Torta de costela e outras receitas com 'tômpero' francês em São Paulo

Se cada culinária do mundo agisse como uma influenciadora digital e cada restaurante fosse um perfil do Instagram, sem dúvidas a @francesa seria a Top 1 em estratégias de engajamento e em número de seguidores. A brincadeira é só para constatar o quanto o que nasceu nas cozinhas da França se enraizou por outros países e suas capitais, caso de São Paulo.

O privilégio de colonizador funciona tipo um impulsionamento de rede social, mas é preciso reconhecer o quanto eles transformaram o olhar artístico e científico em relação à comida em registros. A tática chave foi a bibliografia — e a capacidade de disseminação de conhecimento.

"Passando por mestres como Marie-Antoine Carême e Auguste Escoffier, com papéis fundamentais na padronização das técnicas e receitas da alta gastronomia nos século XIX e XX, até chegar ao movimento chamado Nouvelle Cuisine, na década de 1970, há uma consistência e seriedade que nunca se viu em nenhum outro lugar", explica Rosa Moraes, embaixadora de Turismo e Hospitalidade da Ânima Educação.

Pela capital paulista, esses aprendizados se expressam não só nos restaurantes tradicionais franceses, mas em molhos, equipamentos, serviço e até na operação de praticamente todos os endereços modernos.

Confira abaixo quatro ótimas receitas que não existiriam sem essa galera.

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Clos

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Imagem: Reprodução

A torta é chamada de pithivier por replicar o formato dos muros da cidade medieval francesa usando massa folhada. Nas mãos da chef Elisa Fernandes, ganhou um toque brasileiro. Leia-se: recheio de costela, mandioquinha e couve manteiga e molho de ostra. Por R$ 94, pode ser dividida em dois.
Rua Girassol, 310, Vila Madalena. @clos_winebar

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Le Jazz Boulangerie

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Imagem: Lais Acsa

O hollandaise foi criado na Holanda, mas os franceses se apropriaram do molho durante uma guerra no século XVI e o espalharam pelo mundo. Foi em Nova York, porém, que inventaram os ovos beneditinos: muffin mais hollandaise e ovos poché. Nesta padoca meio francesa, sai a R$ 28 com presunto.
Rua Joaquim Antunes, 501, Pinheiros. @lejazzboulangerie

Votre

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Imagem: Angelo Dal Bó

Inspirado no restaurante francês Joséphine Chez Dumonet, o chef Francisco Farah serve o boeuf bourguignon (carne braseada no vinho tinto e cozida lentamente junto de cogumelos, cenourinhas e bacon) com massa na manteiga (R$ 89): "muita gente não entende, mas eu adoro do jeito que ele é".
Rua Natingui, 1520, Pinheiros. @votre.brasserie

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La Cura

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Imagem: Divulgação

Servido aos montes na França, o confit de canard preparado nesta rotisseria acompanha um arroz de pegada ibérica, cozido com o caldo do pato mais a carne desfiada, linguiça artesanal, pimenta-de-cheiro e azeitona. O prato multicultural sai a R$ 275 para três, por encomenda ou retirada.
Rua Ourânia, 201A, Vila Madalena. @lacuragastronomia

BARES
Por Sergio Crusco

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Imagem: Tales Hidequi

Quando o doce vai parar na taça

Já pensou em chegar ao balcão do bar e pedir um canollo, um quebra-queixo ou um brownie... mas todos em estado líquido? Coquetéis que imitam sabores de doces não são novidade, mas agora apareceu uma turma da pesada em dois bares paulistanos.

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Um deles é o Exímia, nova casa do mixologista Márcio Silva, que já chegou chegando para animar as noites do Itaim. Outro é o Picco, lugar despojado para drinques e pizzas de Lula Mascella, presente em qualquer ranking que se preze de melhores da cidade.

Esses coquetéis não são necessariamente doções, pois elementos cítricos, amargos ou herbais equilibram suas receitas. E é bom lembrar que os dois bares são bem democráticos, com drinques autorais e clássicos para todos os perfis — não só para a turma do bico doce.

