Cerveja mais forte do mundo deixa a língua dormente e custa quase R$ 400
Colaboração para Nossa
18/09/2024 12h00
Um rótulo que chegou ao mercado cervejeiro em 2021 vem dando o que falar nas redes: a escocesa Beithir Fire se apresenta como a nova "cerveja mais forte do mundo" graças a uma percentagem de álcool por volume de 75%.
Por causa do álto índice, a garrafa vem com um alerta: "Não beba mais do que 35 ml de uma só vez".
Para efeito de comparação, a maior parte das cervejas no mercado tem uma taxa de 3% a 5% de álcool. Não à toa, seu nome com origem no gaélico escocês — o idioma das Terras Altas — quer dizer "fogo da serpente". Por isso, ela traz o icônico dragão Beithir, do folclore escocês, na embalagem. A criatura celta teria sua morada nos vales e cavernas montanhosas e possuiria uma língua venenosa.
Entre outras particularidades da bebida estão uma validade de até um século e, segundo a cervejaria 88 Brewery, uma combinação que "nasceu da relação entre dois dos produtos mais famosos da Escócia, as suas cervejas e destilados". É bom lembrar que o país no Reino Unido é a terra natal do uísque, mas a 88 não confirmou a presença dele na receita.
Pelo menos na aparência, contudo, a Beithir Fire lembra um uísque. Ela não tem colarinho porque, segundo a cervejaria, não há carbonatação devido ao alto índice alcoólico.
Segundo o site da casa, a cerveja é produzida de cevada preparada por dois meses e depois combinada "a um destilado escocês puro" antes de passar pelo processo de fermentação. Depois ela é filtrada três vezes, para remover todas as impurezas.
Seus aromas possuem notas de frutas secas defumadas e também de cevada bastante maltada. Quem experimentou, como o influenciador Dan do perfil @1minutebeerreview no TikTok, disse que um copo de 35 ml é "bastante forte". "Tem sabor de queimado. Minha língua está dormente agora", descreveu.
Nunca senti pessoalmente a minha língua adormecer quando bebendo a Beithir Fire. No entanto, ela é mais forte que um uísque envelhecido em barril e deve ser tratada como tal. Eu provavelmente bebo mais em pequenos goles do que engolindo com a boca cheia.
— Andrew Chapman, presidente da 88 Brewery
Ao jornal britânico Daily Mail, Chapman ainda contou que a cerveja foi criada a pedido de um distribuidor para atender às demandas e um mercado estrangeiro.
"Foi originalmente imaginada para ser um produto de um único distribuidor e um único mercado. Após alguns anos, o segredo escapou e começamos a receber pedidos pelo produto dentro do Reino Unido e em outros países", explicou.
A batalha das cervejas mais fortes do mundo acontece de tempos em tempos, mas o último rótulo reconhecido pelo Guinness World Records — entidade que publica o livro dos recordes — foi em 2010, com o Schorschbock 43 que possuía uma percentagem de álcool de 43% por volume.
Outras desde então tentaram levar a coroa que, antes da Beithir Fire, pertencia informalmente à outra conterrânea: a Snake Venom, da Brewmeister, com um índice de 67,5%.
No entanto, outras cervejarias desconsideravam o recorde porque a Snake Venom, assim como a Beithir Fire, não é uma cerveja "pura" — ela é fortificada com outro tipo de álcool. Por isso, há quem acredite que o título pertence à Strength in Numbers, cerveja produzida em parceria pela BrewDog com a Schorschbräu, e que possui um índice de 57,8% de álcool.
E, assim, a disputa deve continuar. Uma garrafa de 330 ml da cerveja sai por 45,95 libras ou R$ 337. Interessados podem encomendá-la pelo site 88brewery.com.