Pratos servidos em SP para se apaixonar por mandioca
Mandioca deveria ser um elogio. O significado ficaria entre poderosa e versátil. A melhor aplicação: alguém ou algo com a capacidade inata de preencher — metaforicamente, inclusive. Faz o tipo soberana, mas sem nariz em pé.
Fiquei com isso na cabeça desde um encontro no Mocotó, onde a líder indígena Jerá Guarani e o chef Rodrigo Oliveira falaram sobre o alimento, que é lastro para a alimentação brasileira. Foi quando o cozinheiro proferiu a frase perfeita sobre um de seus derivados: "A farinha dá a liga nesse Brasil culinário, do churrasco do gaúcho às paçocas do Norte e Nordeste".
Para além da farinha, suas mil possibilidades se misturam, se espalham e se infiltram em pratos doces e salgados de ponta a ponta do país. Na 'selva de pedra', pode até faltar ar puro (socorro!), mas por enquanto não falta mandioca.
Enquanto ninguém vira para mim e fala "você está tão mandioca hoje", deixo aqui dois convites: ler o livro "Mandioca", do chef Alex Atala, e provar alguma das receitas abaixo.
Altar Cozinha Ancestral
Carmem Virgínia serve na filial em São Paulo os pratos ancestrais que fazem sucesso em Recife, sua terra natal. Uma delas é o bobó de camarão, no qual a macaxeira é responsável por garantir a base cremosa em que se mergulha o crustáceo. Servido com arroz e farofa de dendê, custa R$ 148 para dois.
Rua Medeiros de Albuquerque, 270, Vila Madalena. @restaurantealtarsp
Fitó
Tem sabor de infância para quem nasceu no Nordeste como Cafira Foz, criada em Teresina. Embora não seja o meu caso, reconheço demais o valor deste bolinho deliciosamente úmido que nem precisa de forno e é preparado com tapioca granulada e coco. Leva chantilly e amendoim crocante por cima (R$ 29 a fatia).
Rua Cardeal Arcoverde, 2773, Pinheiros. @fitocozinha
Santa Fé | O Cupim
A estrela da casa é o cupim casqueirado servido em lascas e aos montes. Mas ele nada seria sem o seu par perfeito: a mandioca. Cozida até ficar molinha, ela divide espaço com a carne sobre a telha. A porção individual, que pode servir duas pessoas, custa R$ 95 e chega à mesa com farofa, vinagrete e pão.
Avenida Pompéia, 600, Pompéia. @santafeocupim
Mocotó
Mandioca e derivados são cultuados na casa de Rodrigo Oliveira, de cozinha sertaneja. Escolha entre deliciosos dadinhos de tapioca (R$ 26,90), mandioca chips das mais crocantes (R$ 22,90), carne seca com nata escondida sob purê (R$ 64,90) e cozido de carne com macaxeira (R$ 89,90).
Av. Nossa Senhora do Loreto, 1100, Vila Medeiros. @mocotorestaurante
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BARES
Por Sergio Crusco
As pedidas dos wine bars da Rua dos Pinheiros para o calor
"Wine bar é a nova paleteria mexicana", disse uma amiga sobre a inflação de bares de vinho na cidade. A Rua dos Pinheiros, gastronômica de cabo a rabo, não fica atrás e tem dois lugares charmosos para quem quer beber, papear e conhecer novos estilos de vinho. Ambos vivem lotados.
Cada um tem seu jeito e sua pegada. A carta do Vinho no Boteco é na base do custo-benefício, com muitas opções na faixa dos R$ 100 a 150 a garrafa. No Saída de Emergência, vai do seu bolso, pois a oferta é bem elástica: começa nos R$ 80 e pode chegar a um Borgonha de safra rara por R$ 15 mil.
Os dois bares têm em comum a comida gostosa. Vinho no Boteco é da chef Daniela Ferigato, dona do bistrô Ches Amis. Saída de Emergência fica em cima da churrascaria Incêndio, do restaurateur Guilherme Mora, sócio do Osso e do Cór, primeiro e segundo melhores restaurantes de carne do Prêmio Nossa.
