Cidade da Bíblia é a mais antiga do mundo com 11 mil anos; conheça o top 10
Destinos turísticos como Paris e Roma frequentemente atraem visitantes graças à sua rica história. No entanto, as duas metrópoles estão longe de serem as cidades com um passado mais longo — que remeta aos primórdios da civilização humana.
Estabelecer, com precisão, quais são as cidades mais antigas do mundo é complexo, no entanto. Novas descobertas são frequentemente realizadas e pesquisadores por vezes discordam de quais critérios são determinantes para ditar a idade de um sítio arqueológico.
Os destinos nesta lista, por exemplo, podem até não possuir os primeiros assentamentos do globo, mas são justamente as mais antigas cidades que sobreviveram habitadas (ainda que, às vezes, esparsamente) de maneira ininterrupta mesmo a guerras e invasões desde a formação de seus núcleos urbanos, há milênios. Conheça-as:
1ª: Jericó, na Cisjordânia
Continuamente habitada desde: pelo menos 9.000 a.C.
Até mesmo o Guinness World Records, instituição que avalia e publica o Livro dos Recordes, reconhece a bíblica Jericó como a mais antiga cidade continuamente habitada do mundo. Isto significa que o local da primeira batalha travada pelos Israelitas ao chegarem em Canaã, conforme relatado no livro de Josué, nunca deixou de ser ocupada como zona urbana nos últimos pouco mais de 11 mil anos.
Situada na Cisjordânia, próxima ao rio Jordão, ela hoje abriga cerca de 20 mil pessoas. A Unesco (Organização para as Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) reconhece o sítio arqueológico de Jericó antiga, com sua cidade murada e torre, como Patrimônio da Humanidade. A "idade" de Jericó, no entanto, pode ser ainda maior, já que há evidências de que os primeiros assentamentos ocorreram há pouco mais de 12 mil anos. Quem visita ainda pode ver de perto o Monte da Tentação, em que Cristo teria sido tentado. de acordo com a tradição cristã.
2ª: Plovdiv, na Bulgária
Continuamente habitada desde: cerca de 6.000 a.C.
De acordo com dados da própria prefeitura da cidade mais antiga da Europa, os primeiros assentamentos de Plovdiv foram firmados no topo da colina Nebet Tepe. A cidade se consolidaria como zona urbana no século 12 a.C., ocupando ainda outras duas colinas: Taksim Tepe e Djambaz Tepe. Seu fundador, reza a lenda local, teria sido o mítico rei da Trácia, Eumolpo, filho de Posêidon e Quione (deuses dos mares e da neve, respectivamente).
No ano 342 a.C., a região foi conquistada por Filipe da Macedônia, que a rebatizou de Filipópolis. Ela ainda seria conquistada pelos romanos e pelos otomanos, sendo rebatizada outras vezes. A visita vale a pena, já que a cidade guarda também relíquias das Cruzadas e herança do período soviético nos Balcãs.
3ª: Alepo, na Síria
Continuamente habitada desde: entre 6.000 a.C - 5.000 a.C.
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Quero receberPesquisadores divergem na data exata, mas a Columbia Encyclopedia registra Alepo como uma das mais antigas cidades do mundo, ocupada continuamente desde o sexto milênio antes de Cristo, pelo menos. Uma das maiores cidades Sírias, ela teria sido estabelecida pelos antigos babilônios, mas conta um pedaço da rica História do Oriente Médio — já que passou pelo controle dos hititas, assírios, gregos e persas, além de romanos, bizantinos e árabes, antes de ser tomada por mongóis e otomanos.
No entanto, muitas de suas riquezas arquitetônicas e arqueológicas foram destruídas pela Guerra Civil na Síria, nas batalhas de Alepo (entre 2012 e 2016) e, mais recentemente, no terremoto que atingiu o país e a vizinha Turquia, em 2023.
4ª: Biblos, no Líbano
Continuamente habitada desde: cerca de 5.000 a.C.
Reconhecida hoje como Patrimônio da Humanidade, Biblos teria sido o berço do alfabeto fenício e teria, no mínimo, cerca de sete mil anos de idade como cidade consolidade, apesar de assentamentos pontuais poderem ser ainda mais antigos, segundo pesquisa dos arqueólogos Edgar Peltenburg, da Universade de Edimburgo, e Alexander Wasse, da Universidade de Yeditepe.
A Unesco aponta que os primeiros pescadores fixaram residência em Biblos há oito mil anos. A sua paisagem costeira, a 40 km de Beirute, segue encantando, mas lá também é possível ver fortes persas, estradas romanas, igrejas bizantinas, uma cidadela com castelo medieval da época dos cruzados, além de construções otomanas. Já seu nome foi um "presente de grego", literalmente: os gregos importavam tanto papiro da cidade que ela acabou apelidada com a palavra para livro no idioma deles.
5ª: Argos, na Grécia
Continuamente habitada desde: cerca de 5.000 a.C.
Argos é citada pelo antropólogo Douglas Bolender, da Universidade de Massachusetts, como um vilarejo de pelo menos sete mil anos no Peloponeso batizado em nome do semideus Argos, filho de Zeus e Níobe. Segundo John Roberts, já falecido chefe do departamento de História Clássica da Eton College, no Reino Unido, Argos foi uma poderosa rival de Esparta durante as Guerras Médicas. Também por ali teria acontecido alguns dos primórdios dos Jogos Olímpicos.
