Dubai nota 10, perrengue no Egito: ele explora o mundo na cadeira de rodas

O dinamarquês Rasmus Dissing vive sobre uma cadeira de rodas, mas isso não impediu que, nos últimos anos, ele fizesse grandes viagens pelo mundo.

"Sempre fui fascinado por viagens e, em 2016, tive a chance de ir para a Austrália. Ao visitar um país tão distante, não quis mais parar. Senti uma necessidade enorme de continuar explorando nosso planeta", diz ele.

Rasmus Dissing
Rasmus Dissing Imagem: Rasmus Dissing

Desde então, Rasmus esteve em quase 30 países, desbravando com uma cadeira de rodas motorizada os mais diferentes tipos de destinos, de praias paradisíacas da Grécia a cidades frenéticas como Cairo e Nova York - e fazendo, no caminho, fotos incríveis para seu Instagram (@wheelchairexplorer).

Familiares ou amigos nunca me desencorajaram de viajar. Mas muita gente fica surpresa ao me ver rodando pelo mundo. Nos destinos que visito, sempre há pessoas achando que sou um local, porque não esperam que um cadeirante esteja tão longe de casa, explorando um lugar desconhecido.

Rasmus Dissing, em Londres
Rasmus Dissing, em Londres Imagem: Rasmus Dissing

O dinamarquês costuma viajar com familiares ou com um ajudante. Mas, mesmo acompanhado, enfrenta às vezes grandes desafios impostos por cidades nem sempre acessíveis.

O pior e o melhor

Um dos destinos mais difíceis visitados por Rasmus foi o Egito.

Continua após a publicidade

Quase nada é acessível por lá. Por sorte, consegui encontrar um hotel acessível bem ao lado das pirâmides de Gizé. Porém, é impossível se movimentar pelo Cairo sem ter um carro adaptado para levar minha cadeira de rodas. É um tipo de veículo bem difícil de encontrar na cidade, que é enorme e caótica. Mas, mesmo com todas as dificuldades, consegui curtir as paisagens históricas do Egito.

Destinos acessíveis Rasmus, por outro lado, afirma que o mundo oferece hoje uma boa variedade de destinos amigáveis para cadeirantes.

"Meus dois lugares favoritos quando se trata de acessibilidade são provavelmente Dubai [Emirados Árabes Unidos] e Sidney [Austrália]", conta ele.

Rasmus Dissing em Dubai
Rasmus Dissing em Dubai Imagem: Rasmus Dissing

Em Dubai, é fácil encontrar hotéis e opções de transporte adaptados às necessidades de quem usa cadeira de rodas. É um daqueles destinos onde não precisei planejar tudo com antecedência para conseguir me locomover e chegar aos locais que queria visitar.

"Já em Sidney, também é muito fácil se locomover. O transporte público é acessível, assim como muitos táxis. E os moradores da cidade são extremamente prestativos e amigáveis se você precisar de ajuda".

Continua após a publicidade

E na Europa, onde já esteve países como Alemanha, Espanha e Hungria, Rasmus também encontrou terrenos propícios (e lindos) para cruzar com sua cadeira de rodas.

Como se preparar desde o avião

Rasmus Dissing em Nova York
Rasmus Dissing em Nova York Imagem: Rasmus Dissing

"Eu poderia fazer uma longa lista de desafios que aparecem na vida de um cadeirante que gosta de viajar. Os problemas quase sempre têm a ver com acessibilidade. E não apenas quando você reserva hotéis ou precisa encontrar transporte", relata ele.

"Se você, como cadeirante, acha um pouco assustador viajar para longe de casa, comece com destinos mais acessíveis para cadeiras de rodas e na companhia de pessoas que possam ajudar", recomenda ele.

É muito importante também se planejar, conhecer as rotas mais acessíveis de cada cidade e sempre ter opções alternativas de passeios, caso o plano A não dê certo.

Continua após a publicidade

Além disso, Rasmus tem um conselho para minimizar os desconfortos causados pelas dinâmicas dos aeroportos: tente ir com sua cadeira de rodas o mais próximo possível do avião, de preferência até a porta de embarque. Se possível, não a despache no balcão de check-in.

Quando você faz isso, você diminui o tempo em que fica fora da sua cadeira de rodas e aumenta a segurança do equipamento. Nestes casos, via de regra, a pessoa que ajuda o cadeirante a embarcar é a mesma que irá entregar a cadeira de rodas para a equipe do compartimento de bagagens da aeronave.

"Quanto menos pessoas manusearem seu equipamento, melhor. As chances de que ele seja danificado diminuem", conta.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.