Contra assédio, aérea permite que mulher saiba gênero de viajante ao lado

A companhia aérea IndiGo Airlines, da Índia, agora disponibiliza às suas passageiras a possibilidade de visualizar o gênero dos viajantes ao lado da poltrona selecionada durante a reserva dos assentos.

A decisão tem como objetivo "tornar a experiência de viagem mais confortável para as passageiras", justificou a companhia em nota à revista americana Travel and Leisure. A opção começou a ser inclusa no processo de compra desde maio.

"Este recurso oferece visibilidade de assentos reservados por mulheres viajantes, apenas durante o check-in pela internet", instrui ainda a IndiGo, e está disponível apenas para viajantes solo ou mulheres que viajam com famílias.

As passageiras terão a chance de escolher ao lado de quem se sentar antes de chegar ao avião
As passageiras terão a chance de escolher ao lado de quem se sentar antes de chegar ao avião Imagem: Dobrila Vignjevic/Getty Images

Ou seja, os homens não terão a possibilidade de checar o gênero de quem viaja ao lado deles ao logar no sistema da companhia para fazer a sua reserva de assento.

A iniciativa se alinha com uma série de medidas apresentadas ao público pela IndiGo como parte de seu programa "Girl Power" (Poder Feminino, em tradução livre do inglês). A empresa se gaba de ter mais mulheres pilotando que qualquer outra companhia do mundo e de contar com um time composto em mais de 44% por mulheres atualmente.

No entanto, há passageiros que reclamam nas redes que a companhia promoveria padrões tóxicos de beleza na seleção das suas comissárias.

O jornal britânico Daily Mail, que qualificou a medida como pioneira no mundo da aviação, reportou ainda que a decisão de oferecer às mulheres a possibilidade de visualizar o gênero dos passageiros ao redor teria nascido a partir de uma pesquisa que questionava às viajantes justamente o que as deixaria mais confortáveis durante um voo.

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A ideia é tornar as viagens mais seguras e confortáveis para as mulheres
A ideia é tornar as viagens mais seguras e confortáveis para as mulheres Imagem: Getty Images

Pioneiro ou não, este tipo de serviço da IndiGo se assemelha — e pode até ter sido inspirado — pelos vagões exclusivos para mulheres em trens que circulam pela Índia já há anos, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

Outras cidades grandes como Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e Salvador, no Brasil, também oferecem os polêmicos "vagões rosas" em trens e metrôs como forma de combate ao assédio no transporte público.

Casos de importunação sexual também tem sido denunciados e registrados nos últimos anos, como o caso da professora brasileira agredida em um voo entre Dubai e São Paulo em 2023, o de um passageiro da Califórnia que abusou de duas mulheres em voo rumo a Boston em 2022 e outro homem de Bangladesh que assediou uma brasileira em voo rumo a São Paulo e acabou preso pela Polícia Federal em 2022.

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