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Amor de 4 patas: como saber se o seu pet gosta de você

Pequenos gestos e respeitar o tempo do seu pet são fundamentais para fortalecer o vínculo entre tutor e animal Imagem: iStock

Do UOL, de São Paulo

26/08/2024 19h00

Ter um pet em casa é uma experiência repleta de carinho, cumplicidade e demonstrações de afeto que variam de acordo com cada espécie. Mas, afinal, quais são as "linguagens do amor" dos cães e gatos?

Assim como os humanos, cada animal tem uma personalidade e formas diferentes de demonstrar apego. "Algumas raças são mais próximas ao ser humano, então demonstram afeto com contato físico, enquanto outras demonstram afeição de formas diferentes", explica o professor Thiago Vendramini, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

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Embora não possam dizer "eu te amo" ou "obrigado", os cães têm várias maneiras de mostrar sua amizade. Entre os sinais mais comuns estão:

  • Chamar para brincadeiras ou passeios
  • Lamber
  • Olhar nos olhos do tutor
  • Dormir perto
  • Pedir carinho

Já os famosos gestos de abanar o rabo ou fazer "festinha" ao receber o tutor em casa nem sempre são sinais positivos. O ato de abanar o rabo pode, em alguns casos, indicar estresse, enquanto uma "festinha" exagerada pode sinalizar dependência emocional e ansiedade. Por outro lado, em animais mais reservados ou com menos energia, o simples fato de o pet se sentir confortável na presença do tutor já é um bom sinal, explica o médico-veterinário Ricardo de Pauli, especialista em comportamento animal. Além disso, comportamentos de proteção, como seguir o tutor ou ficar próximo do berço de uma criança também podem indicar amor e preocupação.

E o meu gato, gosta de mim?

Tem gente que não curte os felinos, por causa da fama de frios e distantes. Não é mito: o fato de os gatos serem mais independentes e reservados têm a ver com o processo evolutivo. Quando os humanos passaram a plantar e armazenar grãos, acabavam atraindo roedores, e consequentemente, os felinos. Estudos, inclusive, apontam que entre a domesticação de cães e gatos pode haver uma distância de até 10 mil anos.

Mas a tutora Maria Nely, de Goiânia (GO), discorda e afirma que depois de adotar um gatinho, dá vontade de ter mais. "Primeiro adotamos a Sofia e ficamos apaixonados, porque ela trazia muita paz e me acalmava. Depois, apareceu um gatinho no meu prédio, e ele passou a ser nosso. Chamamos de Dengoso, porque ele é muito mansinho", conta.

Pra manifestar carinho, os gatos podem:

  • Lamber
  • Se esfregar no tutor
  • Deitar no colo
  • Pedir carinho
  • Brincar
  • Trazer "presentes" inusitados, como folhas e pequenos insetos

Os especialistas ainda mencionam o ronronar e o hábito de "amassar pãozinho" - quando o pet usa as patinhas pra afofar o lugar em que vai se deitar -, como sinais de que os felinos estão confortáveis e felizes com o tutor. "Normalmente o gato faz isso quando está sentindo prazer e está relaxado. Ele também está demarcando o ambiente e os indivíduos que ele gosta", comenta o veterinário Ricardo.

Como se conectar ao seu pet

Para fortalecer ainda mais a relação com o seu bichinho, é importante lembrar que os animais também entendem as nossas "linguagens do amor". Aproveitar os momentos da alimentação, do banho e de passeios são excelentes oportunidades para se aproximar do seu pet. Palavras de afirmação, como elogios, também contribuem para deixar cães e gatos felizes com seus tutores.

Na casa de Maria Nely, a conexão com cada gatinho é reforçada de uma forma diferente, respeitando a personalidade e as necessidades de cada um. "Hoje tenho três gatos: o Dengoso, a Nala e a Lua. Todos pedem afeto de um jeito e querem coisas diferentes. A Lua gosta muito de erva-cidreira, a Nala pede sempre petiscos e o Dengoso fica roçando nas minhas pernas quando quer tomar sol".

O toque físico, seja através de carinhos, brincadeiras ou da escovação - no caso dos felinos - também é uma forma de fazer os animais se sentirem amados. No caso dos bichinhos recém-adotados ou que sofreram maus-tratos, talvez essa etapa seja mais difícil, pois muitos têm medo de humanos e evitam o contato. Nesse caso, o professor Thiago reforça que a aproximação deve acontecer aos poucos: "é preciso respeitar o limite de proximidade que o animal nos permite, pois isso define até onde podemos ir", explica.

O adestrador Ricardo de Pauli complementa que não podemos forçar a interação. Segundo ele, "é melhor esperar eles virem até a gente, tentar nos abaixar na mesma altura deles, oferecer comida, deixar eles cheirarem e só oferecer carinho se eles permitirem".

Excesso de carinho é um problema?

Além de adotar Dengoso e Lua, Maria Nely também mobilizou seus vizinhos para adotarem os outros filhotes que apareceram no condomínio Imagem: Acervo pessoal

Ainda que o nosso amor pelos bichinhos seja enorme e muitos os considerem parte da família, exageros nos cuidados podem ser prejudiciais. Oferecer petisco a toda hora faz mal pra saúde; vestir roupinhas e sapatinhos quando os bichos claramente não gostam leva a estresse e ansiedade. Até o uso de perfumes, embora comum em pet shops, pode ser irritante, já que os animais têm o olfato extremamente sensível.

O ideal é encontrar equilíbrio e permitir que os animais expressem comportamentos naturais, como correr, brincar e rolar na grama. E evitar o mimo excessivo — é aí que eles podem desenvolver uma ansiedade de separação, por exemplo.

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