Agora que o tempo esquentou, pedimos para Daniela e Guilherme indicarem vinhos fresquinhos, bons de calorão, servidos em garrafas ou taças. Caso a temperatura volte a baixar (o que a meteorologia prevê para o meio do mês), haverá opções aconchegantes nos dois pontos vínicos da Pinheiros.
Vinho no Boteco
Daniela gosta de garimpar uvas diferentonas e sugere Cabo da Roca Reserva Arinto (R$ 159 a garrafa), da região de Bucelas. Arinto tem acidez generosa e dá vivacidade ao blend de vários brancos portugueses. Casa super com o escabeche de bacalhau da casa. Outra opção refrescante é o grego Monopati Roditis (R$ 129), floral e cítrico. E como não há de faltar rosé no calor, o italiano San Lorenzo Antico Zéfiro (R$ 97), do Lazio, feito com a uva Aleatico, é a dica.
Rua dos Pinheiros, 578. @vinho.no.boteco
Saída de Emergência
No Saída de Emergência, Guilherme também começa o passeio por Portugal. Da região dos Vinhos Verdes, ele traz Pequenos Rebentos Alvarinho e Trajadura (R$ 170), uvas de ótima acidez. Pula para a francesa Borgonha, com Armand Heitz Chardonnay Vin de France (R$ 390), branco bem estruturado. Por fim, um tinto fresco e brasileiro. Uh!LàLà (R$ 240) é feito no Rio Grande do Sul, com a uva Gamay, pela Arte da Vinha. Ótimo com a tábua de charcutaria do Saída.
Rua dos Pinheiros 808. @saidadeemergenciavinhos
BELISQUETES
Por Gabrielli Menezes
Vamos 'brunchar'?
Um dorminhoco que acordou às 11 horas da manhã encontrou um faminto ansioso pelo almoço e falou: "vamos comer"? Assim surgiu o brunch na história da humanidade. Na minha vida, entendi o conceito logo pequena. Em viagens com meus pais, o jeito certo de tomar café da manhã era repetir pães, frutas e doces até querer pular a próxima refeição. Mas eles não são os únicos adeptos.
Nos últimos anos, os paulistanos multiplicaram quadras de beach tênis e avocado toasts na mesma proporção. Além de casas especializadas na pedida, cafeterias e restaurantes recebem o público para 'brunchar' sem pressa. Conheça duas opções com pegadas distintas.
Casa Rios
A cada domingo, o premiado chef Rodrigo Aguiar prepara oito receitas diferentes para o menu fechado, que custa R$ 115 por pessoa. Para saber as comidinhas da vez, vale consultar o Instagram. Podem surgir broa assada na lenha, ovos mexidos com charcutaria e queijo de pequenos produtores e bolo de chocolate com calda de chocolate e crocante de avelã. Dica: faça reserva.
Rua Itapura, 1327, Tatuapé. @casariosrestaurante
O Jardim
O brunch é quase uma desculpa para visitar o casarão da década de 1940. A reforma de dois anos feita pelos sócios Ivan Takahashi e Gustavo Faria preservou vitrais e árvores como ipê e pitangueira. O quintal é o melhor lugar para provar com tranquilidade os caprichados ovos mexidos, as panquecas fofinhas, a salada de frutas frescas com granola e o cappuccino (R$ 106 o combo).
Rua Princesa Isabel, 1372, Brooklin. @ojardim.sp
CLUBE UOL
Ganhe um pastel de Belém
No bistrô e loja de vinhos Cave D'Or, assinantes UOL ganham um pastel de Belém de sobremesa na compra de qualquer prato principal do cardápio consumido presencialmente. Clique no link abaixo e saiba como resgatar o seu voucher.
Grand Gateau no Paris 6
Assinantes UOL ganham um Grand Gateau Classique mediante o consumo de um prato principal no Paris 6 de igual ou maior valor da sobremesa, no almoço ou no jantar, de segunda a quinta e para consumo no local. Veja abaixo como funciona.
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