na mente sem querer.

O pensamento romântico logo foi interrompido pela crítica. Os jornalistas gastronômicos não aguentam mais ouvir falar em chefs que baseiam seu cardápio em "comfort food".

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Ainda assim, o que todo participante do MasterChef mais deseja é ser elogiado ouvindo o Jacquin dizer que aquela garfada o fez voltar à infância na França.

A grande questão, acredito, é que comida afetiva não é sinônimo de comida boa. Na cozinha profissional, isso é um problema. Mas, dentro da minha cabeça, prefiro ignorar que provavelmente a nostalgia nos faça digerir o critério e seguir acreditando que a vó Ondina fazia a melhor tortilla do mundo.Abaixo, estão algumas receitas afetivas (para mim) e verdadeiramente boas (espero que para você também).

Estrogonofe, da Camelo

Imagem: Divulgação

O prato nasceu na Rússia, mas por aqui ganhou ketchup, mostarda e o afeto de muita gente (especialmente das crianças). Me traz boas memórias comer o de filé-mignon na pizzaria Camelo. Com arroz branco e batata caseira "da boa", serve três pessoas por R$ 192.
Rua Antônio Camardo, 344, Tatuapé. @pizzariacamelo

Picadinho, do Ritz

Imagem: Tadeu Brunelli

Às vezes nem dá tempo de sentir gosto de nostalgia. Já que é nos pedacinhos de filé-mignon ao molho inglês e de tomate que eu me conforto e me acabo. Às segundas, quartas e sextas, o Ritz serve o prato com arroz, feijão, banana-da-terra tostadinha, ovo cremoso e batata chips caseira (R$ 79).
Alameda Franca, 1088, Jardim Paulista. @restauranteritz

Massa Alfredo, do Nino

Imagem: Gabrielli Menezes

Provei o fettuccine no restaurante Alfredo, de Roma, onde foi criado o molho de mesmo nome. Mas a dica é a réplica (R$169 para dois) feita pela equipe do Nino, agora sob comando do romano Marco Renzetti, conhecido como o dono da melhor emulsão de manteiga e grana padano da cidade.
Rua Jerônimo da Veiga, 30, Itaim Bibi. @ninocucina

Tortilla de batata, do Huevos de Oro

Imagem: Reprodução Instagram

Minha avó nem era espanhola, mas de alguma forma as batatas foram parar dentro da sua frigideira com omelete. Me lembro dela sempre que peço a "tortilla de patatas" no Huevos de Oro e recebo na mesa a receita douradinha por fora, mas ainda cremosa por dentro (R$36).
Avenida Pedroso de Morais, 267, Pinheiros. @huevosdeorobar

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BARES
Por Sergio Crusco

Imagem: Mário Rodrigues

Bebendo bem no vegetariano

E se te convidarem para beber um drinque no restaurante vegetariano? Nada de achar a ideia maluca, pois dois dos melhores endereços da cidade também são ótimos de bar. Levam às taças o mesmo capricho dispensado às criações que vêm da cozinha.

Banana Verde e Quincho têm mais em comum: colocaram seus bares logo na entrada, nos seduzindo a pedir um drinque antes da refeição. Ou ficar por ali mesmo, no balcão, no esquema de beber e petiscar, como acontece nos bons botecos. Só que, dessa vez, com comidinhas saudáveis.

Banana Verde

Imagem: Mário Rodrigues

A casa da chef Priscilla Herrera agora conta com o Borbu Banana Bar, em parceria com a Companhia dos Fermentados. Vermutes e bebidas borbulhantes feitas com uma penca de frutas brasileiras entram na composição dos drinques, bolados por Isadora Fornari. Caiu Cacau é dos mais sutis, com vermute de caju, fermentado de cacau, graviola e jambu. Potente, Puxa Saco vem com vermute de jabuticaba, sidra de maçã, bourbon, manjericão e pera.
Rua Harmonia, 278, Vila Madalena. @restbananaverde