Exímia

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Imagem: Juliana Primon

Quebra-Queixo é uma receita supreendente, de dulçor e acidez bem tabelados. Tem o doce de coco queimado infusionado em rum, vinho Chardonnay e limão, tudo filtrado no iogurte e nas fibras do coco. Para quem é do chocolate, a pedida é Kakau, uma mistura complexa: bourbon, gim, Campari, vermutes, rooibos, bitters, chocolate 70% e laranja. Tipo um Negroni (ou Boulevardier) com mestrado, aveludado e elegante.
Rua Dr. Mário Ferraz, 507, Itaim. @eximiabar

Picco

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Imagem: Tales Hidequi

Na nova carta do Picco, o coquetel Cannolo chama logo atenção, com sua alquimia de rum, manteiga noisette, limão siciliano e pistache, tudo clarificado na ricota. O resultado é leve, traz boa sensação de acidez e textura sedosa. Brownice é mais intenso, mesclando brownie em infusão com bourbon, Cynar 70, Campari e maracujá. Predominam os sabores achocolatado e amargo, enriquecidos por acidez e frutado delicados.
Rua Lisboa, 294, Pinheiros. @o.picco

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BELISQUETES
Por Gabrielli Menezes

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Imagem: Getty Images

Cannelé em todo canto

Não se sabe se o cannelé foi inventado em Bordeaux no século XV ou XVIII. De todo modo, foi necessário esperar umas tantas centenas de anos para finalmente poder dizer que o docinho está conquistando São Paulo. Duvida? Na próxima padaria artesanal que for, procure por um cilindro dourado e canelado e me diga se não é verdade.

Ramiro Murillo, da El Panadero, explica aos clientes que nunca deram uma mordida que se trata de uma espécie de bolinho francês que lembra um pudim pela umidade e sabor, mas alcança o seu ápice com a casquinha caramelizada. É uma boa definição, já que a graça da receita está justamente nessa oposição entre a maciez do centro e a leve crocância de fora. Prove pela primeira, segunda ou vigésima vez nesses lugares aqui:

El Panadero

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Imagem: Divulgação

A mistura líquida, formada mais por gema, leite, rum e manteiga do que por açúcar e farinha, descansa pelo menos 48 horas antes de entrar no forno. Esse tempo ajuda o álcool a quebrar o glúten e a fazer a massa, que tem um toque extra de limão-siciliano, ficar fofinha. É por volta das 9h que o cannelé vai para a vitrine já douradinho. Para sair de lá para o seu prato, custa R$ 11.
Rua Amália de Noronha, 251, Pinheiros. @elpanaderopao

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ZestZing

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Imagem: Michele Minerbo

Após 'zerar o jogo' ao servir folhados preparados com perfeição, a padeira Claudia Rezende decidiu se lançar num novo desafio: replicar o clássico cannelé ao estilo de Bordeaux. Para isso, trouxe da França as forminhas de cobre ideais para conduzir o calor necessário e garantir a crosta do doce durante a uma hora e meia de cocção. Cada unidade sai a R$ 10 para levar para casa.
Alameda Tietê, 496, Jardins. @zestzing_padaria_artesanal

PRÊMIO NOSSA
Por Eduardo Burckhardt

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Imagem: Keiny Andrade/UOL

O Prêmio Nossa é a eleição dos melhores bares e restaurantes de São Paulo, eleitos por um júri de 40 pessoas composto por jornalistas e especialistas do setor, influenciadores com foco em gastronomia e celebridades que amam circular pela cidade. Oito categorias também tiveram votação popular.

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Toda semana, até a primeira quinzena de agosto, estamos revelando os vencedores de prêmios antecipados. Confira abaixo os três últimos resultados apresentados e veja a lista completa de campeões no site do Prêmio Nossa.

Os melhores japoneses

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Imagem: Keiny Andrade/UOL

O restaurante Aizomê, comandado pela chef Telma Shiraishi, foi o grande campeão do voto do júri, seguido pelo Shin-Zushi e o Makoto San, que levaram a prata e o bronze, respectivamente. No voto popular, não teve para outro: o Jun Sakamato conquistou a maioria do público como o melhor restaurante japonês de São Paulo.
Veja o ranking completo

Melhor Cozinha de Bar

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Imagem: Arte UOL
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A diversidade marcou esta categoria. O tradicional Bar do Luiz Fernandes -- com seu famoso bolinho de carne que faz muita gente cruzar a cidade até o bairro de Santana -- foi o campeão do voto popular. Já na opinião dos jurados, preencheram o pódio o Tan Tan (1º lugar), o Astor (2º lugar) e o Clos Wine Bar (3º lugar).
Veja o ranking completo

Melhor restaurante de Carnes

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Imagem: Arte UOL

Onde comer os melhores cortes de São Paulo? Numa disputa acirrada, o chef peruano Renzo Garibaldi garantiu ao Osso o primeiro lugar no voto do júri. Os retaurantes Cór e Barbacoa também subiram ao pódio do Prêmio Nossa, em segundo e terceiro lugar. Na votação popular, o Rubayat sagrou-se o grande campeão.
Veja o ranking completo

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