Capítulo final? Vendedores de livros em Paris sofrem com falta de turistas
Sacudindo as chaves em uma longa corrente, o livreiro parisiense Jérôme Callais abre seus caixotes de madeira verdes montados em uma parede com vista para o Sena, resignado a mais um dia fraco de comércio na ausência das multidões de turistas.
Callais é um dos mais de 200 "bouquinistes" que vendem livros e gravuras de segunda mão ao longo de um trecho de três quilômetros na margem do rio — uma tradição que remonta a séculos e agora está sob ameaça devido ao coronavírus.
Embora o trabalho nunca tenha sido lucrativo, Callais, que está fazendo campanha para adicionar os bouquinistes à lista do patrimônio mundial da Unesco, disse que a falta de pessoas de fora da cidade ao longo da via entre a catedral de Notre Dame ao museu do Louvre o colocou em dificuldades para vender qualquer coisa.
"Vendi um livro por 16 euros hoje, tenho outro cliente que vai me pagar o que deve mais tarde, e esse é um ótimo dia para mim", afirmou ele.
Antes da pandemia, Callais disse que um terço de seus clientes eram turistas estrangeiros e outro terço de outro lugar na França: "Somos totalmente dependentes do turismo."
Mesmo depois que o isolamento na França foi suspenso, em maio, muitos bouquinistas concluíram que a reabertura era inútil, acrescentou ele.
Em agosto, o governo informou que a pandemia custou à França até 40 bilhões de euros em receitas perdidas de turismo.
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