Zero selfie: é proibido fazer foto nestes cinco cartões postais mundo afora
Colaboração para Nossa
21/03/2025 05h30Atualizada em 22/03/2025 13h44
É bem comum querer registrar o momento único em que se conhece um local novo, mas nestes monumentos tirar fotos é proibido — ou muito arriscado. Confira a lista:
Taj Mahal, na Índia
Você provavelmente já viu diversas fotos impressionantes — até a princesa Diana posou nos jardins — da fachada do Taj Mahal, mas o interior do mausoléu é um daqueles espaços que só é possível conhecer pessoalmente. O local é considerado sagrado do descanso eterno de Shah Jahan e Mumtaz Mahal, o imperador mongol e sua amada esposa para quem ele encomendou o monumento.
Tentar tirar fotos por lá é considerado desrespeitoso e, por isso, é terminantemente proibido. O uso de telas, como as de celular, também foi banido por atrapalhar a experiência alheia. A segurança garante que os visitantes mantenham telefones desligados ou no silencioso, e não cliquem nada.
Capela Sistina, na Cidade do Vaticano
Não é possível entrar com câmeras ou celulares dentro da Capela Sistina, já que flashes podem desgastar as pinturas feitas por Michelangelo. Mas há também outro motivo para isso: em 1980, o Vaticano passava por dificuldades para financiar a restauração milionária da igreja, que também é obra de arte histórica de incalculável valor.
Entrou em cena então a rede japonesa Nippon TV, que ofereceu uma doação de US$ 4,2 milhões para os trabalhos em troca dos direitos de imagem exclusivos sobre a capela, segundo o jornal The New York Times. Cerca de 40 anos depois, a restrição já perdeu a validade para os turistas, mas fotografias comerciais continuam proibidas de acordo com o acordo assinado.
Como funcionários não conseguem fiscalizar o uso que cada um fará do clique, ninguém faz selfie por lá. Guardas têm autorização para pedir que turistas apaguem qualquer foto feita, se o "espertinho" for pego no flagra. Em outros museus do Vaticano, é possível tirar fotos, mas apenas sem flash e para uso pessoal.
Vale dos Reis, no Egito
Em 2022, o governo egípcio liberou turistas para fazerem fotos nas ruas do país — até isso era proibido — mas apesar de estar liberado fotografar a área externa do Vale dos Reis, em Luxor, tirar fotos dentro das tumbas segue proibido para proteger a integridade das artes nas paredes e dos artefatos históricos, segundo o jornal britânico Metro.
No caso de algumas tumbas, visitantes podem comprar no local autorizações para realizarem suas fotos, mas elas costumam ser caras. Caso você não tenha este tipo de documento, telefones e câmeras devem ser deixados na entrada. Quem tenta entrar com os equipamentos escondidos pode tê-los confiscados e ser multado.
Distrito da Luz Vermelha, nos Países Baixos
Em De Wallen, o bairro famoso pela prostituição e liberalidade de costumes em Amsterdã, não existe especificamente uma lei que proiba os turistas de tirar fotos. É possível visitar e clicar suas ruas e canais, mas se você virar a câmera ou o celular para os profissionais do sexo nas janelas dos bordéis, moradores e funcionários que circulam pela região, pode ter que encarar a ira dos locais.
Os neerlandeses estão bastante fartos do comportamento do turista em Amsterdã e se preocupam muito com as consequências da sua perda de privacidade, do turismo sexual e do comportamento um tanto arruaceiro de quem visita os arredores de sex shops, clubes de strip tease e mais em De Wallen.
Nos últimos anos, as autoridades proibiram o consumo de maconha e restringiram a venda de bebida alcoólica no bairro, além de terem proibido os tours de passarem pelas vitrines dos prostíbulos.
Torre Eiffel, na França
Apesar de ser um dos cartões postais mais clicados do mundo, a Torre Eiffel tem uma restrição curiosa: turistas e profissionais podem tirar fotos à vontade durante o dia. Mas, à noite, a situação muda: só é permitido tirar fotos do monumento se o intuito destas imagens for guardar de lembrança.
Quem quer postar nas redes, por exemplo, mas monetiza o seu perfil, trabalha como influenciador ou pretende vender a imagem para uso da imprensa ou comercial precisa pedir autorização à SETE (Sociedade de Exploração da Torre Eiffel, em francês), empresa que detém os direitos da imagem da torre com sua iluminação noturna. Eles é que dão a autorização de divulgação, mediante o pagamento de uma taxa a ser determinada pela administradora dependendo do uso.
O motivo, apontou a reportagem do Metro, é que o show noturno de luzes foi criado apenas em 1985 por Pierre Bideau e ainda não caiu em domínio público, ou seja, está sujeito às leis de direito autoral da União Europeia. Esta proteção deve seguir em vigor até o ano 2091.
Gion, no Japão
Desde 2019, a prefeitura de Kyoto proibiu turistas de fotografarem as gueixas - artistas que se vestem em quimonos e maquiagens tradicionais para cantar e dançar para clientes durante jantares, festas e outras reuniões - e maikos (suas aprendizes) no bairro de Gion, uma área conhecida exatamente como "distrito das gueixas".
Em 2024, a regra se tornou mais rígida: agora é proibido entrarem nos becos considerados "particulares" de Gion, justamente para evitar as fotos. Quem desrespeitá-la poderá ser multado em até 10 mil ienes ou R$ 377.
La Piazzeta di Portofino, na Itália
Em torno da Piazzetta, uma pracinha em pedras próxima à Marina de Portofino, há duas áreas designadas pela prefeitura local como zonas vermelhas. Nelas, quem "enrolar" fazendo fotos pode levar multa de 275 euros (R$ 1.655).
A medida, segundo o prefeito Matteo Viacava, tem por objetivo evitar engarrafamentos de pedestres no pequeno vilarejo de pescadores de apenas 369 habitantes, além de atrasos dos grupos turísticos organizados e de passageiros que tentam retornar aos seus navios de cruzeiros.
Ou seja, se você vai se arriscar, é melhor que seja a selfie mais rápida da sua vida.
*Com informações de matérias publicadas em 18/04/2023 e 24/03/2024.