Quincho

Imagem: Julia Rodrigues

No restaurante da chef Mari Sciotti, a leveza dá o tom às receitas autorais do bar, a cargo do mixologista Andrea Ambrosano. Sutileza aponta o que está por vir, mesclando gim, graviola, creme de capim-santo, bitter de lavanda e jasmim. Oferenda tem mistura mais complexa: tequila, jerez, single malt, xarope de framboesa, limão, espinafre e jasmim. A equipe de bar também está pronta para executar clássicos mais encorpados.
Rua Mourato Coelho, 1447, Vila Madalena. @quincho.sp

BELISQUETES
Por Gabrielli Menezes

Imagem: Divulgação

Chocolates para presentear

Nos últimos anos, a produção de chocolate evoluiu na capital paulista com o movimento chamado "bean-to-bar". Na prática, quer dizer que alguns chocolatiers corajosos decidiram conhecer os produtores de cacau e fabricar as suas barras do zero, a partir da amêndoa. Estão nesse grupo lojas que admiro, como a Gallette (Rua Augusto Tolle, 245, Santana) e a Mission (Rua Califórnia, 808, Brooklin).

Na esteira dessa mudança, surgiram também formas mais criativas de trabalhar as versões já processadas, como o belga Callebaut (favorito dos confeiteiros). As duas indicações a seguir fazem dos bombons uma tela de pintura e reforçam que chocolate é um dos melhores presentes.

Beaubon

Imagem: Divulgação

Cada bombom é pintado à mão com manteiga de cacau pela equipe da jornalista Roberta Pires, que abriu a marca após se formar na Le Cordon Bleu. O amarelo brilhante com pintinhas pretas por fora indica que dentro há ganache de maracujá. Já o que leva chocolate meio amargo no recheio e na casquinha é decorado com um olho grego (R$ 12 cada um).
Alameda Itu, 1485, Cerqueira César. @beaubonchocolates

Mica

Imagem: Divulgação

Faz seis anos que a advogada Michelle Kallas largou o mundo corporativo para se dedicar às técnicas aprendidas com a chocolatier americana Melissa Coppel, em Los Angeles. Isso quer dizer produzir bombons reluzentes, com acabamento delicado e recheios divertidos. Entre eles, s'more (bolacha, marshmallow e chocolate), donut e pavlova (R$ 25 a dupla).
Rua Artur de Azevedo, 1199, Pinheiros. @micachocolates

SAIDEIRA

Clandestino renasce como Clandestina

Imagem: Laís Acsa

O Clandestino marcou a história de São Paulo. De 2010 a 2020, a chef Bel Coelho recebia esporadicamente na Vila Madalena interessados em provar o menu degustação que apresentava diferentes culturas e produtos brasileiros. A partir do jantar de terça (9), o restaurante renasce com os mesmos valores, mas com nova proposta, no endereço antes ocupado pelo premiado ChefVivi.

Com pegada mais informal, o agora chamado Clandestina — com "a" — oferece para compartilhar receitas preparadas com ingredientes nativos, aproveitados na sua integridade. Lendo os pratos do menu, planejei o meu futuro pedido: guioza de pato ao molho de jambu e tucupi como entradinha e, para o principal, arroz da costela extraída da raça curraleiro com jiló frito empanado no fubá crioulo.

Em tempo: a abertura do Clandestina não anula o plano de Bel de reabrir em breve o Clandestino, com direito a menu fechado e tudo mais.

Rua Girassol, 833, Vila Madalena. @clandestinarestaurante

MELHORES BARES E RESTAURANTES

O Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes está elegendo os melhores lugares para comer, beber e curtir na cidade. A votação para Melhor Bar e Melhor Restaurante está aberta! Conheça os finalistas e vote clicando aqui.

E toda semana você já conhece campeões do voto do júri e do voto popular em diferentes categorias. Confira abaixo os links para as listas de quem ganhou em Hamburgueria, Pizzaria, Árabe e bares de cerveja, de drinques e para ouvir música.

Imagem: Arte UOL

As hamburguerias campeãs estão aqui.

Imagem: Arte UOL

Os bares que servem os melhores coqueteis na cidade. Veja aqui.

Imagem: Arte UOL

Os melhores restaurantes árabes de São Paulo está aqui.

Imagem: Arte UOL

Conheça as pizzarias vencedoras clicando aqui.

Imagem: Arte UOL

Quais os bares campeões em cerveja? Conheça!

Imagem: Arte UOL

Quer curtir um som? Estes são os melhores bares.

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