Posteriormente invadida por persas e macedônios na Antiguidade, por visigodos na Idade Média, ela foi palco de Cruzadas e do controle otomano, até que eventualmente caiu na mão de Veneza, já na Era Moderna. Nunca totalmente abandonada, mesmo quando saqueada, ela possui belas relíquias arquitetônicas, além de museus e vinícolas.
6ª: Atenas, na Grécia
Continuamente habitada desde: cerca de 4.000 a.C.
"Vizinha" de Argos, Atenas é conhecida como "o berço da democracia", mas não só. Só a sua Acrópole, onde o protagonista é seu centro religioso com o Templo de Atena, teria mais de 3.300 anos, de acordo com a Unesco. "Naquela colina nasceram a democracia, a filosofia, o teatro, a liberdade de expressão e discurso, que fornecem até hoje a fundação intelectual e espiritual para o mundo contemporâneo e seus valores", diz a agência da ONU.
Suas relíquias são também um triunfo da arquitetura, da engenharia e das artes, mas ela sobreviveu a influências, saques e invasões de romanos, macedônios, visigodos, bizantinos, otomanos, além das Cruzadas, à presença dos venezianos e bávaros que fizeram do lugar onde nasceram as eleições um reino com coroa própria, mais tarde derrubada.
7ª: Jerusalém, em Israel
Continuamente habitada desde: entre 4.000 a.C. e 3.000 a.C.
As porções mais antigas da Cidade Antiga de Jerusalém, sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos, e do sítio arqueológico da Cidade de Davi foram erguidas ainda no quarto milênio antes de Cristo, segundo a Encyclopaedia Britannica e dados do governo de Israel. Desde então, ela nunca foi totalmente esvaziada — mesmo após a invasão babilônia, a cidade sobreviveu. Segundo estimativa do arqueólogo americano Eric H. Cline, Jerusalém foi sitiada 23 vezes, recapturada 44 vezes, atacada 52 vezes e teve suas construções destruídas pelo menos duas vezes em toda a sua história.
Não à toa, ela viu muitos povos: dos cananeus, aos israelitas, assírios, babilônios, persas, romanos, bizantinos, otomanos e até britânicos — que detiveram o controle do destino antes da formação do Estado de Israel. Suas muralhas e templos guardam evidências destas culturas, além de outras paisagens naturais, como Gólgota e Monte das Oliveiras, o primeiro onde Jesus foi crucificado e o segundo em que pregou e ascendeu aos céus, segundo os Evangelhos.
8ª: Damasco, na Síria
Continuamente habitada desde: 3.000 a.C.
Outra preciosidade síria, Damasco foi fundada ainda no terceiro milênio a.C. e se tornou um importante centro cultural e comercial do Oriente Médio, já que se encontrava no meio das rotas entre o Oriente e o Ocidente, entre a África e a Ásia, segundo a Unesco. A Cidade Antiga de Damasco, em Tell Ramad, na periferia da zona urbana atual, tem relíquias ainda mais antigas, que indicam as primeiras presenças humanas ali cerca de 10 mil anos antes de Cristo. No entanto, ela só se firmaria como cidade com a chegada dos aramaicos.
À frente de centros europeus, por exemplo, ela foi uma cidade vibrante em termos de artesanato e manufaturas ainda na Idade Média. Até hoje, Damasco guarda arte, cultura, arquitetura e histórias de macedônicos, romanos, bizantinos e dos primeiros muçulmanos a se estabelecerem na área.
9ª: Luxor, no Egito
Continuamente habitada desde: cerca de 2.000 a.C.
Os monumentos mais antigos de Tebas, como era chamada Luxor na Antiguidade, datam da 11ª dinastia que governou o Egito entre 2.081 e 1.939 a.C., segundo a Encyclopaedia Britannica. A cidade do deus Amon, da mitologia egípcia, fica às margens do Nilo, 700 km ao sul do Cairo. Em cada um dos lados cortados pela água estão localizados templos e palácios que acabaram lhe batizando, segundo a Unesco, que a reconhece como Patrimônio da Humanidade.
Na margem leste, os templos de Karnak e Luxor, já na margem oeste, outros sete complexos religiosos. Completam a antiga Tebas ainda as necrópoles do Vale dos Reis e do Vale das Rainhas. Uma das cidades mais ricas do Antigo Egito, ela era não surpreendentemente a capital religiosa do território. Quem quer conhecer mais sobre os principais faraós, especialmente a grandiosa tumba de Tutancâmon, vai se encantar com a grandeza dos monumentos.
10ª: Luoyang, na China
Continuamente habitada desde: cerca de 2.000 a.C.
Foi apenas na metade do século 20 que foi descoberto o sítio arqueológico da Idade do Bronze como relíquias da cultura Erlitou em Yanshi, um distrito de Luoyang, que teria quase dois mil anos, segundo a arqueóloga Li Liu, da Universidade La Trobe. Na metade do século 11 a.C., no início da dinastia Zhou, ela foi transformada em residência dos reis imperiais, ainda de acordo com a Britannica.
A cidade foi evoluindo e se expandindo ao longo dos séculos e possui hoje o primeiro templo budista de toda a China, o Templo do Cavalo Branco, fundado no ano 68, além de patrimônios reconhecidos como as 2.345 grutas de Longmen, com cerca de 100 mil estátuas budistas datadas do quinto século depois de Cristo.
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