Turismo x moradores: briga do Airbnb na Espanha escala e chega à Justiça
A Espanha abriu uma investigação sobre o Airbnb por não ter excluído milhares de ofertas de aluguel de sua plataforma, em uma tentativa de coibir um negócio que, segundo autoridades e muitos moradores, contribui para a escassez de moradias e o aumento dos preços dos imóveis.
O Airbnb disse nesta quarta (18) que é a plataforma visada pela investigação anunciada anteriormente pelo Ministério dos Direitos do Consumidor da Espanha, que não citou o nome da empresa. O Airbnb afirmou que recorrerá se for considerado em violação das regras.
A investigação faz parte de uma repressão geral na Espanha sobre os aluguéis para turismo por meio de sites como Airbnb e Booking.com que, segundo muitos espanhóis, estão criando um excesso de turismo, prejudicando o estoque de moradias e tornando o aluguel inacessível para os moradores locais.
Desde o verão, um departamento do Ministério dos Direitos do Consumidor ordenou que a plataforma sob investigação removesse milhares de anúncios considerados "publicidade ilegal" sem licenças para uso turístico, informou um porta-voz do ministério.
Como os anúncios não foram removidos, foi iniciado um processo disciplinar, com a plataforma enfrentando uma possível multa de até 100.000 euros ou quatro a seis vezes o lucro obtido com a prática, informou o ministério.
Uma multa aplicada pelo ministério pode ser contestada no tribunal.
O Airbnb disse que sempre pede aos anfitriões que confirmem que tem permissão para alugar seus locais e que cumpre todas as regras locais. Segundo a empresa, o ministério não forneceu listas de acomodações que não estão em conformidade. O Airbnb afirmou que muitos proprietários não precisam de uma licença para alugar suas propriedades.
Outros países europeus, incluindo Itália e Croácia, também tomaram medidas para limitar o crescimento dos aluguéis turísticos.
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